Preços na Extremadura 10% mais caros do que há um ano

O Índice de Preços de Consumo (IPC) subiu 10,3% no mês de março, na Extremadura, relativamente ao mesmo mês, em 2021, o que supõe meio ponto a mais que a média nacional.

Em relação ao mês anterior, os preços registaram uma subida de 3,1%, um décimo a mais, do que a nível nacional. Este aumento não era registado desde 1985, há 37 anos.

Por setores, os preços subiram na Extremadura em março: na habitação, que aumentou 40,6 por cento face ao mês homólogo do ano anterior, e nos transportes, subiu 20,6 por cento, seguindo-se a alimentação e bebidas não alcoólicas, que subiu 6,8 por cento, e hotéis, cafés e restaurantes, 4,5 por cento. O IPC para o setor de famílias também aumentou 3,2 por cento; bebidas alcoólicas e tabaco, 3%; outros, 2,4%; lazer e cultura, 1,3%; ensino, 1 por cento, e medicina, 0,5 por cento.

Por outro lado, os setores que baixaram os preços em março na Extremadura, em relação ao mesmo mês do ano anterior foram o vestuário e calçado, que desceu 0,6 por cento, e nas comunicações, desceu 0,5 por cento.

No país como um todo, o IPC subiu 3% em março em relação ao mês anterior e subitamente elevou a sua taxa homóloga em mais de dois pontos, para 9,8%. De acordo com o INE, a subida homóloga do IPC para 9,8% deve-se à subida dos preços da eletricidade e do gasóleo para aquecimento; o aumento dos preços dos combustíveis para veículos pessoais; o aumento dos preços dos serviços de restauração e alojamento, e o aumento generalizado dos preços dos alimentos, especialmente peixes e mariscos, carnes, legumes e verduras e leite, queijo e ovos.

A vice presidente do Governo espanhol e ministra dos Assuntos Económicos e Transformação Digital, Nadia Calviño, considerou que a inflação alcançou níveis “inaceitáveis” e que o executivo tem trabalhado “intensamente” em várias frentes para reduzir os preços da energia, a principal causa dos aumentos.

Do sindicato da UGT foi indicado que a louca subida dos preços é “preocupante” para a economia regional e reflete a necessidade, urgente, de gerenciar os preços dos produtos essenciais e alcançar salários dignos para que os trabalhadores não percam mais qualidade de vida. A UGT afirmou que, independentemente das ações que são lançadas pelo governo, há uma necessidade urgente de um aumento salarial imediato, pois é “inaceitável que sejam os trabalhadores a assumir todo o esforço e também percam poder de compra”.

Por fim, a Confederação de Empresários e Trabalhadores Independentes da Extremadura (CEADE) qualificou os dados do IPC como “insustentáveis” para famílias e empresas. O aumento real do IPC é maior, “porque as empresas estão a suportar os aumentos, pois não repassaram esse aumento aos seus clientes na medida exata, algo que deveria ser compensado”.