O cenário das prateleiras vazias nos supermercados espanhóis é aterrador, devido às greves de motoristas, pescadores e setores agrícolas. É muito pior que no período mais grave da pandemia, com os consumidores espanhóis a deslocarem-se a Portugal, nas zonas de fronteira para se abastecer de bens essenciais.
Há muitas fábricas a parar devido à falta de matérias-primas, com a escassez e açambarcamento de muitos produtos de forma especulativa como, por exemplo, o óleo vegetal que na indústria alimentar é essencial.
Os camionistas portugueses, que circulam por Espanha, estão a ser barrados e só alguns que não transportam bens essenciais conseguem passar os bloqueios.
Estamos já no décimo dia de greve e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez afirmou que “amanhã vamos sentar-nos com os transportadores e não nos vamos levantar sem acordo”. Os ministros dos Transportes, das Finanças e da Economia vão participar na reunião com a Comissão Nacional dos Transportes Rodoviários, que esta quinta-feira vai tentar um compromisso definitivo que ponha fim às paralisações que já duram há demasiado tempo.
Os supermercados de Elvas registam uma afluência inusitada de clientes espanhóis que procuram levar de tudo, leite, peixe, carne, fruta e verduras, que nas prateleiras dos hipermercados de Badajoz, como o Carrefour, (fotos desta notícia) ou nos supermercados Mercadona não se encontram.
No caso dos supermercados portugueses, segundo apurámos, alguns produtos estão com atraso na reposição e esta avalanche de espanhóis causa alguma preocupação, mas as cadeias portuguesas estão a reforçar o abastecimento para acompanhar esta procura anormal.
O abastecimento de combustíveis nos postos de Badajoz também tem sofrido alguns problemas e atrasos, pelo que nem todos os postos têm todas as bombas em funcionamento.
