
A Comunidade das Monjas Concepcionistas da Ordem da Imaculada Conceição do Mosteiro de Campo Maior viveu ontem, sábado , dia 6, a alegria da celebração da Tomada de Hábito da postulante Markéta Janovská, presidida pelo Arcebispo de Évora.
O ritual da Tomada de Hábito antecedeu a celebração da Eucaristia. Momento marcante foi o corte de cabelo como sinal de despojamento das vaidades do mundo.
Após vestir o Hábito, foi anunciado que a partir de agora a jovem Marketa assume o nome de Sor Marketa Maria da Alegria.
A Markéta é uma jovem de 22 anos, natural da República Checa. Fez o seu percurso de fé inserida numa Comunidade do Caminho Neocatecumenal, com quem passou pelo Mosteiro durante as Jornadas Mundiais da Juventude de 2023 em Lisboa. O Senhor fez-se presente e chamou-a a abraçar esta forma de vida na Ordem da Imaculada Conceição em Campo Maior.
“O testemunho da Markéta é uma prova visível de que a Deus nada é impossível, nem mesmo as distâncias ou a barreira linguística”, sublinha a Comunidade das Monjas Concepcionistas.
“Seguir a Cristo, mediante a oração e a imitação da pureza de Nossa Senhora a exemplo de Santa Beatriz é o carisma da nossa Ordem, o qual a jovem Markéta deseja experimentar mais intensamente, aceitando fazer a vontade do Senhor, e por isso inicia agora o Noviciado com a cerimónia da Tomada de Hábito, que é a expressão visível deste desejo de se entregar ao Senhor e de cortar com as vaidades do mundo”, afiança a Comunidade.
Toda a Diocese está unida ao júbilo e à oração da Comunidade por mais esta jovem que, cheia de alegria, veste agora o hábito da Conceição e entrega-se inteiramente a Deus para bem da Humanidade.
À homilia D. Francisco Senra Coelho afiançou que a Marieta é “o sorriso de Deus para o Povo de Deus e para a Humanidade”.
“O chamamento à vocação e o sim da Markéta é a certeza que Deus nunca abandona o seu povo. É sinal de esperança e motivo de júbilo para esta Comunidade Concepcionista, para a Arquidiocese e para toda a Igreja”, referiu.
A homilia do Prelado sublinhou e aprofundou a radicalidade do cristianismo. “A radicalidade que encontramos no Sim de Maria, que é mãe e mestra, é modelo para toda a Igreja e aqui é imitado pela Sor Markéta Maria da Alegria”, apontou.
“Nesta atitude de resposta radical ao Amor de Deus é que nasce a Alegria”, afiançou o Arcebispo de Évora, desafiando todos “a darmos o nosso sim ao Amor de Deus”.
“A nossa alegria vem da fidelidade a Deus”, sublinhou.
Perante a escassez de vocações em alguns lugares do mundo, o Prelado referiu que “o Homem de hoje tem dificuldade em assumir-se membro de uma Igreja”.
“Aqui diante de nós, no ritual da Tomada de Hábito, tivemos um exemplo vivo da radicalidade de uma vida que se entrega a Deus. Exemplo da radicalidade do chamamento e da radicalidade da resposta”, explicou o Prelado, recordando o momento impressionante “do corte de cabelo em quatro partes, como sinal de entrega pelos quatro pontos cardeais”.
“O Senhor não se importa com números, mas sim com a verdade. Não devemos colocar o cristianismo em saldos por causa do número de vocações”, referiu, apelando que a “nossa atitude deve ser sempre de fidelidade ao Evangelho”.
“Cada Convento, como este em que nos encontramos, é um Santuário vivo que nos dá catequeses vivas, como esta que vivemos hoje”, sublinhou, agradecendo à jovem religiosa “as questões que nos colocas: como vivemos a radicalidade do nosso baptismo? Como é que testemunhamos com alegria que é bom sermos discípulos de Jesus Cristo?”
“Hoje somos enviados a sermos missionários da esperança, a viver e a construir uma Igreja mais purificada, na alegria e na radicalidade do Evangelho, com Cristo sempre no centro”, convidou, concluindo “continuemos a caminhar como peregrinos da Esperança, levando na mão o bordão da Misericórdia de Deus”.
A família, os amigos e inúmeros fiéis encheram completamente a ampla, bela e recém requalificada Igreja do Mosteiro de Campo Maior.
No final da celebração a jovem Sor Marketa Maria da Alegria deu testemunho da sua felicidade afiançando que “quero ser toda de Cristo, quero entregar-me toda a Deus”, comunicando com um sorriso aberto e uns olhos brilhante.
O Prelado eborense implorou a Benção de Deus para Campo Maior, para Arquidiocese, para as vítimas do trágico acidente em Lisboa e pela República Checa.