Casa de acolhimento em edifício devoluto em Borba

A candidatura da Casa Social de Borba insere-se no Plano de Ação Integrado para as Comunidades Desfavorecidas (PAICD) de Borba, previamente aprovado e contratualizado com a Autoridade de Gestão do Programa Operacional da Região Alentejo.

A operação consiste na reabilitação integral de um edifício devoluto, sito na Rua de São Sebastião, em Borba, com vista à criação de uma Casa de Acolhimento Temporário, que terá como objetivo apoiar as famílias que da mesma venham a necessitar, com o objetivo de promover a inclusão social em territórios desfavorecidos, através de ações de regeneração física, económica e social.

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O imóvel encontrava-se devoluto, mas a utilização pré-existente destinava-se a habitação, sem outros usos associados e com capacidade estimada para uma família de até seis pessoas.

Esta Casa de Acolhimento Temporário foi pensada para atuar numa fração populacional específica com problemáticas sociais adjacentes e situações criticas que necessitam de intervenção urgente. A instalação deste equipamento de utilização coletiva, servirá de apoio às famílias com necessidades de realojamento por períodos não superiores a 4 meses.

Uma das particularidades desta edificação é a sua localização geográfica, situada no centro da cidade, próxima de superfícies comerciais, bancárias, de restauração, da Câmara Municipal e do Posto Territorial da GNR de Borba. Esta proximidade potencia o trabalho de inclusão e desenvolvimento social com estas famílias a ser desenvolvido pelo Serviço de Ação Social do Município de Borba, permitindo a intervenção imediata e concertada em situações urgentes.

À data, a operação assume um investimento total próximo dos 140.000 euros, tendo já aprovado apoio FEDER próximo dos 90 mil euros, encontrando-se o Município a preparar um pedido de reprogramação, para submissão à Autoridade de Gestão, com vista a solicitar apoio adicional de cerca de 30 mil euros e encerramento da operação no final do primeiro trimestre de 2022.

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Melhoria no acesso ao Cais do Tejo nas Portas de Ródão

O auto de consignação da empreitada de pavimentação do caminho de acesso ao Cais do Tejo nas Portas de Ródão, no concelho de Nisa, foi assinado nesta terça-feira, dia 7.

O ato decorreu na Câmara Municipal de Nisa, com as presenças de Idalina Trindade, presidente da Câmara Municipal, dos vereadores Dinis Serra e José Leandro Semedo, e dos representantes da empresa Ecovia Construções Unipessoal, Lda., que vai executar este melhoramento.

O Rio Tejo, junto às Portas de Ródão, entre o Alto Alentejo e a Beira Baixa, é um magnífico espelho de água muito procurado por modalidades náuticas, em especial na primavera e verão. Com esta beneficiação, a Câmara Municipal de Nisa conta dar mais condições para o acesso de pessoas e viaturas ao lado sul desse espelho de água.

Um óbito e cinco novos casos Covid em Elvas

Elvas regista esta quinta-feira, 9 de dezembro, um óbito e cinco novos casos de Covid-19.

Nas últimas 24 horas, foi ainda reportada uma recuperação.

No concelho, encontram-se agora 32 casos ativos de infeção.

Desde o início da pandemia, o concelho registou 1.833 casos positivos, 30 óbitos e 1.771 altas.

Duas fotos de Sérgio Conceição em revistas internacionais

Duas imagens da autoria do fotógrafo elvense Sérgio Conceição foram publicadas em revistas internacionais de Astronomia.

A primeira é uma imagem do Forte da Graça, em Elvas, enquadrada com a Lua Cheia de outubro de 2021, publicada na Astronomy Now, a maior revista dos Estados Unidos de Astronomia, desde 1987.

A segunda imagem é uma imagem do Castillo de Luna, em Alburquerque, na Estremadura esapnhola, enquadrada com a Lua Cheia de agosto de 2022, na Sky & Telescope. A revista Sky & Telescope, fundada em 1941 por Charles A. Federer Jr. e Helen Spence Federer, tem a maior e mais experiente equipa de qualquer revista de astronomia do mundo. Foi iniciada em 1929, pela Associação de Astrônomos Amadores, na cidade norte-americana de Nova Iorque.

