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BIOSTARV quer desenvolver biopesticida não tóxico e biodegradável

A II Conferência BIOSTARV, organizada pelo consórcio liderado pela Neovictus, decorreu no passado dia 7 de outubro, no Auditório Dr. Francisco Tomatas, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Portalegre.

Este foi um evento científico com o propósito de divulgar os resultados obtidos até à data no projeto de desenvolvimento de um biopesticida alvo-específico, não tóxico para o ambiente e biodegradável.

O evento contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Portalegre, do diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Politécnico de Portalegre (IPP) e representantes do Instituto Nacional de Investigação Agrária – INIAV, do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho, e da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.

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Nota de imprensa:

“A pandemia causada pela COVID-19 e a guerra na Ucrânia evidenciou a Co-Promoção: fragilidade da segurança alimentar europeia, que aumentará com as proibições dos pesticidas utilizados atualmente e que entrarão em efeito ao longo desta década. Para combater esta calamidade em potencial, o European Green Deal propõe a Farm2Fork Strategy para desenvolver um sistema alimentar seguro, saudável e sustentável, protegendo a natureza.

A proposta do Projeto BIOSTARV está alinhada a esta visão, e o consórcio formado pela Neovictus, o Instituto Nacional de Investigação Agrária – INIAV, o Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho, e a Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra tem o objetivo de desenvolver pelo menos um biopesticida não-tóxico e biodegradável inovador para o combate a três pragas relevantes da agricultura mediterrânica.

No dia 7 de outubro de 2022, no Auditório Dr. Francisco Tomatas, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Portalegre, foi realizada a “II Conferência BIOSTARV” para compartilhar os resultados obtidos nos primeiros 12 meses do Projeto BIOSTARV, os milestones alcançados, e foi tida uma discussão sobre o futuro da agricultura sustentável europeia.

O evento contou com a presença da Camara Municipal de Portalegre (CMP), do Politécnico de Portalegre (IPP), da Escola Superior Agraria de Elvas (ESAE) e do BioBIP, além de representantes e investigadores dos quatro co-promotores.

Na abertura do evento a Presidente da Câmara de Portalegre, Eng. Fermelinda Carvalho, que destacou a importância do Projeto BIOSTARV no contexto do Alentejo, constatando que “Projetos de investigação audaciosos que nos permitem sonhar com um futuro mais sustentável e acessível no sistema alimentar, a ciência para a agricultura é fundamental”.

O Professor Miguel Serafim, em representação do Politécnico de Portalegre (IPP), realçou a importância do vínculo entre a academia e a indústria e como este tem vindo a beneficiar ambas as partes, “O exemplo da Neovictus, em termos de instalação na nossa incubadora de empresas é claramente o exemplo de incubação física que nós queremos”.

O doutor João Transmontano, CEO da empresa Neovictus, deu início à programação científica com uma apresentação introdutória ao evento e ao Projeto BIOSTARV, apresentando o histórico da ciência por detrás do projeto e das ambições futuras para o mesmo.

Ao longo da manhã foram realizadas diversas palestras pelos grupos de investigação dos co-promotores do Projeto BIOSTARV.

O Instituto Nacional de Investigação Agrária – INIAV, representado pela Dra. Márcia Santos, pela Dra. Fernanda Simões, e pelo Dr. Fernando Felizes, apresentou os temas “Contextualização do papel do INIAV no controlo/deteção de pragas”, “Apresentação da parte relativa da seleção de péptidos”, e “Criação de populações de insetos em laboratório e protocolos de ensaio”, respetivamente, onde destacaram a eficácia demonstrada pelo produto em desenvolvimento nos resultados preliminares contra as moscas, mais especificamente, a mosca do mediterrâneo.

Relativamente ao grupo do Centro de Engenharia Biológica, da Universidade do Minho, a apresentação dos seus resultados passou pelo tema da “Clonagem, expressão e produção de péptidos em leveduras”, realizado pela Doutora Lucília Domingues, e pelo tema do “Desenvolvimento do processo de produção da levedura”, apresentado pelo Doutor José Teixeira. A equipa da universidade do Minho realçou, assim, a importância da obtenção de sistemas de expressão mais adequados ao fabrico do novo produto, nomeadamente, leveduras que tenham a capacidade de o produzir em maior quantidade. Este sistema de expressão, em conjunto com a otimização do processo de fermentação, irá gerar um aumento do rendimento da produção.

Contámos também com a apresentação de resultados do grupo do Centro de Ecologia Funcional, do Dep. Ciências da Vida, da Universidade de Coimbra, sobre a avaliação de risco ambiental de produtos fitofarmacêuticos, onde foram apresentados os temas “Os contributos da investigação desenvolvida na Universidade de Coimbra” e “Resultados preliminares dos ensaios ecotoxicológicos com biopesticidas no âmbito do Projeto BIOSTARV”, realizados pelo Doutor Tiago Natal da Luz e pela Doutora Matilde Moreira Santos, respetivamente. Com base nestas apresentações podemos articular que o produto apresentou resultados promissores nos ensaios preliminares, principalmente na baixa toxicidade nas abelhas.

No encerramento do evento, o Doutor João Transmontano destacou que a proposta de desenvolvimento de um biopesticida, não tóxico e biodegradável inovador, tem potencial disruptivo num segmento dominado por produtos prejudiciais ao ambiente, e, que pode vir a revolucionar o combate a diferentes pragas abrindo caminho para a prática de uma agricultura mais sustentável.

Este projeto tem orçamento global elegível de 949.787,57 € e é cofinanciado em 633.048,37 € pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Sistema de Incentivos à I&DT, integrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, apoiado no âmbito do Portugal 2020”.

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