A decisão do encerramento da creche da Associação de Beneficência “Amigos de Terrugem” (ABAT) continua a dar a que falar, com um grupo de pais a exigir respostas, para que a valência daquela instituição se possa manter em funcionamento.
A situação complica-se depois de, na Assembleia Geral de terça-feira, onde foram votadas as contas da ABAT, os pais e sócios não terem tido oportunidade de debater o assunto, nem numa Assembleia Geral Extraordinária, marcada para o dia seguinte, uma vez que dois dos membros da Mesa da Assembleia se demitiram do cargo. Posteriormente, um terceiro elemento demitiu-se igualmente.
Um desses membros é Leonel Nascimento (na foto), que exercia funções de presidente da Assembleia Geral, sendo um dos sócios fundadores da instituição. Não querendo adiantar grandes pormenores sobre a situação, justifica a sua demissão apenas com a forma como foi tratado, garantindo que nunca mais faz nada em prol da ABAT.
“Aquela Assembleia – eu que já tenho alguns anos e muita coisa vivida até na política, parecia que tínhamos voltado ao PREC (Processo Revolucionário em Curso), em 1975. Até fui apelidado de ladrão, eu que dei quase 40 anos da minha vida àquela instituição, desde sócio fundador, desde a andar lá a cavar. Peço a minha demissão e nunca mais lá meto os pés”, garante.
Leonor Nascimento, que foi também presidente da direção da instituição, garante ainda que nunca mais irá volta a assumir qualquer cargo na ABAT. Para além de Leonel, demitiram-se também das suas funções o 1º e 2º secretários da Assembleia Geral.
Quanto às ofensas, alguns pais, com quem a Rádio ELVAS falou, garantem que as mesmas não existiram no decorrer na Assembleia de terça-feira, ainda que outros assumam que os ânimos se exaltaram e que os membros da Mesa chegaram a ser vaiados.
Para a decisão do encerramento da creche, a ABAT invoca os prejuízos avultados com esta valência, na ordem dos 42 mil euros, entre 2019 e 2020, a falta de crianças e as exigências da Segurança Social relativamente ao número de auxiliares necessários.