“O Elvas” reuniu em Assembleia Geral Extraordinária, na noite desta quarta-feira, 12 de junho, na sua sede, e na presença de cerca de 80 sócios. A reunião serviu, por um lado, para analisar o pedido de demissão da direção e, por outro, para eleger uma nova Comissão Administrativa.
A agenda tinha cinco pontos, mas o aquele que fez a reunião durar cerca de três horas, foi precisamente o pedido de demissão da direção de Hugo Mimoso que, perante os sócios, descreveu as suas razões para o divórcio com a administração da SAD. “O presidente da SAD não quis ter diálogo comigo. Eu marquei uma reunião, onde quis que estivesse presente a estrutura da SAD e do clube e apareceu toda a gente, menos o presidente da SAD, que mandou recado, pelo sócio José Eduardo Gonçalves”, começa por dizer.
“Para as coisas continuarem”, recorda Hugo Mimoso, o presidente da SAD queria que “o clube trocasse o membro da administração da SAD, que, por acaso, era o presidente do clube”, adianta, assegurando que não aceitou isso. “Disse que não concordava, porque quem me meteu lá foram os sócios e esses sócios têm de ser respeitados”, adianta. Tendo sido esta a “gota de água”, a direção apresentou a sua demissão em bloco, “depois de 11 meses” a ser “desrespeitada”. “Foram muitas situações que foram criando este desgaste”, acrescenta.
Hugo Mimoso garante que tudo aquilo que fez, enquanto esteve à frente do clube, foi sempre com o objetivo de “defender os interesses” de “O Elvas”, sendo que não abdica dos seus “valores e princípios”. O agora ex-presidente diz sair “orgulhoso” e de “consciência tranquila”, assegurando que não “mudava nada” daquilo que, com a sua equipa, fez em prol do clube.
No que toca ainda à discussão da demissão da direção, houve intervenções bastante acesas de José Eduardo Gonçalves e Rondão Almeida. José Eduardo Gonçalves, que não prestou declarações no final, disse que “a SAD nunca foi aceite por Hugo Mimoso” e que o agora ex-presidente “não abraçou a SAD, que não é humilde e que não reconheceu o trabalho feito pela Comissão Administrativa”. “Por tudo o que fez pela SAD, Hugo Mimoso tinha que acabar mal”, disse ainda.
Já Rondão Almeida, que falou na Assembleia enquanto sócio, garantiu que “o maior problema é a separação terrível” que existe no clube. Dizendo que há que “respeitar a história da instituição e quem trabalhou”, o autarca assegura que Hugo Mimoso “não fica na história do clube” e que José Eduardo Gonçalves “não é um sócio igual aos outros”. “Temos que respeitar todos os que deram muito para defender os interesses do clube”, acrescentou.
Rondão, na qualidade de presidente da Câmara, confirmou que foi ele quem colocou a direção a par dos investimentos da SAD. Esses investimentos, disse ainda, “eram e são bons para Elvas”.
No decorrer da sessão, foi votado um voto de agradecimento à direção cessante, bem como de apoio ao investidor da SAD, por proposta de Rondão, com a quase totalidade dos sócios a mostrarem que querem que a SAD continue em Elvas.
Foi ainda eleita uma nova Comissão Administrativa, liderada pelo antigo presidente Eurico Candeias. A equipa conta também com Nelson Domingos, Nicolau Santos, João Pedro Ruas, Hugo Tavares, Céu Silva Fernandes, Marisa Ribeiro, Manuel Pontes Henriques e Higino Guerra.
Eurico Candeias diz que, acima de tudo, quer pacificar o clube com a SAD e os sócios. A intenção é que haja “um casamento feliz”, para que ‘O Elvas’ e a SAD estejam “num só caminho” de “felicidade e de sucesso”. “O resultado, no final, não é da direção, não é da SAD: é de todos, desde os pais, aos treinadores, à Comissão Administrativa”.
“Temos de ter sucesso com a SAD, tem de existir um relacionamento bom. Eu vim para ‘O Elvas” para haver consenso e não divergência”, disse ainda Eurico Candeias, no final da Assembleia Geral aos microfones da Rádio ELVAS.