“A Cor das Fachadas de Elvas” foi o mote para a iniciativa “Percursos pelo Património”, que decorreu na manhã deste sábado, 23 de março, com partida da Praça da República e juntou perto de 30 pessoas.
Este percurso foi guiado pelo professor José Aguiar que revela que Elvas nem sempre teve as cores que hoje vemos, explicando a sua evolução. “As cores de Elvas não foram sempre como são hoje, eram bastante diferentes. Atualmente, vemos muito o branco e o ocre, mas na verdade essa ‘moda’ vem do século XX. Elvas era uma cidade régia e tinha um tratamento das fachadas mais erudito e simulava, nos seus detalhes arquitetónicos, as cores da pedra, através de vários tipos de técnica e marcava os edifícios mais nobres com cor”.
A visita passou por alguns locais da cidade e deu a conhecer as “técnicas construtivas, pigmentos e tradições locais”. José Aguiar adianta ainda a origem do amarelo, no Alentejo: “a partir do século XVIII o amarelo, que era ocre, populariza-se muito com o surgimento do amarelo de Mafra e do Terreiro do Paço que passa a ser a cor oficial de edifícios militares e do Estado, porque era uma cor do imperador, que representava o ouro”.
O professor considera que esta é uma iniciativa “fundamental e interessante”, para que as pessoas “conheçam e defendam o seu património”.
Este foi o primeiro de seis percursos, promovidos pela Câmara Municipal de Elvas, que até outubro, vão dar a conhecer o património da cidade.