A guerra na Ucrânia tem trazido algumas consequências que começam a ser sentidas, um pouco por toda a Europa, principalmente no aumento do custo de vida. Por esse motivo, têm sido vários os setores afetados com a escassez de produtos, ou matérias-primas, vindas deste país, e o setor da agricultura não foge à regra.
Segundo Joaquim Capoulas, presidente da Apormor, “Portugal através das suas políticas desprezou, um pouco, a sua soberania alimentar”, consequência da fraca “auto-suficiência alimentar. No caso dos cereais, é uma base da alimentação do nosso povo, que só tem 4% de produção”, sendo esta uma situação que poderia ter sido evitada.
O engenheiro acredita que “pensamos que com o poder local, com a nossa câmara podemos traçar alguns objetivos, no ordenamento do território onde há espaço para tudo”, existindo “zonas de cultura, onde se pode produzir em maior quantidade, temos a Barragem dos Minutos, pequenos regadios individuais, há pequenas parcelas em quase todas as propriedades agrícolas e outras onde se deve manter os habitats para todas as espécies”.
Em relação à situação de incerteza que se vive, consequência da guerra que se vive às portas da Europa, o presidente da Apormor considera que é necessário “sentar na mesma mesa, todos os que, no nosso concelho, se preocupem com o bem-estar das populações, com a sustentabilidade dos meios rurais e com as preocupações ambientais”.
Joaquim Capoulas realça que “é necessário criar consciência de que o mundo mudou e que aquelas certezas que se tinham com a globalização, que era atribuir a cada parte do mundo, as suas tarefas”, já não é viável. Segundo o engenheiro “Portugal não pode estar dependente de tudo o que vem de fora porque se há uma crise e se esta situação de guerra alastra, aí vamos ter situação parecida com os anos 30, antes da II Guerra Mundial”, alerta.
A situação de incerteza que se vive na Europa, gerada pela Guerra na Ucrânia é uma preocupação para os agricultores e produtores portugueses.