Mais 3588 casos Covid e 23 mortes em Portugal

Portugal regista, esta quinta-feira, 9 de dezembro, 3588 novos casos de Covid e 23 vítimas mortais.

As novas infeções tiveram lugar, sobretudo, 1161 no Norte, 1104 em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), 723 no Centro e 371 no Algarve. Os óbitos ocorreram 11 no Norte, quatro em LVT, três no Centro, três no Algarve e dois no Alentejo.

Nas últimas 24 horas, foram também reportadas 1269 recuperações da doença. Os casos ativos tiveram um agravamento de 2296 doentes, totalizando 65.130.

Os internamentos, no nosso país, voltam a aumentar, uma vez que há mais 44 doentes em enfermaria, face ao dia de ontem, num total de 961 (um máximo desde 2 de agosto), e mais quatro em cuidados intensivos (142 ao todo).

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 1.181.294 casos de infeção, 18.610 óbitos e 1.097.554 altas.

Alentejo com mais 126 casos Covid e duas mortes

No Alentejo, são identificados, esta quinta-feira, 9 de dezembro, 126 novos casos de Covid-19 e reportadas duas mortes, associadas à doença.

Desde março do ano passado, na região foram reportados 43.331 casos de infeção e 1.069 óbitos.

Programa do Natal em Portalegre entre os dias 9 e 12

O Natal em Portalegre, organizado pela Câmara Municipal da capital de distrito, decorre entre 8 de dezembro e 8 de janeiro, através de atividades alusivas, ao sabor dos produtos mais notórios da região, desde os vinhos, aos doces conventuais, elaborados através da arte dos mais diversos criativos portalegrenses. Também as ruas da cidade representam esta época festiva, através de apontamentos musicais e culturais, animação e iluminação, com as forças vivas do concelho, onde as crianças, jovens e adultos elevam e dignificam as nossas canções e tradições, com orgulho, por todo o país.

Nos dias 9 e 11 de dezembro, decorre o Cinema de Natal, com o filme “Velozes e Traquinas: A Grande Corrida da Neve”, no Centro de Artes do Espetáculos; numa versão dobrada, o filme de animação é projetado na quinta-feira, dia 9, nas sessões das 15, 18.30 e 21.30 horas; no dia 11, sábado, pode assistir ao filme nas sessões das 15 e das 17 horas.

No fim-de-semana de dias 10, 11 e 12 de dezembro, pode saborear os vinhos e os doces da região, no Mercado de Vinhos e Doces de Natal, no Mercado Municipal de Portalegre: das 18 às 22 horas, no dia 10, sexta-feira; das 17 às 22 horas, no dia 11, sábado; e das 15 às 20 horas, no dia 12, domingo.

Nesse sábado, dia 11, pode ainda aproveitar a manhã e o início de tarde ao assistir às atuações tradicionais nos diversos espaços da cidade: pelas 10.30 horas, com o Rancho Folclórico dos Fortios (Tocata), no Mercado Municipal; pelas 15 horas, com o Grupo Cantares de Portalegre “O Semeador”, na Rua 5 de Outubro (Largo 28 de Janeiro); e pelas 16 horas, com a Sociedade Musical Euterpe, no Jardim da Avenida da Liberdade.

No domingo, dia 12, pelas 15.30 horas, atua a Associação Cultural Sons do Campo “Os Sopinhas”, no Centro Comercial Fontedeira.

O Município de Portalegre afirma estar “atento, ao longo do evento, à evolução da situação epidemiológica em Portugal, considerando, se necessário, o cancelamento de algumas atividades, de forma a prevenir o agravamento da situação”.

A autarquia entende que vai “ser um Natal de todos e para todos, um Natal que queremos que seja vivido com saúde, amor e responsabilidade, passado com as nossas famílias, com os nossos saberes e sabores, com as nossas tradições e o nosso brio, com o orgulho de ser portalegrense”. Por isso, segundo o Município portalegrense, esta é “uma época recheada com quase tudo o que nos define: arte e artesanato, natureza e gastronomia, história e inovação, gente e poesia”.

Marvão convida a comprar no comércio local

“Este Natal compre no Comércio Local” é uma iniciativa da Câmara Municipal de Marvão que vai premiar quem fizer compras nos estabelecimentos comerciais do concelho entre 8 de dezembro e 10 de janeiro.

