“Não podia ficar indiferente”, diz elvense que cedeu habitação a refugiados

O concelho de Elvas já está a receber ucranianos que fogem das invasões russas. À chegada à cidade, precisam de todas as condições e, nesta situação, uma cama para dormir e um prato de comida quente são essenciais.

Muitas têm sido as pessoas que disponibilizam alimentos, roupa e até alojamento para estes refugiados. Exemplo disso, foi a elvense Vitória Branco que disponibilizou uma moradia, na Calçadinha, em Elvas, para dar resposta às necessidades de quem precisa. “A habitação é composta por três quartos e está toda equipada. É uma casa de família que decidi colocar à disposição de que mais precisa, neste momento. Não sabemos o dia de amanhã e não podia ficar indiferente a esta situação”.

Esta casa já tem moradores, três adultos e duas crianças, já referenciados por outros ucranianos que já se encontravam em Elvas mas não tinham capacidades para os acolher. “Por residirem num T1 e já terem recebido um casal, estas pessoas não conseguem acolher mais refugiados e então, tendo sido esta uma das habitações sinalizadas desde o início desta campanha, já temos moradores a residir nela”, referiu-nos Luís Rosário, presidente da direção da Gota D’ Arte.

O MTA de Elvas já enviou “alimentos e roupa para bebé e senhora. Neste momento, temos tudo organizado para receber três, no máximo quatro, famílias em casas particulares. Já não vamos enviar mais nada porque temos as coisas cá para os receber. Sabemos que a Fundação António Gonçalves também está a preparar casas e a Quinta de São João tem lugar para 30 pessoas”, referiu-nos a irmã Maria de Fátima Magalhães.

Na próxima sexta-feira, dia 18, a rede social do Conselho Local de Ação Social de Elvas (CLASE) vai ter a sua reunião habitual, sendo que, nesta sessão, vai ser dada “especial atenção à questão dos refugiados”, segundo a vice-presidente da câmara de Elvas, Anabela Cartas.

A situação de guerra que muitas destas pessoas têm passado pode, efetivamente, provocar traumas psicológicos específicos. Nesse sentido, o Centro Humanitário de Elvas da Cruz Vermelha Portuguesa, “está disponível para, em colaboração com tradutores que permitam quebrar a barreira da língua, dar este apoio psicológico”, como nos referiu Isabel Mascarenhas, diretora do centro.

Para amanhã está prevista a chegada de mais um grupo de refugiados à cidade de Elvas, provenientes da fronteira com a Polónia.