Perante uma alegada intenção do Agrupamento de Escolas nº3 de Elvas de querer extinguir as aulas de 9º ano na Escola de Vila Boim, a União de Freguesias de Terrugem e Vila Boim reuniu ontem, 3 de julho, no Centro Cultural, para expor a situação e perceber a opinião dos pais dos alunos sobre o assunto.
De acordo com José Guerra (na imagem), tesoureiro da União de Freguesias, que nunca terá sido informada desta situação pela diretora do agrupamento, em reuniões desta com os pais, todo o processo inerente à passagem dos alunos para a Secundária de Elvas não foi transmitido da melhor forma. “Nunca tivemos informação de nada. Numa reunião de juntas é que o presidente da Câmara nos alertou para essa situação. Soube-se que a diretora fez reuniões com alguns pais; os pais concordaram, mas as coisas não foram bem esclarecidas”, garante.
Na sessão de ontem, que contou com a presença de Rondão Almeida, foi “explicado como o processo se irá passar e não como foi transmitido aos pais”. Na base desta decisão (da passagem dos alunos de 9º ano para a Secundária D. Sancho II), adianta José Guerra, estará a construção de um laboratório. Com isso, e a alegada “falta de espaço e condições” da Escola de Vila Boim, estes alunos serão “levados para a secundária, por tempo indeterminado, para se tentar concorrer a um PPR, para se fazer as obras”.
Contudo, lembra o responsável, “para se fazer esse tal projeto, tem de se consultar a Câmara, que a Câmara é que intervém nas obras”. Para além disso, “hoje em dia, para se fazer um projeto, vai demorar algum tempo e vai ter de ir a aprovação. E se não é aprovado? Os miúdos regressam a Vila Boim? Não acredito”, comenta.
Ao todo, adianta o tesoureiro, serão cerca de 60 alunos que saem de Vila Boim para Elvas, situação que, segundo alega, irá acarretar vários problemas, como a distribuição de funcionários desta escola por todas as outras do concelho. “Se os miúdos não voltarem, há funcionários aqui a mais. Isto também vai mexer com a economia de Vila Boim. Há muita criança que está a querer vir de Elvas para Vila Boim. Não compreendo”, acrescenta.
José Guerra vai mais longe e assegura mesmo que Rondão Almeida terá já garantido que não irá levar a cabo “os tais melhoramentos”: “ele só teve conhecimento só há pouco tempo. Se tivesse sido informado há mais tempo, para próximo ano letivo, já se estaria a dar andamento às tais modificações na escola, que tem condições para se fazer o laboratório e até mais algumas salas”.
José Guerra diz acreditar que, mais dia, menos dia, e apesar das condições da escola de Vila Boim, esta vai ser mais um “monumento fechado”, reiterando que, depois da ida para Elvas, os alunos de 9º ano já não vão regressar. Situações como esta, assegura ainda, só contribuem para a desertificação das freguesias.
A Rádio ELVAS entrou em contacto com a diretora do Agrupamento nº 3 de Elvas, Fátima Pinto, que remeteu esclarecimentos sobre a situação para amanhã. Também contactámos a Câmara Municipal para ouvir o que Rondão Almeida tem a dizer sobre o assunto. Até ao momento, não nos foi possível obter declarações do autarca.