Por cada 30 euros em compras, realizadas nos estabelecimentos aderentes do concelho de Marvão (comércio de bens, serviços, restaurantes e alojamentos), o cliente recebe uma senha de participação, que deve ser preenchida com nome, morada e número de telefone, para ficar habilitado a ganhar um dos 25 vales de compras que serão sorteados, no valor total de mil euros.

Os 25 prémios são três vales de compras no valor de 100 euros cada; seis vales de compras no valor de 50 euros cada; e 16 vales de compras no valor de 25 euros. O sorteio será realizado a 17 de janeiro, pelas 11 horas, no salão nobre dos Paços do Concelho, com transmissão em direto na página de Facebook do Município de Marvão.

Aderem a esta iniciativa municipal 48 estabelecimentos em oito localidades do concelho: um na Beirã, 18 em Santo António das Areias, nove em Marvão, 12 em Portagem, um em Olhos d’Água, três em São Salvador da Aramenha, três em Alvarrões e um em Porto de Espada.

Mais um caso Covid e seis altas em Campo Maior

Campo Maior regista esta quinta-feira, 9 de dezembro, mais um caso de Covid-19. Por outro, registaram-se também mais seis recuperações da doença, pelo que estão agora 39 casos de infeção, ativos.

Desde o início da pandemia, Campo Maior registou 845 casos positivos, 12 óbitos e 794 recuperações da doença.

Cão resgatado de esgoto pela GNR em Portalegre

O Comando Territorial de Portalegre da Guarda Nacional Republicana (GNR), através do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) de Ponte de Sor, resgatou, no passado sábado, dia 4, um cão que se encontrava em perigo em Portalegre.

“Na sequência de um alerta que um cão se encontrava em perigo, num ramal de esgoto com cerca de dois metros de altura, os elementos do NPA deslocaram-se ao local, tendo sido possível resgatar o animal”, explica a GNR em comunicado de Imprensa. Após o resgate, o animal foi entregue ao seu proprietário.

A GNR, através do Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), tem como preocupação diária a proteção dos animais. Para o efeito, pode ser utilizada a Linha SOS Ambiente e Território (808 200 520), funcionando em permanência para a denúncia de infrações ou esclarecimento de dúvidas.

SKAL debate turismo em Elvas: Câmara quer cidade como “referência turística”

“Tendências do Turismo Mundial – do Global ao Local” é o tema de um debate, inserido num encontro internacional da SKAL, que decorre na tarde desta quinta-feira, 9 de dezembro, no auditório São Mateus, em Elvas.

Neste encontro, explica a vereadora na Câmara Municipal de Elvas, com os pelouros da Cultura e Turismo, Paula Calado, procura-se, sobretudo, “dar a conhecer o potencial turístico da cidade”, sendo que, no decorrer, da sessão, estarão em debate “as hipóteses de desenvolvimento” deste setor.

“Temos cá o presidente da SKAL Espanha e o vice-presidente da SKAL Europa. A SKAL é precisamente um conjunto muito alargado, a nível mundial, de profissionais relacionados com o turismo, que vão desde jornalistas a operadores turísticos”, adianta a vereadora. Com este encontro, revela ainda, pretende-se que estes profissionais tomem consciência de “tudo aquilo que pode ser melhorado em Elvas”. Depois, serão “parceiros privilegiados” da Câmara Municipal “neste caminho” que se quer fazer, para se tornar Elvas uma cidade turística de referência.

Para isso, Paula Calado lembra que há ainda muito a fazer, sobretudo ao nível de investimentos privados. A vereadora revela ainda que à comitiva, hoje em Elvas, e ainda antes do debate, que decorre entre as 15 e as 17 horas, será apresentado o património, mas também o que existe em termos de hotelaria e restauração.

“Nós sabemos que o que existe é, neste momento, insuficiente para os nossos planos de expansão e precisamos que privados, sejam ou não elvenses, invistam no nosso concelho, que venham e que não tenham medo de apostar”, diz ainda. “Falta muita vida noturna em Elvas, que é também um grande apoio para o turismo e nós temos de alavancar tudo isto para sermos aquilo que queremos e merecemos”, remata.

Dois dos elementos da comitiva foram recebidos, esta manhã, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, pela vereadora, sendo depois acompanhados numa visita pela cidade.

