São Vicente reúne esforços para ajudar imigrantes enganados na apanha da azeitona

Vieram de Marrocos, para trabalhar no campo, na apanha da azeitona, em Elvas, mas a verdade é que acabaram por não receber ordenado ou apenas uma pequena parte dele. Foram contratados por uma empresa de trabalho temporário, intermediária na sua colocação numa outra empresa do concelho.

São sete homens, ainda jovens, que não pronunciam uma única palavra em português e que apenas têm um teto e a pouca roupa que trouxeram consigo. A habitar em São Vicente, este grupo de imigrantes tem contado com várias ajudas, sendo que, de acordo com o presidente da Junta de Freguesia, João Charruadas (na foto), alguns deles têm já promessa de trabalho, mas, até lá, continuam a ser necessários bens alimentares e não só. “Fui visitar a moradia onde eles estão e não têm condições, só mesmo uma cozinha e uns bancos”, começa por dizer.

“Através de uma empresa privada, conseguimos já trabalho para quatro deles. O processo ainda demora uns dias, mas já está adiantado. Sei que têm número de contribuinte e Segurança Social, que estão legais. Depois, com a promessa de contrato, que já está feito, irão deslocar-se ao SEF, para serem integrados no mercado de trabalho”, revela o presidente da junta.

Entretanto, foram surgindo várias ajudas, por parte da própria população, sendo que também a Junta de Freguesia de São Vicente e Ventosa tem feito chegar a estes homens vários alimentos, sobretudo não perecíveis, como massas e enlatados, dado que a casa não tem frigorífico.

João Charruadas revela-se ainda muito satisfeito por ver que um grupo de jovens, da freguesia, tem procurado ajudar estes sete imigrantes, com uma campanha de angariação de alimentos e produtos de primeira necessidade.

No entanto, uma das pessoas que, desde que teve conhecimento da situação, se predispôs a ajudar foi São Rodrigues, que tem um grupo, através das redes sociais, onde habitualmente ajudam todos aqueles que solicitam e precisam. “Quando criámos este grupo, havia pessoas em São Vicente que eram carenciadas, e quando fui levar comida a um senhor, tive conhecimento da situação destes imigrantes”, revela.

Depois de ter levado alguns alimentos a estes homens, São Rodrigues pediu ajuda no seu grupo online, para que se pudessem angariar bens alimentares, bem como mobiliário, porque quando foi a casa destes imigrantes percebeu que nem camas onde dormir tinham.

No sábado, São Rodrigues levou-lhes comida e, no domingo, com a ajuda de muita gente, conseguiu levar um colchão e uma cama, para além de cobertores, casacos, roupa, alimentação e um frigorífico. “A Vanda é a administradora do grupo e sem ela nada disto seria possível, uma vez que ela tem andado na distribuição de alimentos, roupas e afins, relativamente aos pedidos que nos vão chegando por mensagem”, adianta São Rodrigues. Isabel Rosário e Sara Quintas têm assegurado o transporte das mobílias para estes imigrantes.

Neste momento, “estão a viver melhor, apesar de ainda não terem as condições necessárias, uma vez que ainda faltam algumas coisas. Não têm roupeiros, nem e cómodas”. São Rodrigues revela ainda que se tentou arranjar trabalho para este grupo de homens, “mas o seu problema é o transporte”.

Nas redes sociais, circulam outros pedidos de ajuda, para que estes homens possam ter as mínimas condições de vida, enquanto por cá permanecerem. Um desses pedidos foi iniciado por Isabel Charréu e o seu grupo de amigos, que, desde a primeira hora, reuniram esforços para angariar bens alimentares, assim como lençóis, toalhas e produtos de higiene. “Eles não tinham rigorosamente nada: só um teto e a roupa que trazem no corpo”, revela esta jovem de São Vicente.

“Sei que há mais gente a ajudar, nós não somos os únicos, e já lhes conseguiram arranjar camas, microondas e um forno. Nós agora estamos focados em arranjar bens alimentares, lençóis, aquecedores e um frigorífico, porque em casa não têm nada”, adianta Isabel.

O grupo pede ainda ajuda para conseguir angariar roupa de homem, nos tamanhos S e M, uma máquina de lavar, pratos, copos e talheres, assim como roupeiros ou cómodas.

Quem quiser ajudar, basta entrar em contacto com Isabel Charréu, através das redes sociais, através do grupo de Facebook “Elvas Solidário” ou fazer a entrega na Junta de Freguesia de São Vicente e Ventosa.

Buscas por Pablo Sierra alargadas a Portugal seguem protocolo das entidades

A Associação SOS Desaparecidos lançou um cartaz, em português, que pretende alertar para o desaparecimento de Pablo Sierra Moreno (na foto).

Uma vez que Badajoz se encontra na zona de fronteira com Portugal, há a possibilidade de que alguém saiba de alguma informação que possa contribuir para ajudar nas buscas.

Já o Ministério do Interior criou um formulário para que todos possam contribuir com informações sobre o desaparecimento do jovem (ver aqui).

De recordar que, Pablo Sierra Moreno desapareceu no passado dia 3 de dezembro.

INPI confirma registo do “desenho” do capote Alentejano

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), contactado pela Rádio Elvas e sem querer prestar declarações, enviou por escrito alguns esclarecimentos, relativamente à questão do registo da patente dos capotes alentejanos.

O Instituto começa por referir que o registo se refere a um desenho e não de uma patente, pelo que para ser registado apenas é solicitado o envio de um desenho ou um modelo, que deve ter um caráter novo.

Pode ler-se: “a modalidade de direito de Propriedade Industrial a que corresponde a situação é Registo de “Desenho ou Modelo” (Design) e não “pedido de patente”. Um pedido de patente protege uma solução técnica que é nova e inventiva, como resposta a um problema tecnológico. A situação descrita corresponde ao registo de um Desenho ou Modelo (Design), o qual protege a aparência exterior de um produto”.

“De acordo com o Código da Propriedade Industrial (CPI), para serem objeto de registo, os desenhos ou modelos têm de ser novos, assim como possuir caráter singular. Isto significa, que não pode já ter sido divulgado ao público um desenho ou modelo idêntico ou que não suscite impressão global diferente junto do utilizador informado (artigos 176.º e 177.º do CPI)”.

Por sua vez, o Instituto aceita o desenho, mas não tem competências para avaliar se este é novo ou não, caso ninguém se pronuncie no prazo de dois meses, o registo é considerado válido. “Todavia, estabelece expressamente a alínea a) do n.º 4 do artigo 192.º do CPI que o exame de novidade e de caráter singular apenas é efetuado “quando invocado por um interessado” em sede de oposição no processo de registo respetivo. Esta reclamação deve ser apresentada nos dois meses subsequentes à publicação do pedido de registo no Boletim da Propriedade Industrial, divulgado diariamente no site do INPI. Decorrido este prazo de oposição, sem que tenha existido reclamação ou outros motivos de recusa (que possam ser oficiosamente invocados pelo INPI, previstos nos n.ºs 1 a 3 do artigo 192.º do mesmo Código) o registo é concedido”.

Ou seja, o INPI, “não pode recusar oficiosamente um registo de desenho ou modelo por falta de novidade ou de caráter singular, nem o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (que atribui o registo comunitário de desenho ou modelo ao abrigo do Regulamento CE n.º 6/2002 do Conselho, de 12 de dezembro de 2001, relativo aos desenhos ou modelos comunitários) tem essa possibilidade nos processos de registo comunitários, apenas sendo admissível a avaliação desses requisitos (e a recusa de proteção, se não estiverem observados) se for apresentada reclamação no âmbito do processo administrativo (tal não se verificou no caso citado), ou se vierem formalizados pedidos de declaração de nulidade dos registos por qualquer interessado (chama-se, a este respeito, a atenção para o disposto no artigo 202.º do CPI). Estes pedidos de declaração de nulidade dos registos podem ser apresentados a todo o tempo junto do INPI (artigo 34.º n.º 2 do CPI).

Campo Maior: homem constituído arguido por roubo na via pública

Um homem, de 26 anos, foi constituído arguido, pelo Comando Territorial de Portalegre da GNR, através do Posto Territorial de Campo Maior, pelo crime de roubo, na via pública.

Na sequência de uma denúncia, em Campo Maior, foi possível apurar-se que um homem de 79 anos foi surpreendido por um grupo de pessoas, tendo um dos indivíduos, através de violência física, roubado 325 euros em numerário à vítima. No seguimento da denúncia, os militares da Guarda encetaram diligências policiais, tendo conseguido identificar o autor do roubo e recuperar o dinheiro, que foi entregue ao legítimo proprietário.

O suspeito foi constituído arguido, e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Elvas.

PSP fiscaliza 362 veículos em nove operações de trânsito

No período compreendido entre 6 e 12 de Dezembro, o Comando Distrital de Portalegre da Polícia de Segurança Pública (PSP) realizou nove operações de fiscalização rodoviária, tendo sido controlados 362 veículos e realizados oito autos de notícia por contraordenação. Destas ações resultaram quatro autos por falta de inspeção periódica obrigatória de veículo automóvel, um por utilização do telemóvel durante a condução; um por falta de utilização do cinto de segurança durante a condução; um por falta de seguro obrigatório e um por condução sob efeito do álcool.

Foram ainda realizadas sete ações de visibilidade em zonas de maior aglomeração de pessoas e nos locais de maior acumulação de tráfego e sinistralidade rodoviária; duas de fiscalização às normas de detenção, transporte e uso de armas de fogo e uma de fiscalização em estabelecimentos comerciais.

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No mesmo período, foram detidos três3 homens com idades compreendidas entre os 21 e os 37 anos, sendo um por condução de veículo automóvel sem habilitação legal e dois por cumprimento de um mandado de detenção e condução.

Registaram-se quatro acidentes de viação, dos quais resultaram danos materiais nas viaturas intervenientes.

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Atirador do Tiro e Caça e Elvas vence em Madrid

Rodrigo Dourado, atirador do Clube de Tiro e Caça e Elvas, sagrou-se campeão no decorrer da Prova VIP, do Clube de Tiro de Somontes, em Madrid, no passado fim-de-semana.

Para além deste resultado, destaque para o segundo classificado Rafael Guilherme, também atirador do clube elvense.

Coronel José Pimenta tomou posse como comandante do RC3 de Estremoz

Coronel José Pimenta

O novo comandante do Regimento de Cavalaria nº3 de Estremoz, o coronel José Pimenta tomou posse esta segunda-feira, 13 de dezembro, sucedendo no cargo o Coronel Jorge Pedro.

Aos microfones da Rádio ELVAS, o recém-empossado comandante do RC3 de Estremoz, assume que estas funções são uma “grande responsabilidade”, e afirma que “o Regimento tem sabido cumprir e desempenhar o seu papel, em conformidade com as orientações que vêm do escalão superior e do Comando do Exército” pelo que segundo diz, resta-lhe fazer “pelo menos tão bem como os antecessores e continuar a vida do regimento”.

Tenente-General António Martins Pereira

Este é um regimento, com uma grande história e não pertence apenas ao Alentejo, mas a todo o país, tendo várias capacidades, explica o Coronel José Pimenta, adianta que “as ligações com a sociedade civil e entidades locais é uma realidade muito importante para nós, estamos abertos e assim vai continuar, garantidamente, com o meu comando e tenho a certeza que Estremoz e as entidades locais estarão disponíveis para colaborar connosco, em tudo o que seja necessário”.

O Comandante das Forças Terrestres, Tenente-General António Martins Pereira, presidiu as cerimónias e refere que esta unidade “é muito importante fundamental no exército”, assim como a cerimónia de troca de comandantes, na medida em que “demonstra confiança no comando que entra e que sai, na missão desta unidade na região”,  e enaltece a participação das autoridades autárquicas para que “a conexão seja reforçada”, assim como na cooperação, no que for necessário, para a população.

Brigadeiro-General Pedro Gonçalves Soares

Já o comandante da Brigada de Reação Rápida, o Brigadeiro-General Pedro Gonçalves Soares, destaca o papel e a importância desta brigada, em Estremoz. “Ao contrário do que se possa pensar, Estremoz tem um papel importantíssimo nesta brigada, e cada vez maior, porque toda a área do reconhecimento, ligada aos drones, que permite aumentar as capacidades de reconhecimento sem grandes riscos para as forças, têm os meios concentrados” nesta cidade.

O presidente da Câmara de Estremoz José Sádio, marcou presença nas cerimónia e destacou a importância deste regimento, para a cidade, e com a qual a autarquia mantém uma relação muito próxima, aproveitando para felicitar o novo comandante. “O RC3 é determinante para as nossa existência, com a qual temos mantido uma relação muito próxima e de parceria diária, pelo que é imprescindível quer para o presente, quer para o futuro continuarmos a ter connosco o RC3”. José Sádio felicita ainda tanto o comandante cessante como o novo comandante que hoje tomou posse.

Programa do Natal em Portalegre entre os dias 14 e 24

O Natal em Portalegre, numa organização da Câmara Municipal da capital de distrito, continua a decorrer desde 8 de dezembro e até 8 de janeiro, através de atividades alusivas, ao sabor dos produtos mais notórios da região, desde os vinhos, aos doces conventuais, elaborados através da arte dos mais diversos criativos portalegrenses. Também as ruas da cidade representam esta época festiva, através de apontamentos musicais e culturais, animação e iluminação, com as forças vivas do concelho, onde as crianças, jovens e adultos elevam e dignificam as nossas canções e tradições, com orgulho, por todo o país.

Para os dias 14, 17 e 18: há Cinema de Natal, com o filme “Encanto”, nos dias 14 e 18, com sessões às 15, 18.30 e 21.30 horas, na terça-feira; e às 15 e 17 horas, no sábado, no Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre; na sexta-feira, dia 17, a Igreja de São Lourenço recebe o Orfeão de Portalegre para um Concerto de Natal, pelas 21.30 horas.

Nos dias 18 e 19 de dezembro, fim-de-semana de sábado e domingo, os artistas e criativos portalegrenses vão estar, no Mercado Municipal, a expor e vender as suas peças de artesanato, elaboradas com tanta dedicação e arte. Pode visitar esta Feira de Artesanato em ambos os dias, das 15 às 20 horas, apoiando os artesãos locais, pela sua visita, ou pela escolha das suas peças como opção de oferta natalícia.

Para os dias 18, 19, 20, 21 e 22 (de sábado a quarta-feira), para além do cinema existente no dia 18, sábado, bem como a Feira de Artesanato, também no dia 19, poder assistir, durante cinco dias, ao Cinema de Natal, gratuito, no Auditório do Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino, pelas 15 horas: dia 18, sábado, com o filme de drama e animação, “O Principezinho”; no dia 19, domingo, numa aventura e animação com “Polar Express”; no dia 20, segunda-feira, uma sessão familiar recheada de fantasia e animação, com “Um Conto de Natal”; “Arthur Christmas” é o filme de animação selecionado para o dia 21, terça-feira; e no último dia do Cinema de Natal gratuito, dia 22, quarta-feira, a sessão de animação e fantasia é com o filme “O Estranho Mundo de Jack”.

O Município de Portalegre afirma estar “atento, ao longo do evento, à evolução da situação epidemiológica em Portugal, considerando, se necessário, o cancelamento de algumas atividades, de forma a prevenir o agravamento da situação”.

A autarquia entende que vai “ser um Natal de todos e para todos, um Natal que queremos que seja vivido com saúde, amor e responsabilidade, passado com as nossas famílias, com os nossos saberes e sabores, com as nossas tradições e o nosso brio, com o orgulho de ser portalegrense”. Por isso, segundo o Município portalegrense, esta é “uma época recheada com quase tudo o que nos define: arte e artesanato, natureza e gastronomia, história e inovação, gente e poesia”.

