Os voluntários que partiram para a Polónia, no passado domingo, deverão chegar amanhã a Elvas, acompanhados de refugiados ucranianos. Os últimos dias têm sido de muito trabalho para que estejam reunidas todas as condições para receber estas pessoas que fogem da guerra.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Elvas disponibiliza as suas instalações “para acolher, de forma provisória, estas pessoas que chegam ao nosso país. Caso seja necessário fazer o seu transporte para unidade hospitalares, também podem contar com os bombeiros de Elvas, assegurou Amadeu Martins, presidente da associação.
“Em Santa Eulália existem proprietários generosos”
A afirmação é feita por Ana Sofia Alves, presidente da junta de freguesia de Santa Eulália, uma vez que “vários proprietário se deslocaram às nossas instalações para oferecer habitação. Temos um turismo rural, da dona Maria Quita, que disponibilizou três bungalows, mobilados, para usufruto desses refugiados. Também o salão onde funciona o refeitório, foi disponibilizado por esta senhora. Por outro lado, o professor Chocolate Contradanças, disponibilizou uma das suas moradia, também mobilada, para outra família”.
“Nunca sendo demais estas habitações, também estamos a disponibilizar o ATL como uma possibilidade de alojamento para mais famílias. Obviamente será de forma temporária, uma vez que foi criado e há a necessidade que ele receba as crianças, mas em último recurso temos também este espaço. Não está mobilado mas, caso nos ajudem a arranjar os equipamentos, nós disponibilizamos o espaço”, sublinhou a autarca.
“Todos os refugiados vão ter acesso a cuidados de saúde”, garante Vera Escoto
Vera Escoto (na foto), diretora clínica da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), explica que os refugiados, à sua chegada, “serão introduzidos no Registo Nacional de Utentes para que tenham acesso a todos os cuidados de saúde. Nós estamos também inseridos num programa europeu e foi solicitado, pela ARS, o número de camas de emergência. Vamos colaborar com oito camas, entre Elvas e Portalegre. Não podemos esquecer que a ULSNA tem que dar resposta às necessidades dos cidadãos do distrito e depois poderemos colaborar com as necessidades do povo ucraniano, com quem somos solidários desde a primeira hora”.
“O nosso trabalho é apenas um apoio num mundo de passos que estas pessoas vão ter que dar”, diz Luís Rosário
Luís Rosário, presidente da direção da Associação Gota D’Arte, referiu-nos que foram criados “bancos de tradutores para que possam acompanhar estas pessoas nos vários passos que têm que dar. No que diz respeito às bolsas de emprego e alojamento, temos tentado estimular as empresas para encontrar habitação e trabalho, mas isto é apenas um apoio naquilo que vai ser um mundo de passos que as pessoas vão ter que dar. Ainda bem que estão a ser criadas estas condições no CNT para que depois, com calma, possamos distribuir as pessoas”.
Entidades, associações e população de Elvas unem esforços para assegurar boas condições aos refugiados ucranianos que estão para chegar à cidade.