José Janela: é preciso conhecer bem as substâncias perigosas em Elvas para “parar com a poluição”

O concelho de Elvas foi assinalado no mapa europeu, como um dos locais com prevalência de substâncias químicas conhecidas como “eternas”, num trabalho de investigação e jornalismo publicado em Inglaterra, pelo jornal “The Guardian” e, em Portugal, pelo Jornal “Público”.

A Ribeira Vale do Morto, a jusante da Barragem do Caia, é indicada com 10 nanogramas por litro de água e o Monte da Vinha, no rio Guadiana, com 750 nanogramas por litro de água, sendo estes os dois locais no concelho de Elvas, apontados por este estudo.

O mapeamento, segundo o “The Guardian” mostra os locais onde foram encontrados estes poluentes, conhecidos como produtos químicos eternos, que não se decompõem no ambiente, acumulam-se no corpo e podem ser tóxicos.

José Janela, presidente do Núcleo Regional de Portalegre da Quercus, esclarece que estas substâncias “englobam mais de dez mil produtos químicos e que podem causar problemas na saúde humana, de qualquer forma os autores do estudo alertam que, em alguns sítios, pode haver mais dados do que outros, em Portugal a situação não é tão preocupante, como noutros países europeus, mas isso pode dever-se ao facto de não serem feitas tantas amostragens, como noutros países”.

O ambientalista considera importante conhecer “a origem destes produtos, para que se possa parar com esta poluição, uma vez que podem poluir o solo, as águas e entrar na cadeia alimentar, através de plantas e animais selvagens e assim chegar às pessoas e causar problemas de saúde”.

José Janela deixa um alerta para que seja feita uma comunicação às populações, para que percebam quais os reais perigos destas substâncias. “A Agência Portuguesa do Ambiente tem a responsabilidade de fazer essas análises e, provavelmente, foram feitas, e vemos que há dois pontos em Elvas que foram identificados, o que não quer dizer que não possa haver mais, mas deixo um alerta para que seja feita uma comunicação às populações para saberem qual o perigo que essas substâncias podem trazer”.

No total, em Portugal foram identificados nove locais, com prevalência destas substâncias químicas, sendo que dois deles são em Elvas.

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