Hospital de Elvas assinalou Dia de Santa Luzia (c/fotos)

O Hospital de Santa Luzia, em Elvas, assinalou hoje, dia 13 de dezembro, o dia da sua santa padroeira com a entrega das tradicionais bolachas de Santa Luzia a funcionários e utentes.

O presidente da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, Joaquim Araújo, felicitou todos os profissionais da saúde deste hospital destacando a necessidade de se “retomarem os afetos numa altura tão difícil que o país atravessa. Este é um dia muito importante, quer para o hospital quer para a ULSNA, uma vez que esta instituição é uma realidade que contribui para o compromisso que é a resposta em cuidados de saúde para a nossa população”.

Vera Escoto, diretora clínica da ULSNA, refere que com esta pequena lembrança pretendem “transmitir algum carinho e esperança a quem está no hospital”.

O Dia de Santa Luzia foi assinalado pelo Hospital de Elvas com a entrega das tradicionais bolachas de Santa Luzia e de uma imagem da santa padroeira.

Portugal regista mais 2314 casos de Covid e 15 óbitos

Portugal regista hoje, segunda-feira, dia 13 de dezembro, mais 2314 casos de Covid e 15 óbitos associados à doença.

Os maiores números de novos casos foram verificados 783 no Norte, 749 em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), 387 no Centro e 215 no Algarve.

As mortes ocorreram três no Alentejo, três no Algarve, três em LVT, três no Centro, duas no Norte e uma na Madeira.

Nas últimas 24 horas, registaram-se 1878 casos de recuperação. Os casos ativos são agora 68.538 e tiveram um agravamento de 421 desde ontem.

Em todo o território nacional, há 994 doentes internados, mais 30, dos quais 144 em unidades de cuidados intensivos, mais um desde ontem.

Isaac Santos recebe prémio de campeão nacional

O jovem elvense Isaac Santos recebeu, no passado sábado, dia 11, o prémio de campeão nacional MX 50, pelo presidente da Federação Motociclismo de Portugal, numa gala que decorreu no Casino Estoril.

No domingo, Isaac Santos competiu em Pègões, na pista MX Spot, onde se estreou a competir com pilotos mais velhos e na classe 65 centímetros cúbicos. O piloto elvense terminou em quarto lugar.

Campo Maior regista um óbito por Covid e oito altas

O concelho de Campo Maior regista esta segunda-feira, 13 de dezembro, mais um óbito por Covid-19 e oito recuperações da doença, pelo que estão agora 32 casos de infeção, ativos.

Desde o início da pandemia, Campo Maior já registou 863 casos de infeção, 818 altas e 13 óbitos.

Registo da patente dos capotes: “ilegítimo, mas não ilegal”, diz Ana Paula Amendoeira

Instalada a polémica em torno das samarras e dos capotes alentejanos, depois de um empresário do Penafiel ter registado os desenhos e modelos destas peças de vestuário, exigindo o pagamento de direitos de autor a todos os artesãos que os confecionam, a diretora regional da Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, em declarações à Rádio ELVAS, diz que este é um caso de “usurpação de direitos culturais absolutamente ilegítimo e inaceitável”.

Ainda assim, é permitido pela lei, porque, segundo explica, “não há qualquer tipo escrutínio na aprovação deste tipo de pedido de registo”, o que, do seu ponto de vista, é “gravíssimo”. “É ilegítimo, mas é não ilegal”, lamenta Ana Paula Amendoeira.

Agora, a Direção Regional de Cultura do Alentejo está a fazer todos os esforços, e dentro das suas possibilidades, para que se defenda os agentes da cultura da região, que “vivem desta arte de forma honesta”. Os capotes e as samarras são “património coletivo”, pelo que “se é de todos, não é de ninguém individual”. Em primeiro lugar, sendo “a maior urgência”, a Direção Regional de Cultura está a acionar todos os mecanismos jurídicos, no sentido de tentar travar o processo.

Procura-se também agora promover a inscrição da tradição do fazer-saber dos capotes no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial, assim como tratar da sua Denominação de Origem, para que se possa manter esta arte protegida. Ana Paula Amendoeira revela ainda que se está a trabalhar para que se reponha a verdade e a justiça, sentindo que, “nesta luta”, estão também todos os alentejanos, mas também grande parte da restante população do país.

Luís Testa: “inusitado e inacreditável” que INPI aceite registar patente dos capotes

Oito deputados do Partido Socialistas (PS), eleitos pelos círculos eleitorais do Alentejo (Beja, Évora, Portalegre e Litoral Alentejano), estão indignados com o que consideram “a usurpação abusiva da patente dos capotes e samarras alentejanos” e questionaram os Ministérios da Cultura e da Justiça sobre as diligências que estão a ser tomadas para a salvaguarda deste património cultural.

Um destes deputados, Luís Moreira Testa, eleito pelo círculo eleitoral de Portalegre, diz não compreender como é que alguém, não se sabendo com que “intentos”, pode querer registar uma patente do capote, que faz parte “da cultura e património da região Alentejo”. Agora, defende, é necessário participar criminalmente.

Uma preocupação maior, quer para Luís Moreira Testa, como para os restantes deputados socialistas que representam o Alentejo na Assembleia da República, diz respeito à forma como o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pode ter aceitado o requerimento de alguém que pretende registar a patente do capote.

“Isto parece-nos absolutamente disfuncional e inacreditável, porque é obrigatório o cumprimento de um determinado conjunto de requisitos que, sem se perceber muito bem que género de requerimento é que foi entregue, percebe-se logo que esses requisitos não são cumpridos”, adianta.

Moreira Testa diz ainda ser “absolutamente inusitado” o facto de o INPI aceitar o registo deste tipo de patentes, até porque “as patentes não servem para as criações artísticas”, mas sim “outro tipo de criações”. “São estas explicações que o INPI tem de dar, nomeadamente, aos deputados eleitos na Assembleia da República eleitos pelos distritos da região Alentejo”, remata.

O deputado diz ainda acreditar que “de forma rápida” serão repostas as normas vigentes a “favor daqueles que sempre se dedicar à atividade económica de fazer capotes, de os comercializar e para além de venderem esse produto, vendiam também o nosso destino, a nossa região: essa grande marca que é o Alentejo”.

Capote alentejano registado por “chico esperto que quer dinheiro à custa de outros”

A patente dos capotes alentejanos foi recentemente registada por um engenheiro civil da região de Penafiel, alegando que esta arte, que há décadas se fabrica no Alentejo, é sua por direito, tendo enviado cartas registadas aos artesãos da região exigindo o direito exclusivo desta arte.

A situação gerou uma onda de indignação por parte não só de artesão, como de políticos e outras entidades.

Contactada pela Rádio ELVAS, Rosária Grilo, representante das Confeções IMA, sediada em Santa Eulália, e que há mais de 90 anos fabrica a Samarra Tradicional, explica que nesta carta, enviada pelo advogado a todas as empresas que confecionam este tipo de artigo, constava que esta pessoa “tinha registado a patente, com um anexo com imagem do capote, capa e samarra alentejanos, em seu nome, pelo que para qualquer um de nós fabricar e comercializar este tipo de artigo estava disposto a negociar”. Rosária diz que esta pessoa não é nada mais do que “um chico esperto que quer ganhar dinheiro à custa do trabalho dos outros”.

Rosária Grilo adianta ainda que depois do advogado desta empresa ter respondido à carta registada, não obtiveram qualquer resposta.

Inicialmente, José Alpedrinha, dono das Confeções IMA, segundo explica Rosária, pensou que seria “uma brincadeira”. No entanto, depois verificaram que era real, pelo que todos ficaram “incrédulos”, até mesmo com as autoridades que autorizaram este registo, porque “não deveria ser permitido”. “Se alguém tinha que registar a patente era o senhor José Alpedrinha que há mais anos em Portugal fabrica estas peças, porque em Santa Eulália, é um negócio e um que ele herdou dos pais, apesar de ter frequentado uma escola de costura, em Lisboa, estes capotes, aqui, são feitos há cerca de 95 anos”, diz ainda.

