Misericórdia de Montemor tem atividades adaptadas à nova realidade

A Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Novo já regressou com os seus serviços à normalidade, após as maiores restrições implementadas, devido à pandemia.

Segundo Paula Rosado, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Novo, a instituição revela que as medidas de segurança “continuam a ser adotadas em todos os locais”, estando todas as suas valências a funcionar.

Quanto aos grupos de jovens e crianças, as atividades decorrem com normalidade, tal como informa a provedora, “estamos a dar a maior normalidade possível, às atividades com os jovens”, sendo que os jovens estão “formados em grupos, cada um está a trabalhar conjuntamente e quando trocam as atividades, todos os espaços são devidamente arejados e desinfetados”.

Já as atividades com os utentes dos lares não pararam, mas foram sim “adaptadas, de forma a manter uma boa a saúde física e mental dos idosos”, acrescentando Paula Rosado que, tem sido fundamental, a ajuda dos colaboradores das várias valências “têm sido fundamentais no aspeto mais pedagógico e de acompanhamento dos utentes”.

As atividades da Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Novo que decorrem com normalidade e todas as regras de segurança asseguradas.

Centro de Testagem Covid-19 reabre em Estremoz

O Centro de Testagem Covid-19 de Estremoz, localizado na Esplanada dos Congregados, reabriu ao público nesta sexta-feira dia 21. Neste ato esteve presente José Sádio, presidente da Câmara Municipal de Estremoz.

Numa parceria entre a Delegação de Estremoz da Cruz Vermelha Portuguesa e a Câmara Municipal de Estremoz, o Centro de Testagem Covid-19 está em funcionamento todos os dias úteis, entre as 8 e as 16 horas.

ESAE leciona Mestrado de Enfermagem Veterinária em animais de companhia

A Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE) acolhe, pela primeira vez, o Mestrado de Enfermagem Veterinária em animais de companhia, que começou esta sexta-feira, 21 de janeiro, a ser lecionado nesta instituição de ensino superior.

Este mestrado resulta de uma associação com mais quatro institutos politécnicos do país, que detêm a licenciatura em enfermagem veterinária: de Castelo Branco, Viseu, Bragança e Viana do Castelo. A diretora da ESAE, Rute Santos, explica que se entendeu que “seria uma mais valia reunir o conhecimento, experiências e corpo docente destas cinco instituições, de forma rotativa, ou seja, cada edição abre a cada dois anos, num politécnico diferente”.

Tendo em conta o interesse, por parte das pessoas, em melhorar as suas competências formativas, ao longo da vida, a juntar ao facto de as aulas serem lecionadas por docentes das várias instituições de ensino superior, para a diretora da ESAE, vem “enriquecer a experiência e o percurso letivo e de investigação acabam por ser mais interessantes para o aluno, do que fazer o mestrado na escola onde já fez a licenciatura com os mesmos professores, o que também fomenta a coesão entre as várias escolas”.

“Para nós é um orgulho muito grande receber, pela primeira vez, esta edição do mestrado”, revela Rute Santos, recordando que já antes estiveram para o receber, mas não tinham candidatos suficientes. A diretora da ESAE refere também que, este mestrado “vem dar continuidade à licenciatura de enfermagem veterinária, existente na ESAE, uma vez que esta foi a primeira instituição de ensino superior a ter esta licenciatura, em Portugal”.

Sobre o curso em si, que incide nos animais de companhia, Rute Santos explica que se torna revelante na medida em “é nesta área que a maioria dos alunos obtém a sua colocação profissional, daí ser natural que procurem formação adicional, na área em que trabalham, sendo esta uma área que tem o seu grau de especialização, e daí faz sentido haver uma formação pós graduada”.

A coordenadora do Mestrado, e professora na ESAE, Laura Hernández demonstra-se muito “feliz” pelo facto de este mestrado ser agora lecionado nesta instituição de ensino superior, considerando que “é muito bom para os alunos, e as disciplinas são mais aprofundadas, com o objetivo de capacitar os alunos de forma técnica e científica para intervir, nas diferentes áreas da enfermagem veterinária, em animais de companhia”.

O curso tem, não só alunos vindos de várias partes do país, mas também de fora, como é o caso de Avsk Bueno, que vem do Brasil. Este aluno é médico veterinário, neurocirurgião, ortopedista e empreendedor na área do ensino veterinário, no Brasil, onde segundo relata tem uma escola técnica onde ministram o curso de enfermagem veterinária. Avsk afirma que tendo em conta que no Brasil não existem enfermeiros veterinários, apenas médico e auxiliar, o seu objetivo ao vir para a ESAE é um aperfeiçoamento na área da enfermagem veterinária, para importar este conhecimento para dar um impulso nesta área”, no seu país.

Já Joana Bourbon, foi aluna da ESAE e trabalha em Inglaterra, no Hospital Veterinário de Equinos. Esta aluna decidiu ingressar neste mestrado para “refrescar conhecimento, tentar trabalhar na área de pequenos animais, e quem sabe voltar a Portugal”.

Mestrado de Enfermagem veterinária em animais de companhia que começou hoje a ser lecionado, pela primeira vez, na ESAE e conta com 14 alunos, num total de 20 vagas existentes, havendo a possibilidade de mais duas pessoas ingressar.

Descontos nos dias 24 a 30 nos Spas do Vila Galé

De 24 a 30 de janeiro, decorre a primeira Satsanga Week, que tem ofertas e descontos exclusivos para usufruir nos Satsanga Spa & Wellness dos hotéis Vila Galé.

Todas as marcações de massagens ou tratamentos Satsanga feitas durante a Satsanga Week terão 10% de desconto. Há ainda a oferta adicional de uma experiência à escolha entre massagem de rosto, massagem de pedras quentes nas costas ou esfoliação de pés.

Também os vouchers para momentos de spa adquiridos entre 24 e 30 de janeiro terão uma redução de 10%. Os preços finais serão, respetivamente, 63 e 108 euros, sendo que neste caso, a validade é de um ano após a data de compra. São, por isso, ideais para usar mais tarde ou oferecer. Estes vouchers podem ser comprados em qualquer hotel Vila Galé em Portugal, ou solicitados através do preenchimento de um formulário disponível no site e posterior envio por correio.

Atualmente, as massagens e tratamentos dos Satsanga Spa & Wellness estão disponíveis em todos os hotéis Vila Galé exceto Vila Galé Porto Ribeira. Os menus estão disponíveis na plataforma online My Vila Galé. Recentemente, os Satsanga Spa & Wellness foram distinguidos com o prémio internacional de “Most Active Hotel Spa – Europe” pela sua participação no World Wellness Weekend, um evento global de saúde e bem-estar, que inspira pessoas de todo o mundo a fazerem escolhas mais saudáveis e desfrutar de um estilo de vida ativo.

Elvas tem mais 119 infetados por Covid-19

O concelho de Elvas regista, nas últimas 24 horas, mais 119 casos de Covid-19.

Nos últimos sete dias, entre sábado dia 15 e sexta-feira dia 21, Elvas registou 568 novos casos, uma média superior a 81 casos por dia na última semana.

Por outro lado, 26 pessoas foram dadas como recuperadas. Hoje, sexta-feira, dia 21 de janeiro, estão ativos 425 casos de infeção.

Aviso amarelo de frio no fim-de-semana

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera decretou, para este fim-de-semana, um período de aviso amarelo de frio, entre as zero horas de sábado, dia 22, e as 11 horas de domingo, 23 de janeiro. Em certas zonas do Alentejo, devem registar-se temperaturas abaixo de zero.

Diante destas previsões, a Direção-Geral da Saúde recomenda a adoção das seguintes medidas: que se evite a exposição prolongada ao frio e as mudanças bruscas de temperatura; o uso de várias camadas de roupa, folgada e adaptada à temperatura ambiente; a proteção das extremidades do corpo (usando luvas, gorro, meias quentes e cachecol); a ingestão de sopas e bebidas quentes, evitando o álcool que proporciona uma falsa sensação de calor; especial atenção com a proteção em termos de vestuário por parte de trabalhadores que exerçam a sua atividade no exterior, e evitar esforços excessivos resultantes dessa atividade.

Expansão da Zona Industrial de Portalegre inclui GNR

Aprovada por unanimidade, na reunião da Câmara Municipal de Portalegre do passado dia 17, a viabilização do futuro acolhimento da Escola de Formação e Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana (GNR), bem como a infraestruturação de mais 16 lotes, através do lançamento do programa de concurso e caderno de encargos do projeto de execução para a empreitada de expansão da área de acolhimento empresarial de Portalegre, no valor de três milhões de euros e da sua remissão para o Serviço de Candidaturas.
Para a autarquia, “a aprovação deste concurso configura a concretização de uma reivindicação antiga dos portalegrenses, que há muito clamavam pela construção de uma nova Escola de Formação da GNR na cidade. O projeto conta com financiamento na ordem dos 85% através do FEDER – Alentejo 2020, assegurando 2,9 milhões de euros da verba prevista.
Dado este passo, do que é considerado pelo Município “dos projetos mais importantes para o concelho”, é agora necessário pugnar pelo cumprimento, por parte do Ministério da Administração Interna, da elaboração do projeto técnico para avançar em paralelo. O protocolo entre o Ministério da Administração Interna, a Câmara Municipal de Portalegre e a GNR, para a construção da Escola de Formação, foi assinado em dezembro de 2018, datando o termo de aceitação da candidatura de abril de 2021.

Portugal tem novo máximo: 58.530 novos casos de Covid

Portugal registou, nas últimas 24 horas, um novo recorde de novos casos de Covid-19: mais 58.530 novos casos e 49 óbitos associados à doença.

Os novos casos concentram-se 24.930 no Norte, 17.673 em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), 8719 no Centro e há três regiões (Alentejo, Algarve e Madeira) a rondar os dois mil novos casos em 24 horas. As 49 mortes desde ontem ocorreram 19 em LVT, 14 no Norte, nove no Centro, cinco na Madeira, uma no Alentejo e uma no Algarve.

Nas últimas 24 horas, registaram-se 20.156 casos de recuperação. Há mais 38.825 doentes infetados com a doença, totalizando 422.893.

Esta sexta-feira, dia 21, em todo o território nacional, a situação nos hospitais agrava-se: há 2044 doentes internados, mais 40 que ontem, dos quais 162 em unidades de cuidados intensivos, mais dez que na quinta-feira.

Montemor amplia rede de água na Zona Industrial da Adua

No passado dia 13, nos Paços do Concelho de Montemor-o-Novo, foi assinado o auto de consignação da empreitada de ampliação da rede de abastecimento de água da Zona Industrial da Adua. A obra foi adjudicada à empresa Nadrucivil – Engenharia e Construções, S.A, um investimento de 87 mil euros, com um prazo de execução de 90 dias.

No ato, estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, Olímpio Galvão, Acácio Peres e Luís Chicau, técnicos do Município, representantes do dono da obra e Tiago Pereira, em representação da empresa adjudicada.

A rede de abastecimento de água a executar vai ser interligada à rede existente no arruamento adjacente ao edifício da Associação de Beneficiários da Barragem dos Minutos, com um dimensionamento em concordância com a requalificação dos acessos à Zona Industrial da Adua a partir da EN-4. Esta intervenção foi perspetivada para um período de vida útil de 40 anos e teve em conta os consumos das diversas moradias unifamiliares existentes, o edifício de restauração e os quatro lotes destinados a edifícios industriais.

Vacinação contra a Covid ou Gripe prossegue este fim-de-semana

De acordo com as indicações do Ministério da Saúde, a modalidade Casa Aberta encontra-se disponível, este fim-de-semana, dias 22 e 23 de janeiro, para a vacinação contra a COVID-19 ou contra a Gripe de utentes com idade igual ou superior a 60 anos.

São elegíveis para a dose de reforço no regime de Casa Aberta os utentes que não tiveram Covid-19 e já completaram o esquema vacinal há pelo menos 180 dias.

A ULSNA, EPE informa que a vacinação do Distrito de Portalegre decorrerá, em Elvas, das 9 às 13 horas e das 14 às 17 horas, sábado e domingo; em Ponte de Sôr e Portalegre, no sábado, das 9 às 13 horas e das 14 às 17 horas; em Avis, Castelo de Vide e Nisa, no domingo, das 9 às 13 horas e das 14 às 17 horas e em Marvão, no mesmo dia, terminando às 16 horas.

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A população com idade igual ou superior a 60 anos, residente nos restantes Concelhos, poderá deslocar-se a qualquer um dos concelhos onde haverá vacinação sem necessidade de marcação prévia.

As populações pertencentes aos grupos especiais elegíveis para vacinação poderão deslocar-se a qualquer um destes concelhos em regime de Casa Aberta.

Se tiver dúvidas sobre se está abrangido pelos grupos elegíveis para vacinação dirija-se a um destes Centros de Vacinação.

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Santuário da Senhora da Visitação (Montemor) tem certificação de JMJ

O Santuário de Nossa Senhora da Visitação, em Montemor-o-Novo, vai receber a certificação de santuário JMJ (Jornadas Mundiais da Juventude) da Diocese, no âmbito da visita dos símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude de 2023 às paróquias da Arquidiocese de Évora.

O padre Fernando Lopes, o responsável pela Pastoral Juvenil e pelo Comité Organizador Diocesano de Évora, refere que “esta distinção vai acontecer no dia 23 de Janeiro e torna o Santuário num ponto de referência para atividades da diocese e também a nível nacional”.

Os símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude estão este mês na Arquidiocese de Évora.

Município de Estremoz recolhe e oferece laranjas

O Município de Estremoz fez a apanha de laranjas, nas laranjeiras dos espaços públicos da cidade, e encontra-se a oferecer a quem quiser. Para tal, basta dirigir-se à banca instalada na Esplanada dos Congregados com um saco e pode levar consigo as laranjas que precisar.

Com esta iniciativa municipal, “os frutos são aproveitados, promove-se a alimentação saudável e evita-se o entupimento de sargetas, permitindo que as ruas de Estremoz estejam mais limpas”, refere a Câmara Municipal. Sobre este tema, a autarquia aconselha: “traga um saco, leve laranjas, alimente-se de forma saudável e ajude no aproveitamento de frutos biológicos”.

Ouguela, a aldeia esquecida que quer ganhar uma nova vida

João Carapinha

No alto dos seus mais de 70 anos, João Carapinha é uma das 58 pessoas que habita, hoje, em Ouguela: uma aldeia histórica, de Campo Maior, que, de alguma forma, parece esquecida e parada no tempo, onde não há nada, para além de ar puro, património militar, uma bonita paisagem, um verdadeiro sentimento de paz de espírito e gente simpática e acolhedora, que na sua maioria, já carrega aos ombros muitas décadas de vida.

Depois de 30 anos no Algarve, João decidiu voltar à terra onde tem as suas raízes para gozar da sua pequena reforma, juntamente com a mulher, até porque, dado os baixos rendimentos, não tinham como continuar fora da terra que os viu nascer, onde têm também habitação própria. Já a filha do casal acabou por se fixar em Lisboa, uma vez que, segundo João, pessoas com a mesma idade, ainda jovens e no ativo, não têm como viver e trabalhar em Ouguela. No seu tempo, e até ir para o Algarve, este homem trabalhou sempre na agricultura.

Augusto Encarnação

Vindo de mais longe que João, também Augusto Encarnação regressou a Ouguela, há cerca de quatro anos, depois de 45 em França, onde deixou filhos e netos, mas onde regressa regularmente. Aqui, Augusto e João são, diariamente, a companhia um do outro. Para além das voltas que dão pela aldeia, todos os dias, improvisaram uma esplanada, onde, em dias de sol, jogam às cartas e bebem o seu copo de vinho.

E só mesmo a companhia uns dos outros para que o tempo custe menos a passar em Ouguela. Aqui, não há um café, uma mercearia e a rede, nos telefones, não é muita. Internet, nem sinal dela. De jovens e crianças, também não. Mas esta terra já teve muitas crianças. A escola, recorda outra das habitantes desta pequena aldeia, Graça Amiguinho, chegou a ter as suas duas salas completamente cheias. “Vinham as crianças dos montes, as duas salas que temos ali embaixo não chegavam e a professora ainda tinha de dar aulas na sala de espera”, conta, assegurando que, aqui, “havia muita vida”.

Graça Amiguinho

A missa aos sábados, revela esta mulher, é das poucas coisas que ainda acontecem em Ouguela, sendo que para fazer as compras precisa de se deslocar sempre a Campo Maior. Felizmente, o marido tem carro e facilmente vão à até vila. O mesmo não podem dizer pessoas mais velhas que Graça, apesar da ajuda da Câmara e da Junta de Freguesia de São João Batista, nesse sentido, ao disponibilizarem transporte, com alguma regularidade.

Nascida e criada em Ouguela, e apesar das saídas com a família para França e Campo Maior, é em Ouguela onde esta mulher passará, ao que tudo indica, o resto da sua vida. “Nasci, cresci e casei aqui. Estive quatro anos em França, mas não nos demos lá bem, porque tinha uma criança deficiente; viemos embora para Portugal outra vez, fomos para Campo Maior. Tivemos um táxi, mas o táxi também não deu, e voltamos para aqui outra vez, a fazer regadios e a colher azeitona”, explica.

Manuel Molano

Manuel Molano, outro dos habitantes desta aldeia, com idade avançada, e já sem a companhia da mulher, teve de aprender a fazer tudo sozinho. “Sempre aqui vivi, nasci aqui e aqui hei de morrer”, garante, recordando que “só os velhos” continuam em Ouguela, de onde não sai desde que a pandemia surgiu nas nossas vidas. “Se me faz falta alguma coisa, peço aos meus filhos e eles vêm-me trazer”, conta ainda, explicando que os dois filhos vivem em Campo Maior e a filha em Fronteira. Na sua juventude, recorda Manuel, Ouguela tinha duas tabernas, duas mercearias e muita vida. Agora, só mesmo os espanhóis, que todos os fins de semana animam a aldeia, por mais que, depois de visitada a aldeia, rapidamente se vão embora. “Nem um sítio para lhes vender uma garrafa de água aqui há”, lamenta.

A verdade é que o potencial de Ouguela, sobretudo turístico, tem merecido o reconhecimento de muitos. E é precisamente da necessidade de dar outras condições a quem visita a aldeia, para além de se procurar, por outro lado, inverter o processo de despovoamento de Ouguela, que, juntamente com a Câmara de Campo Maior e a Junta de Freguesia de São João Batista, a AVOAR, a Associação para a Educação Artística e as Literacias, liderada por Rui Andrade, decidiu apostar tudo numa candidatura ao programa Bairros Saudáveis, tendo visto a mesma aprovada e financiada em quase 48 mil euros, provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência, do Fundo Ambiental e do Ministério da Saúde.

Rui Andrade

Esta associação, sediada em Castelo que Vide, que faz agora quatro anos, conseguiu já adquirir o estatuto de Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento, tendo como objetivo fulcral a literacia para todos, não só a nível regional ou nacional, mas no mundo inteiro.

E foi numa visita a Ouguela, há cerca de três anos, e com o propósito de ajudar no desenvolvimento de um percurso pedestre, que Rui Andrade se apaixonou por esta localidade. Para avançar com este novo projeto, o ponto de partida estava dado, até porque, para além de todo o potencial, Ouguela tem vários espaços recuperados e, segundo diz, “em condições”. O projeto, que tem o nome de “Ouguela ConVida”, parte de uma conversa com os habitantes, numa primeira fase, para que a AVOAR conseguisse perceber o que estas pessoas pretendem para a sua terra e dotá-las de um conjunto de ferramentas. Esse trabalho de capacitação e empoderamento, que teve em início em novembro de 2021 e que se estende até agosto deste ano, é levado a cabo por uma dúzia de artistas e técnicos, sendo que, de acordo com Rui Tavares, tudo depende dos habitantes de Ouguela e da sua vontade em levar este projeto por diante.

Da lista de objetivos deste projeto constam, entre outros, a produção de um livro, assim como de vários pequenos documentários, instrumentos que, acima de tudo, têm como fim atrair pessoas até à aldeia. Pretende-se também que as pessoas, em Ouguela, descubram que serviços podem prestar à comunidade. Entretanto, a AVOAR efetuou um pedido de apoio institucional à UNESCO e à Entidade Regional de Turismo do Alentejo, sendo que de ambas recebeu uma resposta positiva, para a divulgação online dos materiais promocionais do projeto. Com o desenrolar do mesmo, Ouguela será ainda integrada em duas rotas turísticas.

O objetivo é terminar este projeto, em agosto, com uma festa, em que será, entre outros, apresentada uma performance protagonizada pelos habitantes da aldeia.

Luís Rosinha

Segundo o presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, este projeto surge, também, no seguimento das intervenções que têm vindo a ser feitas no património de Ouguela, como a Praça de Armas e as muralhas que cercam a aldeia. “Candidatámo-nos a fundos europeus para fazer a reabilitação da Praça de Armas, tanto como uma parte da muralha de Ouguela, sendo que as verbas a que nos podíamos candidatar não podiam contemplar que toda a muralha fosse feita”, revela o autarca. “Continuamos a trabalhar e, neste momento, estamos em condições de fechar todo o procedimento relacionado com a muralha de Ouguela e dando aqui uma perspetiva de visita muito interligada com a uma possível visita à Fortificação de Campo Maior, termos também aqui um ponto de ligação com Ouguela, até porque Ouguela, por si só, tem caraterísticas fantásticas, do ponto de vista da observação da natureza, os caminhos pedestres. Aqui, existe uma série de potencialidades por explorar”, adianta.

Com os equipamentos e infraestruturas de Ouguela a ficarem prontos, aos poucos, garante Luís Rosinha, é necessário capacitar e incentivar a população, no sentido de dar a esta aldeia uma nova vida. No final de contas, diz ainda, o importante é que se perceba que, em Ouguela, “existe dinâmica”, pelo que se espera que se consiga levar os visitantes a usufruir das potencialidades e do património da aldeia.

Miguel Tavares

Com o trabalho a ser desenvolvido pela AVOAR, a população de Ouguela “vai ganhar capacidade de influenciar o próprio futuro”, um futuro que se quer “mais ambicioso”, garante, por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de São João Batista, Miguel Tavares. Contudo, lembra, Ouguela, hoje despovoada e com uma população maioritariamente idosa, chegou a ter entre 500 a 600 habitantes. Vivendo, há muitos anos, na base da agricultura, esta aldeia não é agora, nem há muito tempo, “apetecível para os jovens”.

A aposta em Ouguela, diz ainda Miguel Tavares, depois de cerca de 20 anos sem qualquer investimento, chegou com a disponibilização de recursos e a luta pelos financiamentos, por altura do primeiro mandato de Ricardo Pinheiro, ao leme da Câmara Municipal de Campo Maior. O presidente da junta não esconde que há vários problemas na aldeia, mas que, por exemplo, não é possível desapropriar, para se depois se recuperar as habitações degradadas que se encontram espalhadas por Ouguela.

Entretanto, conseguiu-se já instalar um serviço de internet naquele que vai ser o centro comunitário de Ouguela, a ser brevemente inaugurado, no antigo posto de saúde da aldeia, e toda a ajuda tem sido prestada à população, dentro das possibilidades. Ouguela, recorda ainda, chegou a ser considerada a primeira Aldeia dos Sonhos, pela INATEL. Muito recentemente, foi iluminada com uma estrela de Natal da Missão Continente.

Vanda Portela

E sem adiantar grandes pormenores, Vanda Portela, do atual executivo da Junta de Freguesia de São João Batista, revela que um negócio irá mesmo nascer, muito em breve, em Ouguela. “Tentámos dinamizar a parte comercial e incentivar a que existisse algum tipo de negócio, um café, qualquer coisa”, revela, por mais que se saiba que “é difícil”. “Já está previsto e a iniciar-se um projeto que se enquadra, perfeitamente, naquilo que nós pretendíamos e que vai permitir ao proprietário ter lucro com o negócio. Vamos ajudar em tudo que seja possível para que tenha sucesso”, assegura.

Para que Ouguela tivesse mais vida e atividade, desejo antigo da Junta de Freguesia de São João Batista, garante Vanda Portela, foi com muito gosto que o atual executivo, juntamente com a Câmara, abraçou este projeto da AVOAR. O antigo posto médico da aldeia mais que um espaço comunitário, vai acabar por servir como um elo de ligação entre todas as parcerias que a Junta de Freguesia e a Câmara de Campo Maior têm estabelecido, ao longo dos anos.

Em todo o país, foram aprovados 246 projetos para financiamento ao programa Bairros Saudáveis, num total de 752 candidaturas: 27 dizem respeito à região Alentejo, apenas dois, incluindo este de Ouguela, no Alto Alentejo.

A reportagem completa para ouvir no podcast abaixo.

Furto de materiais de construção civil indigna empresários com obras em Elvas

Imagem ilustrativa

Chegou à redação da Rádio ELVAS a denúncia de que alguns empresários da construção civil estavam a ser alvo de furto de materiais de construção, na zona da Estrada da Carvalha e Morgadinho, em Elvas, onde estão a decorrer obras.

Um dos empresários explicou que “da realização das obras resultam vários cortes de madeira, e as pontas destes cortes têm sido furtadas, assim como pontas de taipais, que dão jeito para futuras obras, para podermos poupar novos cortes de chapas novas”. Adianta que levam inclusive outros objetos em metal, como escadotes, pilares e réguas. Estes materiais estão espalhados pela obra, que estas pessoas invadem, “sem autorização de ninguém, sem ninguém permitir e até vão nos carrinhos de compras, e ninguém faz nada com esta situação”, refere.

Um dos empresários de construção civil que detém obras naquele local chegou mesmo a apresentar, na semana passada, queixa na PSP de Elvas, depois de vários telefonemas, considerando a situação “insustentável”, uma vez que estas pontas de madeira servem para outro tipo de construções, o que causa algum prejuízo. “Nós já comunicámos à polícia, já fizemos denúncia e a situação permanece igual, andamos a trabalhar para não ver a situação resolvida”, relata.

Outro dos empresários que está a realizar obras nesta zona queixa-se da mesma situação, adiantando que os furtos, de todos os tipos de material, acontecem diariamente, inclusive na hora de almoço dos trabalhadores. “Diariamente, na zona da Carvalha, há furtos todos os dias, à hora de almoço, quando abandonamos a obra para almoçar, depois das 17 horas, furtam tudo o que apanham, com os carrinhos de compras, chapas metálicas de pilar e de andaimes, andaimes, cruzetas de andaimes, madeiras, pontas e madeira inteira. Tudo o que há na obras eles furtam”, relata.

Na passada semana, este empresário contactou, diariamente, a Polícia, mas a situação mantém-se. “Assim que abandonamos a obra, e à frente dos nossos clientes, eles furtam as coisas. Isto é inadmissível, eles podem fazer tudo e nós não podemos fazer nada, roubam o que é nosso e o material, que é nosso ganha pão. É comigo e com os colegas todos, é geral, deixam as obras sem nada”, revela.

Já foi apresentada uma queixa por parte deste empresário, mas aguarda que o chamem para prestar declarações de forma a identificar os indivíduos. “Apresentei queixa, mas não fizemos queixa-crime, porque temos que os apanhar em flagrante e já os apanhei”, adianta. “Aí avançamos para esse tipo de queixa, estou à espera para ser chamado para prestar declarações e identifico a pessoa, que vai lá, mete-se connosco, pede trabalho, para ser guarda, ele vai lá para ver o que há para roubar, e quando acabamos o trabalho na obra, eles metem-se lá e roubam tudo, vão enchendo o carrinho e dizem, que os materiais estavam na estrada”, alega.

Foi-lhe dito que é necessário apanhar em flagrante delito os indivíduos, dentro da obra, para que a queixa-crime avance, “o que não é fácil”, uma vez que os furtos acontecem após as pausas laborais e no final do dia. “Isto tem uma sequência terrível, tenho que tirar fotografias, porque quando me telefonam a avisar do furto eles já vão longe com o material, e vejo que é meu, e já aconteceu tirar-lhes chapas do carrinho, que eram minhas, mas têm de ser apanhados dentro da obra para se fazer uma queixa-crime”.

Na PSP de Elvas, foi-lhe dito, segundo relata, que tinham que apresentar queixa de forma individual. “O que é certo é que, estamos a ser lesados todos os dias, a polícia já confrontou uma pessoa ou outra, mas fica assim, porque dizem que lhes dei ordem, ora é caricato, eu então dou ordem para me roubarem”, questiona-se.

Contactado pela Rádio ELVAS, o comissário Rui Massaneiro, comandante da Divisão Policial de Elvas, confirma que, até à data, apenas uma participação foi feita. “A PSP tem apenas registo de uma participação, que um empreiteiro da construção civil efetuou, tendo o mesmo não desejado o procedimento criminal, nessa situação, apenas dado nota desses factos à PSP”. Segundo o mesmo refere, “terão sido furtados, em data ainda a apurar, alguns artigos de construção civil, como chapas metálicas, madeira, pranchas, de uma ou outra obra que decorrem nos locais mencionados”.

O comissário Rui Massaneiro reitera que “não houve qualquer queixa apresentada na PSP, simplesmente houve uma participação, onde o empreiteiro não quis avançar com o procedimento criminal”. Ainda a assim, garante, “a PSP está atenta a este tipo de fenómenos e vai, com bastante acutilância e regularidade, verificar a situação, no local, implementando um policiamento contínuo de visibilidade”.

Sendo este um crime de natureza semi-pública, “a pessoa deverá manifestar o desejo de procedimento criminal, nestas situações, pelo que o titular do direito de queixa tem que apresentar denúncia, numa força de segurança para que vá para tribunal, que delega no órgão policia criminal territorialmente competente, a investigação”. O comissário referiu ainda que vai remeter a participação para o Ministério Público, que ficará a aguardar o direito de queixa, por parte do queixoso.