Uma delegação da direção nacional do Partido Ecologista “Os Verdes” esteve nesta manhã de sexta-feira, 8 de julho, reunida com a União dos Sindicatos do Norte Alentejano, em Elvas, para abordar aquelas que consideram ser “as novas ameaças” que pairam sobre o serviço de passageiros da linha do leste, ainda antes de uma ação de contacto com a população.

De acordo com Manuela Cunha, há, hoje em dia, e ao contrário do que acontecia em 2017, quando foi restabelecida a ligação do comboio de passageiros na linha, “mais condições e mais material circulante” para colocar mais locomotivas a servir o distrito e uma ligação rápida entre Badajoz e Lisboa, com um intercidades. “Este material tem de vir para o Alto Alentejo também. Não se precisa de esperar que a linha esteja eletrificada. Há material e tem de vir para cá”, assegura.

Manuela Cunha garante que o Governo tem escondido que, com a nova ligação rápida de Lisboa ao Porto, irá vocacionar a linha do norte para transporte de mercadorias, comboios interregionais, regionais e urbanos, o que, consequentemente, irá “matar o potencial” da linha do leste, ainda antes de ela ser totalmente aproveitada. Com isto, “a linha do leste, que articula com a linha do norte, deixará de ter uma oferta rápida quando chega ao Entroncamento, para chegar ao Porto”. Um passageiro de Elvas que quiser viajar até ao Porto, a título de exemplo, “não só não tem um intercidades direto, mas nem pode vir a apanhá-lo no Entroncamento, porque deixaria de haver essa oferta no Entroncamento”.

Com a reparação de material circulante, feita nos últimos tempos, nos diversos polos oficinais da CP, diz ainda Manuela Cunha, já haveria possibilidade de, pelo menos, ser estabelecido mais um horário, na linha ferroviária, em Elvas.

Numa Carta Aberta, “Os Verdes” procuram agora alertar as Câmaras, Assembleias Municipais e a população do distrito de Portalegre para esta situação, lembrando que os “investimentos ferroviários devem contribuir para combater as desigualdades territoriais” e não para as agravar.

Nesta ação, em Elvas, Manuela Cunha esteve acompanhada de Pedro Reis e Tiago Aldeias, da Comissão Nacional de “Os Verdes”. Depois de Elvas, a comitiva segue para Portalegre, onde reúne com a direção do Instituto Politécnico.