Atropelamento mortal na A6 ou quanto vale uma vida humana?

O atropelamento mortal de um peão no troço da autoestrada A6, entre Elvas e o Caia, que ocorreu no passado dia 7 de março, merece ser analisado com muito cuidado e tiradas consequências, pois criou dúvidas sobre o controlo e patrulhamento da via.

Desconhece-se a razão da presença de um homem, a pé, numa via rápida que liga as duas capitais ibéricas, facto que representava um risco para o próprio e para terceiros.

Foi dado o alerta e soubesse mais tarde que a unidade de trânsito da GNR em Estremoz não está operacional, vindo uma unidade de Vendas Novas, uma hora depois (e acredito que os militares fizeram o melhor possível).

A Rádio ELVAS colocou questões e obteve respostas algo evasivas.  A GNR tem unidades de trânsito para a jurisdição sobre as autoestradas e não “pode” mobilizar os militares localizados nos Destacamentos Territoriais mais próximos, como alternativa para emergências? Estando a escassos metros da fronteira também não foi possível pedir ajuda à “Guardia Civil” espanhola? A Brisa também chegou tarde e as câmaras “devido ao mau tempo” não identificaram o homem na via.

Há uma semana, Bombeiros de Elvas e de Badajoz socorreram, com êxito e em cooperação, um condutor encarcerado numa colisão, mais ou menos, na mesma zona da autoestrada.

Termino com uma questão hipotética, longe vá o agouro, se aquele peão ou por exemplo um animal, tivesse provocado um despiste de uma ou várias viaturas ligeiras com múltiplas vítimas mortais, portuguesas e espanholas, como responderiam o Primeiro Ministro e o Ministro da Administração Interna portugueses, as estas questões dos seus homólogos de Espanha e à imprensa espanhola? Que segurança tem as autoestradas portuguesas?

Afinal, quanto vale uma vida humana?

António Ferreira Góis

Diretor Rádio ELVAS

 

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