
“Invisible”, de María Lama, é uma obra de dança-teatro que conta a história de Clara, uma bailarina que luta contra o esquecimento, acompanhada por Margot, uma marioneta que reflete a sua alma. Integrado na programação do Mês do Teatro, promovida pela Câmara Municipal de Campo Maior, o espetáculço vai ser apresentada ao público este sábado, dia 15 de março, às 21h30, no Centro Cultural da vila.
Segundo a intérprete, esta é uma obra que “fala sobre a perda da memória de uma mulher (Clara), neste caso, de uma artista reformada”. No entanto, no meio da sua solidão, Clara “tem uma cúmplice muito especial, chama-se Margot e é uma marioneta que é o seu alter ego. Através de Margot, Clara consegue recuperar as suas lembras de vida”, acrescenta.
A peça vai levar aos espectadores uma mistura de emoções, por ser “uma obra muito sensível”. “Podemos rir, ficar zangados e mesmo emocionados, porque é a vida retratada. Temos a necessidade de deixar a nossa identidade e memória em algum lugar”, reforça María Lama. “Invisible”, refere ainda a intérprete, vai ser também uma homenagem “a doenças que afetam a memória como o alzheimer e demência”.
Convidando todos a assistirem a esta peça “surpreendente”, a artista garante que este é um espetáculo que existe em “poucas companhias de teatro”, dado que para além da temática e da linguagem utilizada, mistura a marioneta com o teatro e a dança.
“Este é um espetáculo para toda a família, porque embora seja um tema para um público mais adulto, os pequenos podem perceber o que é a magia da linguagem da Margot e da dança, sendo esta uma forma de expressão diferente”, refere ainda María Lama.
Nesta obra, a personagem principal, Clara, usa a dança como um ato de resistência para preservar a sua identidade. Entre desafios e consolo, é explorada a fragilidade da memória e a força da arte contra a solidão. A peça combina dança e teatro de objetos para mostrar como o amor e a memória mantêm viva a essência de cada um, mesmo na escuridão.