Amantes da falcoaria juntaram-se em Rio de Moinhos (Borba)

Dezenas de praticantes de falcoaria, provenientes de várias partes da Europa, estiveram no passado fim-de-semana, dias 4 e 5 de dezembro, reunidos num encontro que decorreu na freguesia de Rio de Moinhos, no concelho de Borba.

Pedro Afonso, presidente da Associação Portuguesa de Falcoaria, refere que este é um encontro anual, “em que muitas das edições decorrem no Alentejo, uma vez que a região reúne as condições necessárias para a prática da caça”.

O presidente da Associação refere que a falcoaria está cada vez a ter mais praticantes, principalmente jovens, “porque não prejudica nada o meio ambiente” no entanto, “é uma atividade que tem dificuldades, nomeadamente encontrar sítios para a prática, e requer conhecimento para tratar bem as aves e, acima de tudo, tempo para cuidar da ave”.

Carlos Barroso pratica falcoaria há vários anos. “Um gosto”, garante, que surgiu pelas ligações familiares à caça, referindo que “o espírito é o lance das aves e não a captura”. O responsável pela organização do evento em Rio de Moinhos refere que tiveram que “limitar a presença de pessoas, devido à pandemia”, mas ainda assim contam com a presença de praticantes de vários países da Europa.

Apesar de ter sido considerada Património Cultural Imaterial da UNESCO, em 2016, a falcoaria continua a enfrentar alguns obstáculos uma vez que não é fácil encontrar locais para a sua prática. “O principal problema é encontrar coutos para caçar, andamos a lutar há muito tempo para encontrar um couto onde possamos caçar de forma regular e assídua, onde possamos praticar a nossa arte”, pelo refere que “é necessário este tipo de eventos, convidar proprietários de herdades e explicar que este tipo de caça não é intensivo e não pretende matar um número de presas incalculável, nós caçamos uma presa e ficamos muito satisfeitos com isso”, explicou ainda Carlos Barroso.

O encontro decorreu na Quinta do Carmo, na Herdade das Carvalhas, em Rio de Moinhos, no concelho de Borba.