A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Elvas decidiu tirar a confiança política nos eleitos na Câmara de Elvas, nomeadamente Cláudio Monteiro, Vitória Branco e Tiago Afonso, tal como tínhamos noticiado(ver aqui).
Em declarações à Rádio ELVAS, Bruno Mocinha, presidente da Comissão Política Concelhia do PS, revela que esta decisão não foi tomada “de um dia para o outro, nem de ânimo leve”. Desde que assumiu este mandato, há cerca de um ano, Bruno Mocinha garante que se começou um trabalho “de tentativa de concertação estratégica do partido”, onde tentaram trabalhar “com todos os eleitos de todos os órgãos autárquicos”, para os quais foram eleitos desde 2021.
O que levou, acima de tudo, a esta tomada de decisão, garante Bruno Mocinha, foi o facto de as propostas apresentadas pelo partido, para o Orçamento Municipal, não terem tido apoio, por parte dos três eleitos. “Notou-se, neste último ano, que os esforços que fomos tentando com os três eleitos, na Câmara Municipal, não geraram resultados, não conseguíamos concertar posições, no que toca a decisões na Câmara Municipal. Uma situação que foi evidenciada, através do documento de propostas que preparámos e que, não o vimos defendido, no dia em que foi votado o Orçamento Municipal para 2024, portanto isso acabou por ser também um catalisador da decisão”, adianta.
“Sabemos que tentámos de tudo, fizemos todos os esforços de convergência entre a comissão política e os três eleitos e, chegada à data de sábado, a comissão política decidiu pela retirada da confiança política”, adianta Bruno Mocinha.
A partir de agora, e depois desta retirada de confiança política, esclarece Bruno Mocinha, “todas as decisões, comunicações e intervenções dos três vereadores, não vinculam nem representam o PS, que beneficia do estatuto de oposição, porque os três vereadores estarão em representação própria, a título individual”.
O presidente da Comissão Política do PS de Elvas considera que a estratégia, com que se submeteu a eleições, em 2021, e através da qual as pessoas votaram, “não estava a ser defendida”.
“Depois da tomada de decisão, eu próprio liguei aos três vereadores, a comunicar esta decisão diretamente, antes de ser tornada pública, acho que acima de tudo impera o respeito que temos uns pelos outros”, afirma Bruno Mocinha.
“Em nenhum momento esta decisão partiu de qualquer animosidade, de quebras ou falhas de carácter pessoal, ou seja, isto é uma divergência política, e não pessoal”, remata o presidente da Comissão Concelhia do PS de Elvas.