O Orçamento Municipal de 2023 de Elvas foi aprovado por maioria, na quarta-feira, 7 de dezembro, tendo recebido duas abstenções (uma do PS e outra da CDU) e sete votos contra (dois do CDS e cinco do PS).
José Rondão Almeida, presidente da Câmara Municipal de Elvas, revela que “este orçamento resulta dos projetos e ideias lançados por todas as forças políticas, e nesse conjunto, compuseram-se as Grandes Opções do Plano e o Orçamento e, no executivo, foi aprovado por unanimidade”.
No orçamento, está contemplado um “investimento na ordem dos 60 milhões de euros para habitação, a construção de um parque empresarial, aposta na eficiência energética e na área social” e o presidente não entende “como é se pode votar contra isto”. Rondão Almeida questiona “como é que o PS, neste caso três ou quatro elementos, de uma estrutura de eleitos que tem oito, vota contra aquilo que é trazer elementos bons para o nosso concelho”.
O presidente considera que estes votos contra do PS são lamentáveis, uma vez que, como refere, “até as restantes forças políticas se reveem no nosso projeto, o que é extremamente importante, mas o que é lamentável é que, por projetos pessoais, que em nada estão relacionados com aquilo que é o Partido Socialista, eu enquanto existir, não irei consentir”.
Rondão refere que foi eleito por um Movimento Cívico independente, “mas ideologicamente nunca deixei de ser socialista, e fiquei extremamente aborrecido com a posição de Bruno Mocinha, que se apresenta enquanto líder, com 20 e poucos anos de idade, a pôr em causa um trabalho feito pelos socialistas e não é de um dia para o outro que se nasce para a política, têm de crescer e aprender”,
“Aqueles que têm pensamentos e capacidade de estruturar o próprio partido não apareceram; refiro-me às pedras fundamentais que o PS tem em Elvas e que muito respeito, o professor Espiguinha e Carlos Pernas, não apareceram na Assembleia e, provavelmente, porque sabiam que, votando contra um orçamento, punham em causa até os grandes investimentos que a Câmara se propõe a fazer”, acrescenta o presidente.
Rondão Almeida lamenta que “duas ou três pessoas estejam a dar cabo, por completo, daquilo que é o PS, ao longo dos últimos 29 anos em Elvas; o PS, neste momento, dividiu-se dentro da sua estrutura e agora quer dividir o eleitorado do PS; eu não estou para dividir o meu eleitorado e pretendo respeitá-lo, fazendo sempre um trabalho que vá ao encontro da nossa linha ideológica”, remata Rondão Almeida.