Duas viaturas destroem porta de hospital em Almendralejo

Foto: El Periodico Extremadura

Duas viaturas embateram, na madrugada desta quinta-feira, 9 de dezembro, contra a porta do Hospital Tierra de Barros de Almendralejo, tendo provocado um grande susto ao pessoal que ali trabalha, bem como os pacientes, além da destruição da entrada, como documenta a fotografia ao lado.

Segundo revela o El Periódico Extremadura, os veículos passaram pelas portas automáticas de vidro que dão acesso ao edifício, às 3.45 horas desta madrugada, supostamente com a intenção de roubar uma caixa multibanco, Cajalmendralejo, que está no seu interior.

Aparentemente, tentaram abri-la, mas não conseguiram roubar nada, tendo apenas provocado danos materiais, com portas automáticas partidas e vasos de flores e móveis danificados.

A Polícia Científica investigou o local na manhã desta quinta-feira. Já o ministro da Saúde, José María Vergeles, lamentou o acontecimento, nas suas redes sociais.

 

“O Elvas” joga em Sintra no domingo à tarde

A partida Sintrense – “O Elvas”, da nona e última jornada da primeira volta da primeira fase da Série E do Campeonato de Portugal, está marcada para as 15 horas de domingo e é acompanhada em direto pela reportagem da Rádio ELVAS.

O conjunto de Sintra é o terceiro classificado, com 12 pontos, e o único sem derrotas nesta prova (duas vitórias e seis empates); os alentejanos estão no sexto lugar, com 11 pontos (dez conquistados em casa e apenas um fora), com três vitórias, dois empates e três derrotas. Além do Sintrense-“O Elvas”, a ronda nove tem mais quatro encontros, todos no domingo: Coruchense-Belenenses, Sacavenense-Ideal, Lagoa-Pêro Pinheiro e Rabo de Peixe-Loures.

A Rádio ELVAS, na tarde de domingo, entre as 14 e as 18.30 horas, apresenta o seu espaço de informação desportiva, com a reportagem em direto centrada em Sintra, numa emissão com Carlos Falcato e António Ferreira Góis.

42 anos de Ensino: reforma à porta não é motivo de satisfação para todos

Professora de Físico-Química há praticamente 42 anos, Fernanda Claro, atualmente na direção da Escola Secundária D. Sancho II, em Elvas, está a um ano de ir para a reforma.

“Eu sempre gostei muito de ensinar, senti-me realizada, toda a vida, nessa função. Quando vim para a direção, apesar das minhas tarefas não serem só lecionar – e continuo a ter uma turma – há muito trabalho aqui, de organização e gestão, pelo que tenho menos contacto com os alunos e a sala de aula, mas continuo a gostar muito dos alunos, da sala de aula, e acho que era essa a minha vocação desde o início”, começa por revelar a professora.

Agora, “nesta altura do campeonato”, depois de uma vida inteira dedicada ao ensino, Fernanda Claro diz não ter muita vontade “de ir embora para casa”, apesar dos momentos de maior desânimo, em que o seu trabalho e a postura, enquanto profissional, assim como de toda a classe, não são valorizados pelo Ministério da Educação.

Esta é apenas uma professora, entre um total de 18, do Agrupamento nº 3 de Elvas, que no decorrer dos próximos quatro anos irão deixar o Ensino, por entrarem na reforma. Sem uma aposta na formação inicial de professores, estas escolas, à semelhança do que irá acontecer em todo o país, irão, com estas saídas, enfrentar uma séria falta de docentes.

Para que esta situação esteja a verificar-se, Fernanda Claro garante que tem contribuído, sobretudo, as colocações de professores, em início de carreira: um dos maiores problemas na profissão, que, acaba por afastar os estudantes, depois do 12º ano concluído, das áreas do ensino. “São seres humanos, têm família, e é como se tivessem que montar uma outra casa, num outro sítio, para além da despesa que tudo isso acarreta”, explica.

No início de carreira, diz ainda, “trabalha-se quase para aquecer para que contem aquele tempo de serviço para ficar no quadro mais facilmente, porque há professores que andam anos e anos a contrato”. Há mesmo professores há 30 anos a contrato, conta Fernanda Claro. “Em quase nenhuma profissão isto existe”, assegura.

