Com vista a assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado, anualmente, a 10 de outubro, e a chamar a atenção para os problemas relacionados com as doenças do foro mental, a Escola Secundária D. Sancho II, em Elvas, promoveu entre ontem e hoje, dias 10 e 11, um conjunto de conferências sobre o tema.
“Consciencializar” alunos, professores e toda a comunidade escolar, para que todos estejam “atentos a estas questões”, é o principal objetivo da iniciativa, revela uma das psicólogas do Agrupamento de Escolas nº 3 de Elvas, Isabel Biscaia.
A verdade é que nunca antes se falou tanto de saúde mental como agora. Para isso, revela a psicóloga, têm contribuído, entre outros, as alterações nas condições socioeconómicas das famílias, bem como os efeitos da própria pandemia. Isabel Biscaia destaca ainda “a própria insegurança dos jovens”, que, até atingirem a maioridade, enfrentam muitas mudanças, “ao nível das características da sua personalidade e da sua identidade”, aspetos que, “ligados ao estudo, também acabam por se refletir no seu bem-estar e na sua saúde mental”.
Pedir ajuda, em casos de ansiedade e depressão, deve ser sempre o primeiro passo a dar. Contudo, os jovens, quando enfrentam este tipo de problemas, nem sempre procuram apoio e um profissional, pelo que, de acordo com a psicóloga, é necessário sensibilizá-los nesse sentido. “Há muitas questões ligadas à ansiedade, à depressão, de alterações de humor, desmotivação, ansiedade face aos testes: são tudo fatores que procuramos minimizar, dentro do possível”, revela ainda.
Ontem, na Secundária de Elvas, foi apresentado um estudo promovido em parceria com a Universidade de Évora, pelo professor Rui Campos, que permitirá aos profissionais da área, e tendo em conta as conclusões desse projeto, ter uma intervenção “mais eficaz” junto dos jovens.
Já esta manhã, o papel dos profissionais na intervenção, ao nível da estimulação sensorial e cognitiva, esteve em destaque, numa conferência promovida pela psicóloga clínica Patrícia Laranjeira e a animadora sociocultural Verónica Valente, do Lar Júlio Alcântara Botelho. De acordo com a psicóloga, a intervenção realizada no lar tem permitido que os idosos tenham melhor qualidade de vida, quando enfrentam doenças como depressão e demência. O trabalho feito com os idosos, diz ainda, “não é fácil”. Em primeiro lugar, é necessário comunicar com o idoso e a sua família. “Temos de estabelecer uma relação de confiança com o idoso e, a partir daí, segue-se a avaliação e intervenção”, explica ainda.
No âmbito destas comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental, a “Saúde Mental de Proximidade” é ainda hoje mote para uma conferência promovida pela Fundação Romão de Sousa, através da sua coordenadora técnica e psicoterapeuta Cátia Alves e da psicóloga clínica e psicoterapeuta Tatiana Ferreira.