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25 de Abril recordado em Elvas por aqueles que o viveram há 50 anos

Um dos pavilhões do Museu Militar de Elvas, que guarda muitas das viaturas do Exército Português, foi palco, na manhã desta quinta-feira, 11 de abril, de uma conferência, sob o lema “Testemunhos e perspetivas entre gerações sobre o 25 de abril de 1974”, promovida no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

Nesta sessão participaram ex-militares que integraram a coluna de Salgueiro Maia; Carlos Dores, antigo militar elvense que esteve mobilizado em Angola; o jornalista Adelino Gomes, que acompanhou a revolução no terreno, em 1974, como repórter da Rádio Renascença; bem como alunos da Escola Secundária D. Sancho II.

A intenção do Museu Militar, com esta iniciativa, explica o diretor daquele espaço museológico, o coronel Nuno Duarte, foi a de colocar as diferentes gerações em contacto, para que os mais novos tivessem a oportunidade de ouvir as histórias “dos jovens de 1974”, para “compreenderem a importância” deste momento histórico para o país.

Levar a efeito este evento, garante Nuno Duarte, é colocar frente a frente “as diferentes gerações, os diferentes pensamentos, entre aqueles que, num testemunho vivo, que poderá a ser a última vez que ouvimos estes jovens de 74 testemunharem, na primeira pessoa, para os jovens do século XXI, o que é extraordinariamente importante para a sua formação e para o entendimento desta data dos futuros homens de amanhã”. O coronel diz ainda “não ter palavras” para o testemunho de Adelino Gomes e para como descreveu, nesta sessão, a forma como viveu e relatou o 25 de Abril.

Já o antigo jornalista garante que este foi, para si, “um dia singular”, tendo em conta, a presença, nesta sessão, de duas das viaturas blindadas que participaram no 25 de Abril. Assegurando que, por norma, “tudo se passa em Lisboa”, desta vez, em Elvas, foi possível ouvir “três homens que estiveram nessas viaturas”, com uma “recordação viva” do que se passou, perante uma boa representação da “malta nova”.

Um dos ex-militares que integraram a coluna de Salgueiro Maia e que falaram aos presentes, José Clímaco, em declarações à Rádio Elvas, garante que, passados 50 anos, ainda tem “tudo na memória”. O momento mais marcante, ainda assim, diz ter sido a saída do Terreiro do Paço para a Rua Augusta, onde se encontrava “imensa gente”. “O que eles vitoriaram a coluna, bateram palmas, cantaram. Foi algo que me marcou muito”, revela.

Para a vice-presidente da Câmara de Elvas, Anabela Cartas, este foi “um dia memorável para a cidade”. “Foi um privilégio ter aqui estes homens, que foram parte viva do 25 de Abril. Ouvir da sua voz, com a sua coragem e determinação, relatar o que aconteceu naquele dia, há 50 anos, foi simplesmente inesquecível”, assegura.

A sessão terminou com uma apresentação da Academia de Música de Elvas de duas músicas que serviram de senha à revolução, “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, e “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, e ainda de “Portugal, Portugal”, de Jorge Palma. Para o diretor da academia, Luís Zagalo, foi “uma honra e um privilégio” poder integrar estas comemorações.

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