Relativamente à “solução” encontrada pelo Governo para colmatar a falta de professores – a contratação até 2030 de mais de 34 mil diplomados em áreas que não ao do Ensino – Fernanda Claro não tem dúvidas que será o própria Educação do país a sair prejudicada, acabando por perder qualidade.

Contratação de diplomados noutras áreas para o Ensino é “um retrocesso”

Duas mãos cheias não chegam para quantificar o número de professores que, no Agrupamento de Escolas nº3 de Elvas, no decorrer dos próximos quatro anos, irão reformar-se e, com isso, deixar a Secundária de Elvas e a Escola Básica de Vila Boim com falta de docentes: uma realidade que, por esta altura, já se verifica.

Ao todo, revela a diretora do agrupamento, Fátima Pinto, serão 18 os professores a entrar na reforma, sendo que, por outro lado, por esta altura, já faltam docentes nas áreas de Inglês, Mecânica e Eletricidade. “Temos grupos já muito carenciados, como o de Inglês, com o horário sem colocação desde outubro; noutros horários que tínhamos, como das Mecânicas e Eletricidade tivemos que distribuir por horas extraordinárias, para outros professores, porque não temos professores nessas áreas”, começa por explicar.

As lacunas dizem também respeito às áreas de Português e da Informática. “No grupo de Português, ainda tivemos colocação de professores, mas é um grupo muito carenciado, assim como o de Informática, porque é muito solicitado: são técnicos muito solicitados para empresas, em que a remuneração é muito competitiva relativamente à educação”, adianta Fátima Pinto.

No decorrer dos próximos quatro anos, um “número elevadíssimo de professores”, com idades entre os 60 e os 62 anos, irão reformar-se. “Só aqui no nosso agrupamento são 18 pessoas. É muito”, assegura.

Ao todo, na Secundária de Elvas, atualmente, falta apenas um professor de Inglês, sendo que não faltam mais, noutras áreas, dada a atribuição de mais turmas e horas extraordinárias a outros docentes.

Fátima Pinto assegura que o problema da falta de professores, que já se sente, resulta do desinvestimento, por parte do Ministério da Educação, na formação inicial de docentes. “É muito raro, num conjunto de alunos que terminem o 12º ano, ouvirmos um que diga que queira ir para a formação inicial de professores”, revela a diretora, lembrando as dificuldades que os docentes enfrentam nos primeiros anos de serviço: “isto tem a ver com o incentivo da classe profissional dos docentes, com as remunerações que são pagas, assim como com as colocações, porque os professores andam sempre com a casa às costas e, em quatro anos estão aqui, no ano de contratação, e depois vão para outro lado, que muitas vezes é do norte para o sul”.

Quanto à contratação que o Governo pretende fazer, ao nível de licenciados em áreas, que não as do ensino, para Fátima Pinto trata-se de “um retrocesso”, uma vez que estes profissionais não estão habilitados para a docência. “São pessoas que não têm o estágio, não tiraram a profissionalização, mas que vão entrar para colmatar falhas, que a educação e a contratação de professores têm”, diz ainda, lembrando que “quando se diz que qualquer é professor, não é bem assim”.

Com o final do primeiro período letivo à porta, a Fenprof estima que entre 20 a 30 mil alunos, no país, continuem sem aulas a pelo menos uma disciplina por falta de professores: um problema que está identificado e que levou já o Governo a anunciar a contratação de cerca de 34 mil profissionais, até 2030, para compensar reformas.  Com isto, o Ministério da Educação quer atrair diplomados de áreas que não a do ensino para serem formados dentro das próprias escolas e terem assim acesso à carreira docente.

Reforma aos 66 anos e 41 de carreira: “é muito cansativo”, diz professor José Pedro

O professor José Pedro (na foto) vive em Elvas e leciona sociologia na Escola Secundária de Campo Maior. Atinge idade de reforma no dia 6 de dezembro de 2022, pelo que se vai reformar com 66 anos e três meses, o que corresponde a 41 anos de tempo de serviço.

Aos nossos microfones explica que as escolas “têm uma gritante falta de professores e é evidente que o pessoal está cansado e, os da minha idade ou aproximadas, sentem-se um pouco injustiçados pela ausência de progressão na carreira”.

“O próprio contexto escolar, falta de disciplina e interesse dos alunos”, são motivos que fazem, segundo revela o professor, “com que as pessoas estejam um bocado saturadas”.

Reformar-se aos 66 anos, com 41 anos de carreira “é muito cansativo, e se olharmos para outras profissões, da função pública, que atingem uma pré reforma ou aposentação mais cedo, aquilo que fazem com os professores é nitidamente uma injustiça e as pessoas estão saturadas”.

O professor José Pedro não diz que está saturado, porque tem funções que tem de cumprir, assim como o seu dever, e apesar de saber que tem do outro lado alunos que precisam de si, a sua disponibilidade “é cada vez menos”.

Quanto à carreira docente e à contratação de professores, José Pedro afirma que “é pouco apelativa”, porque os vencimentos são muito baixos, e os professores, sobretudo jovens, que estão deslocados de casa e têm que pagar habitação, alimentação e deslocação, as pessoas ganham mal, os ordenados são baixos, miseráveis e alguns deles é unicamente para ter tempo de serviço e se poderem aproximar em casa”.

“É uma vergonha o que se passa no sistema, quando olhamos para a carreira militar, que aproximam as pessoas de casa, aqui não, temos colegas que são do Norte ou sul, casados, com filhos, e têm de deixar a família para vir para aqui”, reforça José Pedro, terminando dizendo que “aquilo que fazem à carreira docente e aos docentes é uma vergonha”.

Jaime Carmona: falta de professores por “desinvestimento na formação”

O aumento do número de professores que se deverão aposentar nos próximos anos obrigará à contratação de cerca de 34,5 mil profissionais até 2030/2031, para assegurar que não há falta de docentes nas escolas.

Se falarmos da região Alentejo, serão precisos 2.737 para o Alentejo.

No Agrupamento de Escolas de Campo Maior, e como explica Jaime Carmona, diretor do Agrupamento “a realidade não foge da realidade nacional, pelo que urge dar uma resposta cabal”, adiantando que “há oito professores, que nos próximos dois anos se vão reformar, num universo de 130 professores, sendo que a média de idades dos professores é de 50 anos”.

Jaime Carmona refere que a falta de professores “é uma realidade que já sabíamos que ia acontecer”, muito devido ao “desinvestimento na formação de professores”, e estas medidas têm efeito a longo prazo.

Relativamente à realidade do agrupamento, esta situação revela o diretor, “terá que pôr em risco alguma coisa, uma vez que a localização geográfica não vai ajudar, havendo mesmo em Lisboa falta de professores, devido à deslocação dos mesmos da sua residência, porque ganham para pagar as contas, e apesar de ser uma realidade, não deixa de ser triste, pelo que o ensino não vai sendo atrativo para as novas gerações”.

No que à falta de professores do agrupamento diz respeito, o diretor do Agrupamento de escolas de Campo Maior refere que “felizmente”, não tem havido muitos desses casos, recordando que há dois anos estiveram dois meses sem professores de história, mas depois conseguiram, afirmando que sentem que “cada vez há mais essa dificuldade”, pelo que este ano, refere “tentámos precaver esta situação, na oferta em termos de horários para contratação, tentámos que os horários dos professores fossem completos, o que garante emprego durante o ano, mas vai sendo cada vez mais difícil porque os candidatos vão desistindo ou por já estão colocados, ou porque são de longe e não lhes compensa”.

A contratação de 35 mil professores até 2030 “é ambiciosa” por parte do ministério, lembrando que uma pessoa demora cinco anos para tirar o curso, explica Jaime Carmona, mas espera que seja “exequível”, e reafirma que “há um desencanto, mas há também um sentido de missão, deste lado”. “As pessoas com 65 anos sentem tristeza por terem tido um percurso rico e sentirem que a profissão precisava de ter outro tratamento”.

“Com 40 anos de serviço tinha corte de 300 euros”, diz professor Manuel Cabacinho

Manuel Cabacinho (na foto) é natural de Estremoz e é professor de Educação Tecnológica. Tem 66 anos e oito meses de idade, mais dois que a idade de reforma exigida para os professores, actualmente fixada nos 66 anos e seis meses.

Apesar de já ter ultrapassado a idade de reforma, o professor, com 40 anos de serviço, acabou por recusar a reforma que lhe foi atribuída porque iria sofrer “um corte de cerca de 300 euros.

