A 23ª Conferência Regional do Secretariado Regional da Organização das Cidades Património Mundial (OCPM) decorre desde ontem, terça-feira, 12 de dezembro, no Hotel Villa Galé, em Elvas.
São mais de 30 as cidades património mundial, que estão representadas nesta reunião. Rafael Perez, coordenador da secretaria da OCPM do Sul da Europa e Mediterrâneo, revela que têm vindo a trabalhar em vários projetos, nomeadamente: “tentar potenciar os artesãos das várias cidades, como elemento patrimonial importante; descontaminar visualmente os centros históricos, que em algumas cidades é impactante a quantidade de cartazes pelas ruas; e ainda tentar que ofícios que se têm vindo a perder, que trabalham e restauram o património, através da pedra, madeira, pintura, entre outros, que não se percam”.
Para além destas questões pretende-se também que os jovens se envolvam mais nas questões patrimoniais das suas cidades. Para isso, acrescenta Rafael Perez, “têm acontecido encontros, em vários países, onde as cidades enviam um jovem, com um técnico da cidade, para trabalharem uma temática, baseada nas ferramentas da Unesco para a conservação do património, depois de três dias os jovens partilham a sua experiência e aprendizagem e apresentam conclusões, para que os governantes saibam a visão dos jovens, relativamente a esta temática”.
Rafael Perez demonstra-se “surpreendido” com o património de Elvas, que considera ser “maravilhoso”, destacando ainda a fantástica “gastronomia”.
Esta reunião, para a vereadora na Câmara de Elvas, Vitória Branco, pretendeu discutir “problemas comuns a todas as cidades património mundial, como preservação do património e as artes e ofícios, e só com o empenho de todos, nestas reuniões, podemos conhecer as boas práticas de outras cidades para implementar nos nossos territórios”. As soluções, esclarece a vereadora, passam por “criar grupos de trabalho específicos, na recuperação do património”.
Na reunião esteve também representada a cidade de Évora. Miguel Pedro, Chefe de Divisão de Cultura e Património na Câmara de Évora, garante que esta reunião permite “perceber os desafios, que são idênticos em várias cidades, e com isso encontrar sinergias que permitam encontrar possíveis soluções”.
No que diz respeito a Évora, Miguel Pedro adianta que os desafios estão, sobretudo, relacionados com “a preservação e requalificação de todo o património histórico, porque não há recursos suficientes para valorizar todo o património que têm, que é vastíssimo”.