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Rosália Guerra: Alzheimer continua a não ser prioridade de saúde pública

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, sendo que quase 60% das mulheres e 50% dos homens, residentes em lares portugueses, revelam sinais de deterioração cognitiva.

Neste dia 21 de setembro, Dia Mundial da Pessoa com Alzheimer, Rosália Guerra, do gabinete Alzheimer Maior, da Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior, assegura que nunca é demais lembrar que doença é esta, que para além da perda de memória, leva à desorientação no tempo e no espaço, à alteração dos comportamentos, ao surgimento de apatia, depressão e alteração do humor.

“A incidência das demências é muito grande, sobretudo na população mais idosa, mas não nos podemos esquecer que começam a aparecer casos em idade jovem e é preciso estar em alerta para essas situações e priorizar as demências”, explica Rosália Guerra, que lembra que estas continuam a não ser uma prioridade de saúde pública. “As pessoas veem-se muitas vezes sem suporte, sem saber o caminho a percorrer, quando estão na iminência de uma demência”, adianta.

Com a urgência de “colocar os agentes políticos e sociais no foco das demências”, com o objetivo de as priorizar, foi lançado, recentemente, pela Alzheimer Portugal o Manifesto “Pela Memória Futura”. “É uma sensibilização mais forte à classe política para um conjunto de prioridades de atuação”, explica Rosália Guerra.

Rosália Guerra recorda ainda que, recentemente, o gabinete Alzheimer Maior procurou reunir, em Campo Maior, técnicos e profissionais da área, com vista à sensibilização da comunidade, adiantando que, tanto no Centro de Dia, como no lar da Santa Casa de Campo Maior, são muitas as pessoas com algum tipo de demência.

Estima-se que o número global de pessoas com demência aumente de 57,4 milhões em 2019 para 152,87 milhões, em 2050, devido, sobretudo, ao envelhecimento e aumento da população mundial. Em Portugal, o número de casos deverá quase duplicar, estimando-se 347 mil em 2050.

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