O Bullying e as agressões não só a alunos, mas também a professores têm sido recorrentes em alguns estabelecimentos de ensino, a nível nacional. Elvas não é exceção a este fenómeno.
A Rádio ELVAS foi saber quando estas situações acontecem, quem e como devem atuar as as várias entidades, direção dos agrupamentos escolares, forças de segurança e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).
Nesta reportagem procurámos responder a estas dúvidas, dos encarregados de educação e da população em geral.
Começámos por perceber se nos Agrupamentos de Escolas nº 1 e 2 de Elvas, existem muitos casos reportados, de agressão. Paula Rondão, diretora do Agrupamento de Escolas nº1 de Elvas, revela que “surgem alguns casos e que, caso não possam ser resolvidos, internamente e com os pais, são reportados à CPCJ. Não posso dizer que não existem casos de bullying, porque existem, mas são situações pontuais, que tentamos resolver, de imediato, com os encarregados de educação, entidades competentes, bem como psicólogas e assistentes sociais da escola”, explica a diretora, garantindo que todos os profissionais da escola “são do mais preocupado que existe, com os alunos, tiram a camisola de professor e educador e estão ali para ser pais e mães dos nossos alunos”.
Quanto a agressões a professores, a diretora do Agrupamento de Escolas nº1 de Elvas afirma “felizmente, até hoje, nunca hoje nenhuma agressão a professores, por parte de encarregados de educação ou alunos”.
Paula Rondão garante ainda que este tipo de situações “é pontual”, a nível de ocorrências disciplinares, explica, “o número de vezes que Escola Segura, da PSP, se desloca à nossa escola é muito baixa e o número de ocorrências diminuiu bastante, mas como em qualquer outra escola estamos lá para resolver e tentar evitar esse tipo de situação e, todos juntos, tentarmos levar a que estas crianças sejam os melhores seres humanos possíveis”.
Já no Agrupamento nº 2 de Elvas, segundo a diretora Brígida Gonçalves, “há alguns casos de agressão, mas bullying forte não temos, mas quando suspeitamos de alguma coisa agimos logo, porque por vezes são agressões isoladas, trabalhamos com os nossos técnicos e com os miúdos e os pais, para averiguar a situação e , se for preciso, contactamos a CPCJ e a PSP”.
Neste agrupamento, esclarece Brígida Gonçalves, “são dois ou três alunos que provocam essas situações e estão sinalizados, os pais são chamados e tentamos batalhar para acabar com este tipo de situação”.
Questionada se no agrupamento que dirige há registo de agressões a professores, Brígida Gonçalves afirma que “já houve uma tentativa de agressão, por parte de um aluno. Tivemos uma situação mais forte, uma tentativa de agressão de um aluno a um professor, mas foi logo resolvido, entre os dois, em colaboração com a PSP e o pai foi contactado e a situação terminou aí”, adianta.
Em alguns casos de Bullying ou mesmo agressão física os agrupamentos de escolas comunicam a situação à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Elvas.
Raquel Guerra, presidente da Comissão explica como tudo se processa a partir daí: “nós recebemos várias sinalizações de situações, relativamente a comportamentos desviantes e inapropriados por parte de crianças e jovens. Em primeira instância, quando a recebemos a equipa avalia a situação e instaurar o processo, depois precisamos de convocar os pais ou quem tem a guarda das crianças, e precisamos do consentimento dessas pessoas, para depois podermos intervir”.
No entanto, a intervenção da CPCJ acaba na fase do processo onde não há resposta dos encarregados de educação “porque os pais não comparecem às nossas convocatórias, podemos fazer até três, uma delas com a colaboração da PSP. Por vezes alguns pais não comparecem, ou seja, não conseguimos ter nenhum tipo de intervenção, nem atuar dentro das nossas competências e aí temos de reportar diretamente para os serviços do Ministério Público”, esclarece Raquel Guerra.
Também a Polícia de Segurança Pública (PSP) é chamada a intervir, neste tipo de situações, nomeadamente através dos agentes afetos ao Programa “Escola Segura”.
No concelho de Elvas, desde 2020, a PSP tem conhecimento de dois casos de bullying. Estes dados são avançados pelo Chefe Principal José Francisco Moreira, responsável pelas Relações Públicas do Comando Distrital da PSP de Portalegre, que adianta: “felizmente, não temos tido muitos casos e, estes dois casos foram registados este ano, mas temos noção que podem haver situações que acontecem e não nos são comunicadas, daí o nosso trabalho em sensibilizar a comunidade para que possamos agir de forma célere”.
O chefe principal José Francisco Moreira esclarece ainda o modo de atuação da PSP, neste tipo de situações: “primeiro tentamos perceber o que aconteceu, junto do agrupamento, agilizamos e desenvolvemos um plano estratégico, muitas vezes em conjunto com o agrupamento, mediante a gravidade, se forem menos graves basta uma conversa com alunos, para tentar terminar com as ofensas ou agressões; já em casos mais graves é feita uma participação por factos ilícitos, comunicada ao Tribunal de Menores e à CPCJ, mas felizmente, deste casos graves, não temos tido na cidade de Elvas”, remata.
As entrevistas às diretoras dos Agrupamentos de Escolas nº1 e nº2 de Elvas, à presidente da CPCJ de Elvas e PSP, sobre este assunto, que pode ouvir no podcast abaixo: