O sítio arqueológico dos Almendres, que integra o Cromeleque e o Menir, vai beneficiar de um projeto paisagístico para a sua salvaguarda e conservação. A intervenção resulta de um protocolo de cooperação assinado no dia 5 de março entre a Câmara Municipal de Évora e o Grupo Pró-Évora, com prazo de execução previsto de cinco anos anos.
O acordo assinado entre as duas partes acontece no espírito de cooperação entre as duas entidades, com o propósito de “instituir e consolidar uma colaboração mútua no âmbito de preocupações comuns, no domínio do património cultural, designadamente quanto a imóveis classificados.” O protocolo assinado por Carlos Pinto de Sá, presidente da Autarquia, e por Marcial Rodrigues, em representação do Pró-Évora, associação centenária de defesa do património deste concelho, prevê a disponibilização por parte do município de elementos técnicos e científicos para a elaboração do projeto, bem como da sua futura execução no terreno. Ao Grupo Pró-Évora compete conceber, gratuitamente, o mencionado
projeto de arquitetura paisagista, a cargo do arquiteto Nuno Lecoq, também presente na cerimónia de assinatura, tal como Eduardo Luciano, vereador com os pelouros da Cultura e Património.
Recorde-se que a gestão pública municipal do Cromeleque dos Almendres, situado na União das Freguesias de Tourega e Guadalupe, foi assegurada em 2019 após assinatura de contrato de comodato entre a Câmara e o proprietário da Herdade dos Almendres. Desta forma, a autarquia passou a ter a possibilidade de proceder a intervenções com vista à salvaguarda e manutenção do seu estado de conservação, como é agora o caso. De referir que este importante monumento megalítico está classificado como monumento nacional desde 2015. Anteriormente, desde 1975, detinha o estatuto de imóvel de interesse público. Em 2020 o Governo fixou a zona especial de proteção (ZEP) do cromeleque e sua envolvente.
O Cromeleque dos Almendres, também popularmente conhecido como “Monte das Pedras Talhas”, foi descoberto pelo investigador Henrique Leonor Pina, em 1964, quando se procedia ao levantamento da Carta Geológica de Portugal. Trata-se do mais notável exemplo das primeiras arquiteturas megalíticas, remontando provavelmente ao neolítico médio e correspondendo às mais antigas construções coletivas sagradas deste período e apresentando possível significado astronómico. Destacam-se a sua dimensão, ainda com 95 monólitos, a presença de gravuras em alguns deles, o seu bom estado de conservação e o facto de se tratar do maior conjunto de menires estruturados de toda a Península Ibérica e um dos mais relevantes do Megalitismo Europeu.