Com um prejuízo “bastante grande”, a Casa Agrícola João Gordo Mendes, em Elvas, é uma das muitas explorações pecuárias que, de norte a sul do país, tem sido assolada pelo surto de Língua Azul, doença transmitida por um mosquito, que afecta principalmente as ovelhas e os borregos.
Embora confesse que não perdeu muitas ovelhas – entre oito a dez –, Mário Mendes, o sócio-gerente da Casa Agrícola João Gordo Mendes, explica que o “problema maior” diz respeito aos borregos. “Temos tido uma grande quantidade de nados-mortos, uma quantidade de animais que parecem que não são de tempo, que nascem sem vigor nenhum e depois, na fase até aos 15, 20 dias, têm morrido muitos borregos”, adianta, dando conta que já se registaram igualmente “alguns abortos”.
Quanto às medidas exigidas ao Governo, pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), no que toca à vacinação obrigatória dos animais, sem custos para os produtores, Mário Mendes diz que a CAP “acordou tarde”. “A CAP, de setembro até hoje, não disse nada e só começou a abrir o bico agora, porque tem havido muito movimento de agricultores que está contra as não medidas do Governo. A CAP não nos tem dado apoio nenhum e já devia ter falado há bastante tempo”, acrescenta.
Para evitar males maiores, Mário Mendes já pagou do seu bolso a vacinação das suas ovelhas. Caso não o tivesse feito, o produtor acredita que mais ovelhas teriam morrido. “Os borregos não vacinamos, porque só podem ser vacinados a partir dos três meses. No efetivo reprodutor, em princípio, já estamos protegidos, mas no efetivo dos borregos não, porque só são vacinados a partir dos três meses. Continua a existir o mosquito, continua a existir a doença e continuam a morrer na mesma”, remata.