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Contar histórias e criar narrativas talvez seja um dos mais antigos hábitos da humanidade. Tudo é sobre histórias, sobre o que passou, sobre o que virá, sobre o que está acontecendo. E é justamente nisso que surge o storytelling, ou em uma tradução literal, as narrativas. Extremamente útil no cinema, na literatura, nas campanhas publicitárias e nos videojogos, o storytelling viu a sua própria história mudar ao longo dos anos, passando por significativas transformações. Uma das principais transformações que essa técnica passou foi causada pela tecnologia: a capacidade de se tornar interativo, especialmente no universo dos games. Saiba mais sobre isso a seguir.
O começo do storytelling interativo
Nas histórias, o storytelling sempre foi uma característica bastante presente. Neste sentido, o público sempre teve o desejo de influenciar de alguma forma nas narrativas e, por isso, com o tempo estas técnicas foram ainda mais aprimoradas com o uso da tecnologia. Nos jogos, por exemplo, os jogadores passaram a tomar decisões em tempo real, sendo capazes de mudar diretamente o curso e a narrativa da história, criando uma experiência única, dinâmica e cada vez mais personalizada. Com início nos jogos de RPG, esse novo modelo de uso das narrativas serviu de base para que, mais tarde, toda uma indústria de games se apropriasse disso e usasse estes elementos para construir os jogos da forma como os conhecemos até hoje.
A revolução digital
Especialmente a partir dos anos 1980 e 1990, a interação nos jogos passou a patamares ainda mais elevados. Jogos como Final Fantasy e Monkey Island introduziram em seus lançamentos narrativas mais complexas, em que pequenas decisões tinham a capacidade de influenciar em todo o desenrolar das histórias. Isso fez com que as abordagens se tornassem mais profundas e os jogadores cada vez mais importantes e independentes na criação de suas próprias narrativas.
Já nos anos 2000, quando os jogos eletrónicos se tornaram ainda mais populares em todo o mundo, o storytelling interativo pode se consolidar ainda mais. Títulos como The Walking Dead contribuíram para isso, especialmente ao apresentarem desfechos personalizáveis e distintos de acordo com as escolhas de cada jogador. Essa abordagem acabou aumentando o envolvimento emocional dos jogadores, ao mesmo tempo em que reforçava a ideia de que cada decisão, por menor que pareça, pode impactar diretamente em todo o universo do jogo.
Impactos no mercado de streaming
Além do universo dos games, a interação também encontrou seu espaço no cinema e na televisão. Um dos exemplos mais marcantes e recentes foi Black Mirror, da Netflix, em que os espetadores poderiam escolher o destino do protagonista no episódio Bandersnatch, lançado no ano de 2018. Além da Netflix, plataformas como Amazon Prime Vídeo também já começaram a experimentar narrativas interativas que possam explorar o engajamento do público de formas diferentes. Nesta linha, a possibilidade de mudar histórias e com isso reter a atenção, pode ser uma boa saída para uma realidade contemporânea em que a atenção plena dos espetadores é cada vez mais disputada, especialmente pelo uso constante do celular e de
outros dispositivos eletrónicos.
O Futuro do storytelling interativo
Muitas outras possibilidades neste universo devem ser apresentadas no futuro. O conceito das narrativas independentes pode impactar ainda mais no universo de games, de cinema e da televisão. Além disso, é possível esperar uma integração cada vez mais frequente de recursos de Inteligência Artificial e Realidade Aumentada, que podem trazer ainda mais personalização para as narrativas. Gigantes do ramo do entretenimento já tem explorado estas possibilidades e, provavelmente, lançamentos nesse sentido devem ser vistos em breve. Seja nos videojogos, no cinema, nas casas de apostas bet, na literatura ou na televisão, a interatividade certamente vai seguir redefinindo o modo como contamos e vivemos a história.
Conclusão
A evolução de todo o mercado de storytelling, especialmente nos aspetos focados na interação, reflete o modo como as pessoas têm buscado por experiências cada vez mais únicas e personalizadas. Desde os livros até as narrativas baseadas na inteligência artificial, essa forma moderna de contar histórias com a participação do público deve continuar a se expandir, mostrando novas tecnologias e redefinindo a relação entre os criadores e a audiência. O futuro promete trazer experiências cada vez mais participativas, tornando o storytelling interativo uma forma ainda mais emocionante de entretenimento da atualidade.