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BE: Moção E “rejeita ataques pessoais ou falsidades” e apela ao “debate democrático”

Num comunicado enviada à redação da Rádio ELVAS, três dos subscritores da Moção E – António Ricardo, Higino Maroto e Rui Jorge de Sousa – procuram “colocar a verdade dos factos” mencionados pela coordenadora do Bloco de Esquerda sobre a guerra na Ucrânia.

Mariana Mortágua é também acusada de “deturpar propositadamente a verdade sobre as demissões dos aderentes do Bloco de Esquerda do Distrito de Portalegre” (ver aqui), que também foram subscritores da Moção E na anterior Convenção Nacional do partido.  

O documento para ler na íntegra:

No processo preparatório da XIV Convenção Nacional do Bloco, foram lançados anátemas por dirigentes do secretariado e um ex-dirigente contra os militantes que apoiaram a Moção ‘E’ nas duas mais recentes Convenções.

A Moção ‘E’ lamenta que responsáveis pela moção apoiada pelo secretariado estejam a produzir e a incentivar através de declarações públicas um clima de crispação política e pessoal nas relações internas entre camaradas.

A divergência política é salutar e essencial numa organização democrática. Procurar condicioná-la com uma vaga de ataques pessoais e afirmações falsas sobre posicionamentos políticos, facilmente comprováveis, é profundamente antidemocrático e só pode ter como objetivo fazer com que o debate assente num confronto de claques.

A Moção ‘E’ tem levado a cabo ao longo de anos um esforço agregador em torno de propostas alternativas de aderentes, nomeadamente de descontentes com o rumo do partido. Por isso, é com tristeza que assistimos a saídas do Bloco de militantes que construíram o partido, por vezes em condições muito difíceis e sem apoios, como no recente caso de Portalegre. O secretariado tem a obrigação de avaliar politicamente estas situações, perceber que é preciso fazer mudanças, em vez de as desvalorizar ou tentar justificá-las virando o foco para um alegado apoio a Putin na guerra da Ucrânia, argumento que nunca conseguiu sustentar.

Sobre a invasão da Ucrânia e acusação de que a Moção ‘E’ defendeu Putin contra Trump (uma impossibilidade histórica porque era Biden o presidente dos EUA 2021 – 2025), é esclarecedor revisitaro que afirmou a Moção ‘E’ na XII Convenção (2023):

“9.Os Estados europeus em geral não exercem um papel autónomo nas relaçõesinternacionais, submetidos à NATO e às imposições dos EUA. Não definem uma política própria de comércio internacional mais justa, de solidariedade com o Sul Global, com os povos que migram para fugir à fome e à morte, de apoio aos povos palestiniano, curdo e sahauri, de vanguarda na luta pela paz e no combate às alterações climáticas. Em vez de escolherem a via negocial para a resolução dos conflitos, optam pela militarização e corrida armamentista, com um dramático cortejo de mortes e destruição nos campos de batalha.

10.O Bloco posiciona-se contra a guerra produto da crise do próprio capitalismo global, em que os povos perdem sempre. Rejeitamos com veemência a agressão da Rússia contra a Ucrânia e exigimos a todas as potências envolvidas que, em vez de alimentarem a guerra, cessem imediatamente os combates e avancem para negociações de paz. Condenamos e sabemos da responsabilidade direta da Federação Russa na invasão da Ucrânia. Não temos qualquer dúvida sobre o papel agressivo dos EUA e da NATO e a submissão da generalidade dos governos europeus aos seus desígnios expansionistas para o domínio global na disputa com potências emergentes. Queremos Putin fora da Ucrânia e a NATO fora da Europa. O Bloco não pode ficar ligado a qualquer decisão que branqueie essa submissão (caso da votação de resoluções no Parlamento Europeu).”

De facto, foi o secretariado que alinhou com a estratégia do eixo euro-atlântico de “prolongar a guerra até à derrota da Rússia” e de privilegiar o belicismo em vez da prioridade absoluta à paz. Como se comprova, essa estratégia levou ao sacrifício de milhares de vidas e à destruição de um país. As condições atuais prejudicam a Ucrânia num processo de paz, a favor de um entendimento entre Trump e Putin de acordo com os interesses das respetivas potências imperialistas.

A Moção ‘E’ apela a que o secretariado, a bem de um são debate interno, não procure extremar o sectarismo no relacionamento entre militantes com inverdades ou torneando a realidade, como começa a ser hábito. Mesmo não apresentando uma moção à XIV Convenção, a Moção ‘E’ não deixará de participar nos debates, apelando a que sejam feitos com elevação e democracia.

Moção ‘E’

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