Mister Carlos Cardoso homenageado no dia que “O Elvas” levanta a taça de campeão

Em dia de festa para “O Elvas” Clube Alentejano de Desportos, em que a equipa sénior recebe da Associação de Futebol de Portalegre a taça de campeã distrital, o clube quis prestar este domingo, 12 de março, uma homenagem ao único treinador que conseguiu levar os azuis-e-ouro à I Divisão, o patamar mais elevado do futebol em Portugal: Carlos Cardoso.

Essa homenagem começou a ser prestada logo pela manhã, na sede do clube, num encontro do treinador com muitos amigos e seus antigos jogadores. Estava prevista também ser feita a apresentação da sua biografia, escrita por José Luís Tavares da Cruz.

O presidente de “O Elvas”, Paulo Canhão, assegurou que Carlos Cardoso é um homem que faz parte da história do clube, pelo que decidiram atribuir o seu nome a um dos balneários do clube, bem como permitir-lhe dar o pontapé de saída no jogo desta tarde, entre “O Elvas” e Gavionenses, no Estádio Municipal.

Quanto à conquista do campeonato, Paulo Canhão, apesar de se mostrar muito satisfeito, garantindo que a equipa fez uma época “fantástica”, lembra que ainda têm pela frente mais dois objetivos: ganhar a Taça e a Supertaça.

Durante estes últimos três anos, que foram de “desgaste”, e confessando que não tem intenção de se recandidatar ao cargo, Paulo Canhão explica que a atual direção procurou traçar um caminho para que “O Elvas” possa vir a alcançar “outros patamares”. Espera agora que em Assembleia-Geral, a decorrer ainda este mês, outras pessoas possam dar um passo em frente e apresentar-se a sufrágio.

Em declarações à Rádio ELVAS, o homenageado recordou a mítica viagem de comboio de Mangualde até Elvas, em 4 de maio de 1986, quando o clube alcançou, sob o seu comando, a I Divisão. “O comboio veio de Mangualde, fomos esperá-lo à estação e depois andaram comigo aos trambolhões até às muralhas”, lembra Carlos Cardoso, que, de Elvas, só guarda boas memórias, algumas delas também contadas nesta sua biografia.

Tendo treinado também o Vitória de Setúbal, o mister garante que foi em Elvas que foi “melhor tratado”. Quanto à atribuição do seu nome a um balneário de “O Elvas”, Carlos Cardoso manifesta também o seu agrado, até porque é no balneário que “se tomam as grandes decisões do futebol”.

Presente nesta sessão de homenagem esteve também José Eduardo Gonçalves, presidente de “O Elvas” na altura em que o clube alcançou aquele feito inédito, nos anos 80. “É uma alegria ter uma personagem como o Carlos Cardoso, o homem que foi o timoneiro de ‘O Elvas’, durante muitos anos e que levou Elvas ao patamar mais alto do futebol português”, recorda.

José Eduardo Gonçalves descreve Carlos Cardoso como um “treinador fantástico e humilde”, com quem aprendeu muito. Hoje, emocionados, ambos choraram “lágrimas de alegria”. Agora, o antigo presidente confessa que “não gostava de morrer” sem voltar a ver “O Elvas” na I Divisão. “É difícil, mas não é impossível”, remata.