A cerimónia evocativa da chegada dos pendões da cidade ao Santuário do Senhor Jesus da Piedade marca esta segunda-feira, 20 de janeiro, o início das comemorações das festividades da cidade, num ano em que, pela segunda vez consecutiva, Elvas e os elvenses são privados da tradicional romaria de São Mateus.
Esta cerimónia é presidida pelo arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, que quis deixar uma mensagem a todos os elvenses, através dos microfones da Rádio ELVAS, lembrando “o colo e o amor do Senhor Jesus da Piedade por todos”.
O juiz da confraria do Senhor Jesus da Piedade, Carlos Damião, lembra, contudo, que, mesmo sem receitas, tendo em conta a não realização do São Mateus, foi possível manter todos os postos de trabalho. “É com grande sacrifício que nos temos mantido aqui, porque só nos permitiram fazer as cerimónias religiosas”, acrescenta.
Carlos Damião explica ainda que a Confraria viu negada a possibilidade de organizar a procissão dos pendões, nos moldes habituais. “Fomos informados que não era possível. Tínhamos uma ideia de fazer só na Avenida da Piedade, mas tudo isso ficou por terra”, acrescenta.
Já o presidente da Câmara Municipal, Nuno Mocinha, lamenta que o São Mateus não se volte a realizar, este ano, mas lembra que as cerimónias religiosas se mantêm. “Não é por nenhuma decisão local que o São Mateus não se realiza, é porque estão proibidas as feiras e os arraias”, recorda o autarca. Mocinha revela ainda que a procissão não estava proibida, foi uma decisão tomada, que tem de ser respeitada, mas que é “completamente alheio”.
A Banda 14 de Janeiro, que saiu já hoje à rua por duas vezes, em arruadas, no centro histórico de Elvas, volta a marcar presença nesta missa campal. Segundo o maestro, Jorge Grenho, os elementos da coletividade já tinham saudades destes momentos e do encontro com a população. A esperança, adianta, é que, no próximo ano, o São Mateus já possa decorrer dentro da normalidade.