O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, regressou esta sexta-feira, 13 de setembro, a Estremoz, para presidir às cerimónias militares dos 317 anos do Regimento de Cavalaria nº 3 (RC3), a “casa” dos chamados “Dragões de Olivença”, onde assentou praça e cumpriu o serviço militar há mais de 30 anos. Aos jornalistas acabou por dizer que Olivença “é portuguesa”.
“Por tratado, Olivença deverá ser entregue ao Estado português. E diz-se, desde o Tratado de Alcanizes, como Portugal tem as fronteiras mais antigas definidas, exceto esse bocadinho que, no toca a Olivença, o Estado português não reconhece como sendo território espanhol”, assegurou.
Nuno Melo lembou também que o RC3 é o mais antigo regimento de cavalaria em atividade em Portugal, e que se mantém “atual”, tem na “transversalidade” em termos de “honra e glória, ao longo de toda uma história”, a sua “grande virtude”. “Os militares deste regimento participaram em muitas guerras – nas guerras peninsulares, nas guerras liberais, na primeira guerra mundial, em África, na Índia – e hoje, estes militares, num contexto geopolítico muito sensível a leste, estão disponíveis para contribuir com a sua competência, o seu esforço e o seu empenho, correndo riscos”, assegura.
Considerando-se um “Dragão de Olivença”, Nuno Melo garante que não encarou esta cerimónia apenas como “um ato de Estado”, mas sim como um “regresso a casa”. Em Estremoz, o ministro reencontrou vários camaradas e aqueles que o formaram enquanto cadete.
No que toca à necessidade de atração de jovens para as Forças Armadas, o ministro garante que, para tal, é necessário dignificá-las. “As Forças Armadas podem ser uma opção de carreira, mas têm de ser visíveis pela sua dignidade e pelo retorno que o Estado dá, em razão de uma condição militar que acarreta sacrifícios. É nisso que eu estou muito apostado”, garante. A par de várias medidas, o Governo, diz ainda Nuno Melo, decidiu aumentar o valor de alguns suplementos, como o de residência e de voo ou embarque.
Dizendo que este é um dia “muito especial” para Estremoz, o presidente da Câmara, José Daniel Sádio, por sua vez, recorda a “importância histórica” do RC3, não só para a região, mas para todo o país. “Aquilo que temos aqui são respostas diferenciadoras no contexto militar, que são, nos dias que correm, cada vez mais importantes”, diz ainda.
A cerimónia, que teve lugar no Rossio Marquês de Pombal, incluiu, para além dos discursos de Nuno Melo e do comandante do RC3, coronel Simões de Azevedo, várias homenagens e um desfile das forças em parada.