
Depois de um pedido de reunião enviado em dezembro do passado ano, do qual ainda não obteve resposta, o presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, Valentino Salgado Cunha, enviou, no passado dia 8 de abril, um ofício à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, com cópia para a Unidade Local de Saúde do Alentejo Central, a solicitar os melhores esforços para resolver os problemas persistentes no Serviço de Atendimento Permanente (SAP) da cidade.
“Esta já não é a primeira interação que nós temos com o Ministério da Saúde. Nós, há vários anos, na verdade há mais de 15 anos, que injustamente continuamos a ter um serviço de atendimento permanente, em vez de um serviço de urgência básico, que era aquilo que o concelho de Vendas Novas e cidades de Vendas Novas realmente precisam. E nos últimos meses, além de um funcionamento que nem sempre é o adequado à nossa população por parte do SAP, temos tido recorrentemente horas e horas em que não há médico disponível. Já se aproximam das 80 horas desde novembro em que não houve médico disponível no SAP, mas é um serviço que tem de estar 24 horas disponível e em funcionamento para a população que necessite de recorrer a serviços médicos com este tipo de urgência que o SAP trata”, começa por dizer Valentino Salgado Cunha.
“Normalmente aquilo que nos é indicado pelos nossos bombeiros e também pela população é que acabam por ser transferidos diretamente para Évora. Também, por alguma razão técnica, o SUB de Montemor não recebe as pessoas que vêm de Vendas Novas e, portanto, são encaminhadas diretamente para Évora, que são 50 e tal quilómetros até chegar ao hospital e que também, obviamente, prejudica muito aquilo que deve ser um serviço mais eficiente dos nossos bombeiros que estão permanentemente a fazer transporte de doentes entre o SAP e o Hospital da Évora. Isto não é só apenas quando os médicos não estão presentes, quando os médicos não estão presentes não há qualquer atendimento à população, mas mesmo quando há, muitas das vezes, por pequenas fraturas de dedos ou pequenos episódios que podiam ser resolvidos no imediato e no local, acabam os docentes por serem desnecessariamente encaminhados para o Hospital do Espírito Santo”, acrescenta o autarca.
“A nossa principal reivindicação é que a sexta maior cidade do Alentejo, com um dos maiores parques industriais da região, com um regimento de artilharia, com os principais eixos rodoviários e ferroviários como nós temos, tenha também serviços de saúde adequados, e foi isso que quisemos demonstrar num pedido de reunião que fizemos em dezembro à ministra da Saúde, mas até ao momento não obtivemos resposta, e que reforçámos com um ofício que remetia à tutela. Agora é esperar, mas não há muita esperança, digamos assim, que no curto prazo haja uma resposta também, tendo em conta que o Governo está demissionário, infelizmente, até o momento, não tenho visto nenhuma sugestão concreta, em nenhum lado, de que o SAP de Vendas Novas passe a ser um serviço de urgência básica e, portanto, embora a esperança seja a última a morrer, como costumamos dizer enquanto portugueses, às vezes começa a ser difícil acreditar que haja uma solução estrutural para um problema destes, que há mais de 15 anos, que queremos ver resolvida esta injustiça mas que tarda a chegar a essa resolução”, remata.