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Após dois anos, CURPI de Campo Maior abandona programa Escolhas

O programa Escolhas foi desenvolvido pela CURPI, durante dois anos, no Centro Escolar Comendador Rui Nabeiro

Ao fim de dois anos, a procurar a integração e a inclusão social de crianças e jovens, a nível educacional e social, provenientes de contextos mais vulneráveis, em Campo Maior, a Comissão Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos (CURPI), enquanto gestora, na vila, do programa governamental Escolhas, deu, no final de 2022, por terminado o seu trabalho neste âmbito.

Através deste programa, três funcionárias da CURPI acompanharam, ao longo de dois anos, crianças e jovens de etnia cigana, no Centro Escolar Comendador Rui Nabeiro, bem como alunos de países do leste. Integrar e combater o insucesso escolar foram sempre as principais premissas deste projeto.

Terminado o contrato, e apesar de ter sido solicitado à instituição que o mesmo fosse prolongado por mais meio ano, a CURPI não aceitou, revela o presidente José Pedro Caldeirão, lembrando que este foi um projeto que lhe deu muitas dores de cabeça: “eles pediram-me mais seis meses, mas eu disse-lhes que nem mais um dia”.

Com o Escolhas, cabia à CURPI, por mais que, posteriormente, fosse ressarcida, avançar com os ordenados das funcionárias afetas ao projeto, o que, inevitavelmente, deixava a instituição numa posição mais vulnerável. “As funcionárias gastavam o dinheiro, para acompanhar as crianças menos privilegiadas, de maneira que eu tinha de avançar com esse dinheiro e com os ordenados e o Escolhas só nos pagava ao fim de três meses”, recorda o presidente da CURPI.

José Pedro Caldeirão

Descrevendo esta como uma fase complicada para a instituição, José Pedro Caldeirão explica que “o Escolhas usou sempre as instituições particulares de solidariedade social em benefício deles”. “Nós é que ficávamos abananados”, acrescenta.

Para se poder gerir um projeto como este, assegura José Pedro, é necessário ter dinheiro, algo que a CURPI não tem. Não tendo verbas suficientes para fazer face às despesas, a CURPI contou com um empréstimo de sete mil euros, por parte do comendador Rui Nabeiro, a pedido de “alguém”. “Eu não queria, porque eu tenho confiança suficiente para pedir-lhe o que necessito, aliás, esta casa está feita porque ele ofereceu para aqui cem mil euros”, acrescenta.

Ainda assim, e apesar das dificuldades, José Pedro Caldeirão não tem dúvidas que este foi um projeto “muito importante”, sobretudo para as crianças e jovens que estiveram abrangidos pelo Escolhas.

O Escolhas é um programa governamental de âmbito nacional, criado em 2001, promovido pela Presidência do Conselho de Ministros e integrado no Alto Comissariado para as Migrações.

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