Do nacional de TT para o Dakar: “É um salto enorme”, garante António Maio

Quando, com nove ou dez anos, António Maio (na foto) percorria as ruas da freguesia de Rio de Moinhos, no concelho de Borba, de mota, nunca se pensou que hoje em dia participasse em provas de cariz internacional, como é o caso do Rally Dakar, cuja próxima edição decorre em janeiro de 2022, na Arábia Saudita.

António Maio regressou recentemente do Rally de Marrocos, prova que lhe permitiu preparar a mota para o Dakar. O piloto alentejano, de 35 anos, refere que “foram cinco dias de prova, com uma média de 600 a 700 quilómetros percorridos por dia. Por ser a prova mais próxima de Portugal, optamos sempre por colocar no calendário para que possamos preparar da melhor forma o Dakar. A zona sul de Marrocos é caracterizada por dunas e valas muito perigosas, o que acaba por ser um bom teste físico e de preparação para a mota. Fizemos algumas alterações, que colocámos em prática nesta corrida, e ficámos muito contentes com o resultado, tanto a nível de mecânica como de navegação. Conseguimos obter a 16ª posição da geral e à nossa frente ficaram apenas equipas oficiais, o que quer dizer que nos privados ficámos em primeiro lugar”.

Ainda em tenra idade, António Maio teve sempre como objetivo vencer a Baja Portalegre. Atualmente, Maio é pentacampeão nacional de todo o terreno e venceu já seis edições da Baja de Portalegre. Conciliar a profissão, uma vez que é capitão da GNR, com o hobby das motas, nem sempre é tarefa fácil, acabando por “sacrificar algum do tempo livre para treinar. No entanto, se não fosse assim era impossível”.

O que para muitos seria “uma sequência lógica”, para António Maio passar da Baja de Portalegre para o Dakar “é um salto enorme”. “Uma prova do Dakar pode custar cerca de 100 mil euros, valor que daria para fazer várias épocas do campeonato nacional”.