A Roda de Carnaval voltou a realiza-se na Terrugem. No âmbito da ação de recolha “Terrugem – Da história do Homem comum”, também com a ajuda logística da ABAT e da Junta de Freguesia, num dos locais onde antes, tradicionalmente, se celebravam bailes e rodas de Carnaval, levou-se a cabo uma roda carregada de tradição e de gente animada que quis replicar como era o seu carnaval, o dos seus pais e o dos seus avós.
Assim, no Bêco (Salão da Estrela), graças às vozes e gestos em roda de participantes trajados para o carnaval, voltaram a escutar-se as músicas do Entrudo de outros tempos, onde não puderam faltar o burro do meio e outras, que as antigas gerações entoavam.
Já para o fim da festa, Comadres e Compadres, elevaram bem alto as suas bandeiras e esgrimiram animados argumentos, acerca de quem era melhor. Sem dúvida que, para quem assistiu, este ano as comadres tiveram mais léria e muito melhor desempenho. Parabéns para elas.
Cantaram-se e bailaram-se mais três ou quatro músicas, quando num repente, o boi entrou no recinto, aos saltos, marradas e pinotes, acabando com a festa e mandando para casa,“agora assustadas”, as gentes que momentos antes ali se divertiam numa roda de alegria carnavalesca.
Convêm aqui recordar que, o boi é composto de uma travessa de pau, um pano preto a tapar e dois cornos à frente e assentes na travessa estruturante. No seu interior há sempre um voluntario disposto a envergar a estrutura e a correr de maneira a assustar quem encontra pelo caminho.
Noutros tempos o boi, só aparecia na quarta-feira de cinzas para dar termo ao Entrudo. Este ano, para animar, ou desanimar a roda, por uma questão de recolha e gravação, optou-se por o integrar na festa. E a boa verdade, é que foi mesmo uma festa, graças a todos os que participaram e organizaram. “Viva o carnaval, viva a tradição da Terrugem, com amor ao que se é e ao que se foi”.