A Biblioteca Municipal de Arronches pareceu pequena na tarde do passado sábado, dia 24 de setembro, tal foi a afluência ao lançamento da obra literária de Diogo Serra intitulada ‘Arronches com Vida! – Memórias e Afetos’, um verdadeiro manancial de recordações sobre os restaurantes, cafés e coletividades que existiam nesta vila alentejana na década de 60 do século passado.
Para apresentar o seu livro, o autor convidou Daniel Balbino e Moisés Cayetano Rosado, estando ainda presentes, junto ao escritor, o presidente da Câmara Municipal de Arronches, João Crespo e o fundador e responsável pela Edições Colibri, Fernando Mão-de-Ferro.
Como anfitrião, teve a palavra João Crespo, que começou por agradecer a presença de todos os que compareceram neste evento cultural, realçando, em nome da Câmara Municipal, o enorme prazer em receber a apresentação desta obra, que, por reunir memórias que irão perdurar no tempo, se revela de extrema importância para Arronches. O autarca referiu ainda que é um motivo de grande orgulho para o Município ter o autor a gravar em livro estas recordações, pelo que foi com facilidade que a autarquia se associou, desde a primeira hora, a Diogo Serra, prestando o auxílio necessário para a sua edição.
Seguiu-se Fernando Mão-de-Ferro, editor que mantém uma forte amizade para com o escritor, a quem deixou rasgados elogios por ser alguém que, pela sua dedicação a Arronches, desenvolve inúmeros estudos acerca da história e do património do concelho. Na opinião do editor, esta cultura imaterial, como a memória, a identidade e as tradições, é importante de ser conhecida pelos mais novos, sendo que à época, completamente diferente da que vivemos atualmente, as tabernas ou os cafés eram espaços onde se fomentavam amizades, trocavam opiniões, etc. e é fundamental que esses locais, que entretanto foram desaparecendo, fiquem perpetuados em livro, um meio que guarda informação eternamente.
Já o grande amigo do autor desde os tempos de meninice, Daniel Balbino, que se mostrou agradado por ver na sala escritores, professores e outras personalidades da área cultural, iniciou a sua intervenção realçando o gosto que partilha com Diogo Serra pela história de Arronches, pelas suas memórias, pelos seus costumes, pelo seu património, algo que é necessário preservar para que a comunidade se mantenha igual a si própria. O professor, à boleia da obra apresentada, partilhou então algumas experiências vividas nos espaços retratados, levando a assistência a recordar-se do que eram aqueles tempos. Por fim, não deixou de felicitar o escritor pelo lançamento deste livro, bem como a Câmara Municipal e a editora pelo contributo prestado para o mesmo.
Por sua vez, Moisés Cayetano Rosado, que também se revelou um amigo de longa data, quer do autor, quer de Fernando Mão-de-Ferro, começou por congratular Diogo Serra pelo lançamento da obra, agradecendo à editora pela aposta neste género de literatura. Abordando o livro, o escritor espanhol traçou um paralelismo entre o que eram, na altura, as regiões do Alentejo e da Extremadura espanhola, encontrando muitas semelhanças em vários aspetos, entre os quais as características das tabernas, dos cafés e das coletividades. Por fim, não quis deixar de enaltecer Arronches e tudo aquilo que o concelho guarda, a sua história, a sua gastronomia e sobretudo os seus monumentos, aproveitando para destacar o trabalho do Município na conservação deste património.
Finalmente, Diogo Serra fez uma breve alusão ao livro, o qual referiu como “um sonho” realizado, uma obra importante para perpetuar figuras históricas e para explicar aos mais novos o que era Arronches naquela altura e as diferenças que há, fruto da evolução temporal. O autor expressou então sentidos agradecimentos a instituições como a Câmara Municipal de Arronches, pela parceria ao longo do processo, à Casa do Concelho de Arronches, onde irá apresentar igualmente a obra, à Direção-Geral de Cultura do Alentejo, sempre disponível para ajudar a divulgar este património, à Entidade Regional de Turismo do Alentejo, à Junta de Freguesia de Assunção, à Junta de Freguesia de Mosteiros e à editora Colibri, que garantiu que estava pronto atempadamente, passando então agradecer muito particularmente aos amigos que o ajudaram, tais como Raquel Ferreira, Daniel Balbino, Moisés Cayetano Rosado, Elisabete Pereira, Emílio Moitas, Martinho Manuelito, António Pires, João Domingos Galão, aos filhos de Alfredo Saramago Santos, Frederico e Mariana, aos “gaiatos e menos gaiatos da Rua do Paço” e sobretudo a Fernando Mão-de-Ferro, a Rosa Isabel Aquino, a João José Redondo e em especial à sua família, por todo o apoio, com uma menção mais particular para Margarida Serra, sua filha, que o auxiliou na elaboração dos textos, sendo ela a autora do prefácio da obra.
Terminada a apresentação, ocorreu um pequeno período de troca de ideias entre os presentes e com a tradicional assinatura dos exemplares por parte do autor, à qual se sucedeu um beberete proporcionado pela autarquia na Sala de Convívio do Centro Cultural de Arronches.
Fonte: Município de Arronches