“Eu quando comecei a ser professor, abracei a profissão mesmo de coração, porque era algo que eu gostava muito e gosto. Mas hoje em dia já não consigo dar as aulas como dava antigamente. Eu sou da área das artes e esta é uma profissão que se está a tornar bastante desgastante, a todos os níveis”.

De acordo com o professor, quando começou a lecionar, a idade de reforma era de “55 anos ou 36 de serviço. Com o passar do tempo, a idade tem vindo a aumentar cada vez mais”. Manuel Cabacinho lamenta que já não consiga ter o mesmo empenho e dedicação nas aulas, “devido ao desgaste da profissão”.

Há engenheiros informáticos a lecionar TIC no Agrupamento nº 1 de Elvas

O aumento do número de professores que se deverão aposentar nos próximos anos obrigará à contratação de cerca de 34,5 mil profissionais até 2030/2031 para assegurar que não há falta de docentes nas escolas.

Se falarmos da região Alentejo, serão precisos 2.737 para o Alentejo. Se noutros tempos os cursos de ensino tinham muita procura, atualmente a realidade é completamente diferente. “A precariedade do setor aliada à grande mobilidade a que os professores estão sujeitos, faz com que cada vez menos jovens se interessem por lecionar”, como nos referiu Paula Rondão (na foto), diretora do Agrupamento de Escolas nº1 de Elvas.

Neste Agrupamento, “a média de idade dos professores é de 50 anos. Este ano já se reformaram três pessoas e mais cinco têm o processo pedido”. Paula Rondão assegura que esta falta de professores, em determinadas disciplinas, “já se sente há pelo menos dois anos. Nós, há três anos, não tivemos professor de História, o ano todo. A Geografia e Matemática também sentimos dificuldades, ou seja, vai sendo transversal a todas as áreas. Se falarmos das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nem temos professor a lecionar, temos engenheiros informáticos e outras pessoas com habilitação própria para a área”.

“Em primeiro lugar, é necessário dar a devida valorização a um professor porque, muitas vezes, sentimo-nos uns fantoches. E falo de tudo, não é só dos concursos. Para além disso, a autoridade que um professor hoje tem vai sendo cada vez menor. Na minha altura, se eu chegasse a casa a queixar-me de um professor, era melhor estar calada, senão ainda levava mais. Hoje em dia não, hoje em dia os meninos já sabem que um professor, praticamente, nem gritar pode. A situação descontrola-se de tal maneira que temos que aguentar indisciplina, em idade em que a paciência é cada vez menor, devido ao desgaste da profissão”.

Elvas acolhe esta quinta-feira Encontro Internacional SKAL 2021

Elvas recebe esta quinta-feira, 9 de dezembro, no Auditório São Mateus, o Encontro Internacional SKAL 2021, com um debate sobre o tema “Tendências do Turismo Mundial – do Global ao Local”, entre as 15 e as 17 horas.

O SKAL é uma organização que junta mais de 12.800 profissionais de turismo de 99 países e que tem como missão maximizar as oportunidades de negócio em rede e desenvolver uma rede de turismo sustentável.

Tendo em conta a importância que o setor do turismo tem para a cidade de Elvas como motor da economia local, a realização desta reunião é uma oportunidade para promoção de Elvas como destino, posicionando a cidade de forma diferenciadora e com elevado valor identitário.

O encontro decorre de forma presencial e online, com transmissão via streaming através do canal “Tourist and Society Global Think Tank”, estando prevista a participação de Ramón Rivero (vicepresidente da Skal – Europa e Global), Fernando Olivera (Secretário do Ministro de Turismo do Estado de Tamaulipas – México), Rafael Vera Castillo (Presidente da Associação de Municípios do Chile e alcaide de Vicuña), Maximiliano Mauvecín (Federação de Câmaras de Turismo da Latinoamérica), Portal de América – Diretor de Europa, Isabel Portilla (Presidente da All Expedition – Estados Unidos), Diego González (Presidente de Turismo Acessível da Iberoamérica e vicepresidente da Junta de Membros Afiliados da Organização Mundial de Turismo) e Hugo Marcos (Secretário Geral do Comité Internacional de Festivais de Cinema de Turismo).

Este encontro é uma organização da Câmara Municipal de Elvas e Alianza Kairo SL, com a colaboração da Tourist and Society Think Tank, Rede Mundial de Turismo de Compras e Skal Madrid.