Uma coleção de roncas de Elvas, produzidas por Luís Pedras, está até a 6 de janeiro, Dia de Reis, em exposição, na Casa da Cultura, na Praça da República.
Trata-se de uma exposição que o artista elvense garante ser uma retrospetiva da sua obra, relativamente ao trabalho de reabilitação e restauro deste instrumento musical “tão identitário” da cultura de Elvas, com trabalhos de coleções particulares, como é o caso, entre outros, da Câmara Municipal e de Gaspar Magarreiro, e alguns apontamentos fotográficos, com imagens de fotógrafos como José Silva, Jorge Grenho e Jacinto César.
Este, garante o oleiro, é o momento “de virar a página” do seu projeto, depois dos milhares e milhares de roncas que já produziu, que se encontram espalhados por países de quase todos os continentes, algumas delas agora em exposição: umas mais tradicionais, outras mais contemporâneas e outras que são “inspiradas na reinterpretação do instrumento, que é africano”.
A ronca, um instrumento que remonta aos tempos do Neolítico, adianta Luís Pedras, tem muitos outros nomes. Há quem lhe chame zabumba, zurra-burros, zamburra e até roncadeira. “Mas o que mais prezo é respeitar a alma e a essência do instrumento, que de facto é muito arcaico. Estamos a falar de há dez mil anos. São os primeiros membranofones de fricção, que foram descobertos após a descoberta dos foles”, revela o oleiro elvense.
Na Casa da Cultura, Luís Pedras apresenta, para além das roncas, uma intervenção artística, com recurso a materiais de construção, como barro e tijolos.
“25 anos de Roncas D’Elvas” pode ser visitada, com entrada livre, de segunda e sexta-feira das 10 às 13 horas e das 14 às 17 horas.