Portugal Lés-a-Lés: motociclistas lutam para contrariar efeitos da seca

A centena de sobreiros entregues às crianças da Escola Básica de Arronches, ao abrigo da campanha de sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, revelam “apenas uma pequena parte do esforço levado a cabo pela Federação de Motociclismo de Portugal e pelos motociclistas para mudar a paisagem das serras nacionais”.

A iniciativa que “encaixou na perfeição com o projeto em progresso nesta Eco-Escola, sobre a sustentabilidade, e que mereceu palavras de muito apreço do presidente da edilidade local, João Crespo, que, juntamente com a presidente da unidade escolar, meteu mão ao trabalho para ajudar na plantação do primeiro sobreiro, no recinto da escola”.

O objetivo de promoção ambiental “ganhou outro significado no decorrer da segunda etapa do 7.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, que levou centenas de aventureiros de Tábua a Arronches. É que o muito pó que acompanhou a caravana ao longo do dia, as marcas de alguns incêndios e a abundância de eucaliptais foi o contraponto à imponência da Serra da Estrela que esteve no horizonte durante boa parte da etapa bem como da Serra do Açor. E reforçou a motivação para a defesa da floresta nacional, com recurso à plantação de árvores de espécies autóctones”.

“Isto num dia que começou fresco, com o céu encoberto a reduzir o ímpeto do sol, facilitando assim a tarefa na passagem das Beiras para o Alentejo, através de Vila Velha de Ródão. Onde, num magnífico enquadramento, em espaço verde junto ao Rio Tejo, foi montado um acolhedor Oásis. Tempo (e espaço) para retemperar forças, com uma bem nutritiva sopa, ovos mexidos ou bifanas, muita fruta e água, enquanto se debatiam as peripécias da primeira parte da tirada.

Bastou passar o Tejo para descobrir caminhos mais rolantes, onde alguns estradões rápidos escondiam várias armadilhas sob a forma de buracos que exigiam muita atenção. Tal como os corta-fogos utilizados nos últimos quilómetros, como muita pedra solta e grandes regos, deveras exigentes sobretudo para as grandes trail. Nada que os participantes não estivessem à espera num passeio onde a descoberta das mais cativantes paisagens se junta ao desafio e à capacidade de superação.

Tudo numa ponta final marcada pela passagem no Parque Natural da Serra de S. Mamede e que deixou marcas no equipamento e nos rostos, tanto era o pó. Quase irreconhecíveis na chegada a Arronches, depois de 268 quilómetros muito exigentes com muito pó, os participantes foram recebidos com os sorrisos e a alegria contagiante da Lynn, Luísa, Inês e Andreia as hospedeiras que animam os palanques com muita dança e diversões a condizer com a situação. Depois dos borrifadores de água e dos espanadores, vamos ver o que espera os resistentes na chegada Vila Real de Santo António, após um dia que se prevê muito longo, com quase 400 quilómetros de aventura e muita condução”.