Os valores para transporte de doentes não urgentes foram já atualizados, numa tabela que não sofria qualquer alteração desde 2012. Uma medida tomada depois de a Liga dos Bombeiros Portugueses e o Governo terem chegado a um acordo, para fazer face ao consecutivo aumento de combustíveis.
Amadeu Martins, presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Elvas, revela que “nas viaturas ligeiras, o aumento foi de cinco cêntimos, passando para 0,56 euros o quilómetro, e a taxa de saída passa para oito euros, num aumento de três euros; já nas viaturas médias, o aumento é de sete cêntimos, passando para 0,58 euros e a taxa de saída passa para 10 euros, num aumento de cinco euros, alterando também os quilómetros para a taxa de saída, que em vez de 20, passa para 15 quilómetros”.
Este aumento, segundo Amadeu Martins, em nada resolve o problema das associações uma vez que, estes cinco cêntimos, face ao preço do combustível não beneficiam as associações de bombeiros. “É uma atualização que em nada vai resolver o problema das Associações, porque se fizermos as contas, estes cinco cêntimos a mais, por quilómetro, não dá em nada, porque a maioria das viagens não dá lucro nenhum, pelo contrário só dá prejuízo”. Amadeu Martins acrescenta que “estes aumentos em nada beneficiam as Associações de Bombeiros”.
O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Elvas acrescenta que, apesar deste aumento, “continua a não haver um preço definido para as viaturas que fazem evacuações, que é um transporte de doentes urgentes, que é pago ao mesmo preço do transporte não urgente, quando o consumo destes veículos é muito maior e, debatemo-nos para que seja pago um valor razoável ao quilómetro, por essas evacuações, mas até ao momento ainda não conseguimos que as nossas pretensões fossem atendidas”.
“Isto é um presente envenenado que nos estão a dar, querem-nos aliviar o torniquete, mas ele cada vez está mais apertado”, diz ainda Amadeu Martins, apelando ao Estado e poder local para que “olhem mais para as Associações de Bombeiros como uma associação que presta um serviço à população e não uma empresa”.