A Escola Secundária D. Sancho II, em Elvas, vai contar, em breve, com um Centro Tecnológico Especializado Industrial, depois de aprovada uma candidatura, de um milhão e 200 mil euros, ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR): uma verba que servirá para aquisição de equipamentos de apoio à prática educativa de cursos profissionais e requalificação de espaços e oficinas.
A escola secundária tem mantido, ao longo dos anos, de acordo com a diretora do Agrupamento de Escolas nº 3 de Elvas, Fátima Pinto, a aposta nos cursos tecnológicos e profissionais, até pelo “elevado número de alunos” que frequentam essas mesmas formações, sendo que, ao nível do PRR, existem vários tipos de Centros Tecnológicos Especializados, como o Industrial, Informático e de Energias Renováveis, “que estavam já contemplados ao longo de todo o país”.
“Nós, como escola secundária, mas também como herdeira de uma escola industrial e profissional, somos talvez a única escola da região que nunca desmantelámos aquilo que é o parque oficinal, mesmo depois das políticas educativas terem levado, um bocadinho, quase que à descredibilização desta via profissional e tecnológica. Mantivemos sempre as tipologias que fomos encontrando dentro daquilo que eram as matrizes curriculares daquela via mais profissional”, começa por explicar a diretora.
Nesse sentido, e pelo concelho que é, “não fazia sentido Elvas não ter um Centro Tecnológico”. “Mas esta candidatura, que não foi fácil, obedecia a tudo o que são dos fundos comunitários e mais: nós não queríamos qualquer centro”, adianta Fátima Pinto. “Queríamos um só centro, mas era o maior. E era o maior, não é porque nós queremos ser grandes, é porque, realmente, abrangia os cursos que nós temos: Agrária, Eletricidade, Mecânica, Manutenção Industrial, Turismo e Restauração e Bar”, explica.
Depois de um verão “quente”, sem férias para os professores, em que todos estiveram a trabalhar na candidatura deste centro, sendo que, numa primeira fase, essa candidatura não foi aprovada, Fátima Pinto garante que, agora, o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido é como que uma “lufada de ar fresco”.
Acreditando que, no futuro, este Centro Tecnológico possa vir a ser uma ajuda importante à economia local, a diretora explica que, com o financiamento conseguido, vai-se poder proceder a um “aumento e upgrade” da escola, entre outros, com “oficinais mais modernas” e uma “cozinha pedagógica”. Sem grandes obras de fundo a realizar, e apesar de a escola contar com alguma tecnologia e maquinaria, estas precisam agora de “uma atualização”.
Fátima Pinto acredita que a assinatura do contrato seja feito até final do primeiro trimestre do ano, não sabendo quando é que as obras na escola poderão ter, efetivamente, início.
Os Centros Tecnológicos Especializados têm como objetivo estratégico aumentar a capacidade de resposta do sistema educativo e formativo, combater as desigualdades sociais e de género, aumentar a resiliência do emprego, sobretudo dos jovens, reforçando-se as medidas que têm vindo a ser executadas nos últimos anos para desenvolver um sistema consistente de ensino e formação profissional e aumentar as taxas de qualificação.
O projeto e a candidatura da Escola Secundária ao PRR contaram com o apoio do Município de Elvas.