Especialistas falam sobre o mercado português de jogos e os desafios que enfrenta atualmente. Embora alguns estúdios portugueses independentes deixaram de existir durante a pandemia, a maioria dos talentos emergentes desses mesmos estúdios ainda está trabalhando no ramo dos games juntando-se a grandes nomes mais bem estabelecidos no mercado.
Pequenos estúdios independentes surgiram em Portugal pelas forças combinadas de profissionais de jogos experientes e de recém-chegados talentosos no ramo de desenvolvimento de jogos. Uma das primeiras grandes empresas que entrou no mercado português em 2010 foi a Miniclip e continua a ser a maior empresa de videojogos a operar no país.
Enquanto alguns estúdios ainda resistem após a pandemia, muitos deixaram de existir com a crise econômica. A maioria dos talentos que ali trabalhavam simplesmente mudou para outras indústrias e ainda está trabalhando em desenvolvimento de jogos, o que mostra que o mercado é extremamente promissor, mas não muito atraente para pequenas empresas neste momento. Obviamente, alguns profissionais também foram para o exterior, principalmente para a Alemanha, Reino Unido e Finlândia, e outros ainda criam seus próprios indie ou work-for- estúdios e projetos.
Uma visão rápida de como é a indústria portuguesa de jogos neste momento
Se juntarmos todos os profissionais relacionados com a indústria do jogo a trabalhar em Portugal, teremos entre 600 e 800 criadores de jogos. Mais de 200 novos trabalhadores ainda chegam no mercado a cada ano, que são vêm de universidades e escolas de comunicação social, por exemplo.
Estes números devem crescer rapidamente nos próximos anos. Especialmente devido à todas as novidades da cena gaming em Portugal, que torna o mercado cada vez mais promissor e ávido por empregar todos os recém-chegados. São cerca de 16 diplomas de universidades e escolas técnicas diretamente relacionados a video jogos com programas de estudos de licenciatura e licenciatura plena que existem de norte a sul do país, como em Vila Real, Barcelos, Porto, Leiria, Lisboa, Algarve e Covilhã.
Que tipo de desafios está a enfrentar o cenário dos jogos portugueses?
A indústria de jogos em Portugal ainda é considerada como algo novo ou recente, e isto não é inteiramente verdade. Existem jogos criados em Portugal desde o início dos anos 80 e a maioria das empresas em Portugal são autofinanciadas sem apoio de ‘Business Angels’, VCs, Bancos ou Fundos Públicos.
Além do investimento restrito, mesmo para este mercado em pleno crescimento, os altos impostos são outro problema para a indústria portuguesa de jogos. Até que um único produto de jogo esteja pronto para ir ao mercado, a burocracia para a aprovação pode levar meses ou até anos! Assim, a competitividade frente ao mercado internacional é fortemente prejudicada.
Principalmente porque empresas desenvolvedoras de jogos que tem origem em outros países da União Europeia são valorizadas e respeitadas no seu mercado interno além de contarem com apoios financeiro que inclui de impostos até que o produto/jogo esteja pronto para ir ao mercado. Sem dúvidas este é um forte impulsionamento financeiro que faz toda a diferença na representatividade de um país no mercado dos games!