Questionada sobre o facto de as confeções IMA, em Santa Eulália, nunca terem registado a patente, Rosária Grilo afirma que apesar de os fabricarem há muitos anos, nesta casa, não o fizeram porque “os capotes não são nossos, são de todos os portugueses, porque fazem parte das nossas gentes, da nossa cultura popular e das nossas raízes, então são de todos nós”.

A representante das Confeções IMA enaltece ainda “a união do povo português para repor o que é correto”: “a ver se acabamos com estes chico espertos que querem viver à custa dos outros, mas nestas alturas o povo defende aquilo que é nosso e une-se em prol da mesma coisa, pelo que está a ser bonito”.

Ação Dinamizar Fortalezas de Fronteira divulgada no Forte da Graça

O Forte da Graça, em Elvas, acolhe amanhã, terça-feira, 14 de dezembro, às 17 horas, a sessão de divulgação pública do Plano de Ação Dinamizar Fortalezas de Fronteira e do novo instrumento financeiro de apoio ao Turismo, que conta com a presença da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.

A sessão tem início com a intervenção do presidente da Câmara Municipal de Elvas, Rondão Almeida, seguindo-se a apresentação do Plano de Ação Dinamizar Fortalezas de Fronteira, pela arquiteta Leonor Picão; de seguida, é lançado e apresentado, por Luís Araújo, o Programa Transformar o Turismo e a sessão termina com a intervenção da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.

Esta segunda-feira há mercado no Parque da Piedade

O mercado quinzenal regressa hoje ao Parque da Piedade, em Elvas, sendo que este mês volta a realizar-se também no dia 27.

Numa altura pré natalícia, e segundo Paulo Gonçalves, dos Sabores Tradicionais Alentejanos, por esta altura, as pessoas procuram queijos e enchidos, muitas vezes para fazer cabazes de natal, para oferecer. “Procuram, para variar, queijos e enchidos mais baratos, e também baixamos os preços, para satisfazer o cliente, e conseguimos fazer um pack para oferecer”

Já Carla Saias, do concelho de Borba vende produtos de viveiro, de plantas de horta e flores ornamentais pequenas, desde alfaces, couves, amores-perfeitos, entre outros, da sua produção. Carla adianta que o mercado “está cada vez fraco e com menos gente, mas vamos sendo resilientes e continuamos a vir”, e a seu ver, a ausência de pessoas prende-se com o facto de “não haver organização, nem o defender do mercado e também por estar longe da população mais velha, que é aquela que, com maior regularidade, vem até aos mercados”, refere.

Já Tatiana vem do Algarve para vender plantas hortícolas e flores, bolbos e árvores de fruta, algumas de produção próprias, e é presença assídua no mercado, revelando que “as pessoas procuram cada vez mais plantas, para a sua própria horta”.

Mercado quinzenal em Elvas que decorre hoje no Parque da Piedade, em Elvas.

Dia de Santa Luzia assinalado esta segunda-feira

O Dia de Santa Luzia celebra-se hoje, dia 13 de dezembro. Santa Luzia é o nome popular de Santa Lúcia de Siracusa, uma santa mártir e virgem nascida no ano de 283 e falecida a 13 de dezembro de 304, na Siracusa.

A história de Santa Luzia está repleta de devoção e de sofrimento. Perdendo o pai ainda em criança e tendo a mãe doente, Luzia dedicou a sua vida a Cristo e deu todos os bens da sua família aos necessitados. Um abastado jovem pagão, por ela apaixonado, denunciou a sua fé ao imperador, acabando a santa por sofrer martírios por recusar negar a sua crença.

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A santa foi atirada ao fogo, mas saiu dele sem marcas. Um soldado tirou-lhe os olhos e entregou-os num prato à santa, mas milagrosamente nasceram novos olhos no seu rosto, ainda mais belos. Após os vários martírios falhados, a santa foi degolada, a 13 de dezembro de 304.

Santa Luzia é assim a santa da visão, a padroeira dos oftalmologistas e das pessoas com problemas de visão.

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