São 16 as entidades, desde a área social, à educação, ao emprego, passando pela saúde e pelas forças de segurança, em Elvas, que se vão coordenar, para trabalhar em conjunto, com o objetivo de dar a melhor resposta possível aos refugiados da Ucrânia, que, aos poucos, começam a chegar ao concelho e à região.
Numa reunião convocada pela Câmara Municipal de Elvas, na tarde desta sexta-feira, 11 de março, com todas estas entidades, como é o caso da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano e a Segurança Social, revela o presidente, Rondão Almeida, que se diz satisfeito por perceber que a população tem-se mostrado solidária com aquele povo, o poder político e as instituições “têm de ter uma palavra a dizer e assumir uma determinada responsabilidade” para, no fim, serem “a locomotiva” deste movimento.
Já na próxima segunda-feira, a autarquia de Elvas, à semelhança de outras, vai reunir com o Secretário de Estado da Habitação, para que sejam estabelecidos acordos para que os refugiados possam ser alojados, “nem que seja nas unidades hoteleiras”. “Outra plataforma que também está a surgir que é a nossa Associação de Municípios em conjunto com a Associação de Municípios da Ucrânia, e que tem um elo de ligação, com os nossos planos de ação vão ser, todos eles, intercalados”, acrescenta Rondão Almeida.
Não fazia sentido, diz ainda o autarca, ter essa ligação às entidades responsáveis e, por outro lado, não ter uma equipa coordenada no concelho. Nesse sentido, a reunião desta tarde tem como principal objetivo “chamar a si a orientação e coordenar”.
O Centro de Negócios Transfronteiriço de Elvas, que está disponível, para acolher cerca de cem pessoas, será, segundo Rondão Almeida, “o cais de desembarque” para quem chega da Ucrânia. “Temos todas as condições, mas os voluntários já descobriram algumas casas também”, diz ainda.
Com o êxodo ucraniano, o presidente da Câmara diz não ter dúvidas que estes primeiros refugiados, a seu tempo, trarão mais pessoas para Elvas e para Portugal. “Este pessoal da Ucrânia será muito bem recebido, porque, ao longo destes últimos anos, já deram provas de que são pessoas super inteligentes, que se adaptam com facilidade e que são muito trabalhadoras”, remata.
Já á irmã Maria de Fátima Magalhães, coordenadora do Movimento Teresiano Apostólico (MTA) em Elvas, que repudia a guerra que se vive na Ucrânia, com “a matança de inocentes” a que se tem assistido, diz que, na cidade, o movimento religioso está pronto “a acolher e a dar muito amor” a estes refugiados, sendo preciso fazer, contudo, e nesse sentido, um trabalho em rede.
“Refugiados vão ter condições e NISS”
Por parte da Segurança Social, foi dada a garantia, de acordo com Sandra Cardoso, diretora do Centro Distrital de Portalegre, que “está tudo preparado para receber estes refugiados, que vão contar com apoios e aos quais vai ser atribuído um número de identificação de segurança social (NISS)”.
“Vamos dar cuidados primários a todos e especial atenção à vacinação das crianças”
Na área da saúde, Vera Escoto, diretora clínica da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, referiu nesta reunião que “vão ser feitos exames para identificar possíveis patologias. Os refugiados vão ser acompanhados ao nível dos cuidados primários e vai ser dada uma atenção especial às crianças, no sentido de se perceber se têm as vacinas em dia”.
Por outro lado, o apoio a quem segue no domingo também não foi esquecido. A diretora clínica garante que estão a tratar da documentação necessária para “apoiar com a entrega de soro fisiológico e compressas”.
Vera Escoto referiu ainda que a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano tem disponíveis duas habitações, que serão arranjadas, em colaboração com a autarquia, para que reúnam “as condições para receber estes refugiados”.
“Estamos cá para manter a segurança”
Outra das entidades a marcar presença nesta reunião foi a Polícia de Segurança Pública, através do comissário Rui Massaneiro, comandante da esquadra de Elvas que referiu que os agentes vão fazer de tudo para “manter a segurança” de todos. No entanto, este trabalho nem sempre é fácil, uma vez que nos grupos que chegam nem sempre vêm apenas refugiados”.
“Podem contar com os bombeiros”
Amadeu Martins, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Elvas, disponibilizou “o ginásio da associação para que os refugiados tenham um local temporário onde ficar. Por parte dos bombeiros, tudo o que for preciso podem contar connosco”.
“Temos que perceber as reais necessidades”
Já Isabel Mascarenhas, diretora do Centro Humanitário de Elvas da Cruz Vermelha Portuguesa, considera que “é muito importante fazer uma triagem das pessoas, quando da sua chegada, para se perceberem as reais necessidades. A delegação de Elvas da Cruz Vermelha tem disponível roupa, separada por tamanhos, kits de higiene e todas as valências para o bem estar das pessoas”.
Nesta reunião marcaram presença diversas entidades, das mais variadas áreas, como educação, saúde, emprego ou segurança social, no sentido de se agilizar todo o processo de receção das dezenas de refugiados que vão chegar entretanto a Elvas.