Mais de metade dos restaurantes fechou portas em janeiro e apenas 26% recorreu ao serviço de takeaway, de acordo com um inquérito da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
Os restaurantes que optaram por aderir ao regime de takeaway podem fazê-lo apenas até às 20 horas, durante a semana. Ao fim-de-semana, o takeaway apenas pode funcionar até às 13 horas. As entregas ao domicilio podem fazer-se também no período da noite.
Fernando Moro (na foto), proprietário do restaurante Mercato, em Elvas, refere que “a receita conseguida em regime de takeaway é uma ajuda mas não é suficiente. Há dias em que nem dá para pagar as despesas. Não acredito que consigamos abrir antes de abril. As expetativas são muitas porque no espaço de um ano, metade estivemos fechados”.
Quanto ao encerramento das fronteiras, Fernando Mor não percebe “porque estão fechadas. Somos uma União Europeia mas quando há algum problema cada um fecha-se na sua casa. Isso não é união. É uma desunião completa. Nós vivemos muito de turismo. Temos também alguns clientes de Elvas mas essencialmente os nosso clientes são da zona de Badajoz e Mérida. Com a fronteira fechada é praticamente impossível”.
O verão do ano passado ajudou a que o balanço de 2020 não fosse tão mau quanto era expectável. Fernando Moro espera que também “este verão seja bom para tentarmos tapar os buracos que forma sendo abertos durante o tempo em que estivemos fechados”.
A nível nacional, 44% das empresas já despediram trabalhadores desde o início da pandemia, enquanto 19% assumem mesmo que não conseguirão manter todos os postos de trabalho até ao final do primeiro trimestre. 25% dos restaurantes optaram por não se candidatar ao lay-off simplificado, dos quais 14% não o fizeram para terem a possibilidade de despedir funcionários.