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Ao fim de vários dias, fornecimento de água é restabelecido em Monforte

A vila Monforte ficou sem abastecimento de água na passada quarta-feira, 24 de julho, sendo que, desde então, a Câmara Municipal tem feito todos os esforços para solucionar o problema, que, à data de hoje, dia 29, está resolvido.

Em comunicado, o presidente da Câmara de Monforte, Gonçalo Lagem, lamentando “profundamente” a situação, revela quais foram “as manobras realizadas pelos serviços municipais, algumas em colaboração com as Águas de Portugal e com uma empresa externa credenciada para deteção de fugas (WTA)”, perante a inicial suspeita da existência de uma rotura de grandes dimensões na rede de abastecimento.

O comunicado para ler na íntegra:

“Após vários dias sem fornecimento contínuo de água, situação que lamentamos profundamente, vimos por este meio prestar esclarecimentos sobre as diversas manobras realizadas pelos serviços municipais, algumas em colaboração com as Águas de Portugal e com uma empresa externa credenciada para deteção de fugas WTA.

A falta de água ocorreu de forma abrupta, com o nosso reservatório a esvaziar-se completamente em apenas duas horas, uma situação anormal. Esta ocorrência levou-nos a suspeitar da existência de uma rotura de grandes dimensões na rede de abastecimento.

Recorrendo a um processo de exclusão, verificámos em primeiro lugar que não se registou qualquer aumento anómalo do caudal de entrada na ETAR de Monforte, o que indicava que, caso existisse uma rotura, a água não estaria a escoar para a rede de esgotos.

A segunda hipótese considerou a possibilidade de fuga para os esgotos pluviais. Foram então inspecionadas as respetivas caixas de visita, na tentativa de identificar sinais de aumento de caudal nas linhas de água ou ribeiras. No entanto, devido à fraca pressão na rede, não foi possível confirmar essa suspeita, já que toda a água que entrava era imediatamente consumida.

A última possibilidade seria a existência de uma rotura visível à superfície. Procedeu-se, então, a uma vistoria alargada ao território, através da verificação in situ. Cumulativamente e com o apoio de um particular, que disponibilizou um drone, foram também inspecionadas zonas de difícil acesso, sem que se obtivessem resultados conclusivos.

Paralelamente, a empresa credenciada, atrás indicada, para deteção de fugas, esteve no terreno a verificar toda a nossa rede. Contudo, devido à falta de pressão e de água, também esta intervenção não permitiu localizar a rotura.

Perante a ausência de qualquer evidência concreta de rotura, passou-se a considerar que o problema poderia estar relacionado com uma eventual escassez de água nos furos de captação.

Foi então solicitado às Águas de Portugal o abastecimento através de uma ligação à barragem do Caia, que prontamente foi efetivada, permitindo a entrada de 35 m³/h de água no nosso reservatório. No entanto, mesmo com esta solução, o depósito, mesmo cheio, foi novamente consumido em pouco tempo. O caudal fornecido, muito superior ao consumo habitual e, em condições normais, suficiente para abastecer a população, revelou-se insuficiente, o que reforçou a hipótese de uma fuga significativa.

Com esta nova capacidade de abastecimento contínuo e mais rápido, foi possível realizar testes à rede. Procedeu-se ao seccionamento, através de válvulas de seccionamento da mesma em vários troços até ser identificada a secção onde a água se estava a perder. Embora ainda sem a localização exata da rotura, conseguimos circunscrever a sua área.

Com esta ação, foi possível restabelecer o fornecimento de água à generalidade da vila, com exceção da Rua do Senhor da Boa Morte.

Após a realização de novas manobras e ensaios na zona afetada, foi finalmente possível seccionar o troço onde se encontra a rotura sem afetar qualquer habitação, permitindo assim o abastecimento de água a toda a população.

Em nome do Município de Monforte, e mais uma vez, peço desculpa a toda a população afetada. Se há alguém mais interessado em que situações destas não ocorram, são os seus responsáveis e os trabalhadores diretamente afetos ao serviço de abastecimento.

Dizer também que as situações mais sensíveis, nomeadamente o Lar de Idosos, da Santa Casa da Misericórdia, estiveram sempre salvaguardadas e em contacto permanente com o seu provedor.

Os Bombeiros Voluntários fizeram também sempre parte da solução e muito contribuíram para minimizar o problema. Por último, os trabalhadores da Câmara deram tudo, de dia e de noite de forma ininterrupta durante 4 dias para que rapidamente a normalidade fosse reposta!

A todos muito obrigado.

O Presidente do Município

Gonçalo Lagem”

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