
O designer elvense Jorge Moita vai estar, a partir de abril, a promover, em parceria com o Coletivo Artístico 7350, um atelier têxtil, no Museu Militar de Elvas, aberto a pessoas de todas as idades, géneros e camadas sociais. Este é um projeto inovador, com uma duração de seis meses, que visa promover a economia circular e a sustentabilidade, combinando design de moda, tecnologia e impacto social.
O objetivo é capacitar os cidadãos e estimular o ativismo cívico, com um foco especial em questões ambientais e sociais, sendo que irá incluir workshops práticos, com vista à criação e desenvolvimento de produtos sustentáveis, e a apresentação de uma coleção cápsula, que reflete o compromisso com a economia circular e a neutralização do impacto ambiental.
A expectativa de Jorge Moita é que este atelier possa vir a contribuir para a revelação de “algum talento” e para “o encontro de pessoas”. “Tinha tido oportunidade de trabalhar aqui, há dois ou três anos, num piloto, o Granny to Trendy, e conheci com algumas pessoas, especialmente algumas mulheres, que acabam por ficar no anonimato, às vezes fechadas em casa e nós temos uma tradição riquíssima. Aquilo que eu quero valorizar aqui é que, para além do nosso património material, temos também um grande património imaterial: é esse trabalho que este atelier quer também desenvolver”, revela.
Para participar neste atelier, garante o designer, não é necessária qualquer “capacidade técnica específica”: “não é preciso saber coser, nem saber trabalhar o croché, porque tudo isso nós vamos tratar e trabalhar de uma forma muito livre”.
Pretende-se que o projeto venha a ser intergeracional, em “que as pessoas já com uma cerca idade, que se sentem sem capacidade de passar aos filhos e aos netos estas informações, possam fazê-lo ali, possam deixar ali, num repositório, num arquivo”. Lembrando o problema dos resíduos têxteis no setor da moda, Jorge Moita revela-se ainda “surpreendido” com a quantidade de doações que, em Elvas, já foram feitas, para o arranque do atelier.
A temporada piloto do projeto em Elvas será chamada “O Fio que nos Une” e sucederá à exposição de Elisabete Fiel e Joana Leal, patente no MACE, dando continuidade ao projeto executado pelas artistas e mensagem trabalhada na exposição. Este projeto representa uma oportunidade única para fomentar a sustentabilidade e a economia circular na região, além de ser um exemplo de colaboração entre arte, design e comunidade local.
Para dar a conhecer o projeto aos interessados, Jorge Moita fará uma apresentação pública, no sábado, às 15 horas, no Grémio. Entretanto, os interessados em participar no projeto podem já fazer a sua inscrição, bastando para isso contactar o Coletivo Artístico 7350, via email (geral@7350.pt) ou telefone (925 175 165).
A entrevista completa a Jorge Moita para ouvir no podcast abaixo: