Crescer sem violência doméstica – o impacto da exposição de situações de violência doméstica nas crianças foi o mote da sessão que decorreu esta sexta-feira, o Museu de Arqueologia e Etnografia, numa organização da CPCJ de Elvas.
Marcaram presença diversas entidades ligadas a esta temática, desde os tribunais, às forças de segurança, passando pelo Núcleo de atendimento às vitimas de violência doméstica de Portalegre, entre outras.
Patrícia Sousa, psicóloga clínica do núcleo, na vertente mais direcionada para as crianças e jovens, explica que “as mudanças comportamentais são um dos principais sinais de alerta, podendo a criança, que é exposta a situações de violência doméstica, tornar-se mais agressiva”.
Raquel Guerra, presidente da CPCJ de Elvas, considera que “foi uma manhã muito positiva na prevenção de um problema tão grande como a violência doméstica. Atualmente, a CPCJ de Elvas tem ativos cerca de 90 casos. Não sendo todos de violência doméstica, a verdade é que este tipo de crime tem vindo a aumentar no último ano e meio”.
Maria José Rodrigues, Magistrada do Ministério Público do Juízo local Cível de Elvas, explica que “nas situações em que a vítima e o agressor são um casal e se separam, havendo filhos envolvidos, o tribunal intenta uma ação de regulamentação parental urgente para que as crianças não sejam ainda mais envolvidas no processo”.
No entanto, esta medida pode acarretar perigos para a vítima, uma vez que, “apesar do contacto com o agressor ser mínimo, este pode continuar a exercer violência, uma vez que, enquanto pais, tem sempre que haver alguma comunicação entre os dois”.
O impacto da exposição de situações de violência doméstica nas crianças foi analisado hoje, numa iniciativa da CPCJ de Elvas que surgiu no âmbito das comemorações do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra Mulheres.