Legado de Vasco Santana recordado na abertura da RONCA

Luís Eduardo Graça e Frederico Corado

O legado do ator e comediante Vasco Santana foi mote para o arranque da primeira edição da RONCA – Mostra de Cinema de Elvas, na tarde deste sábado, 2 de março, no auditório São Mateus.

Para recordar o percurso de Vasco Santana, no mundo do cinema, e a sua vida, o encenador Frederico Corado, o primeiro convidado da iniciativa, falou ao público presente sobre este que descreve não só como “um grande ator”, mas também como um “grande autor” e um homem “extraordinário”. “Vasco Santana era um homem maior que ele próprio e ele já era bastante grande”, começa por dizer, lembrando que, para além de comédia, o ator também escreveu revista.

O encenador recorda Vasco Santana como “um bom vivant, que gostava de comer, de beber, de fumar e foi isso que também fez com ele desaparecesse cedo demais”. O comediante, garante Frederico Corado, foi marcante “para gerações e gerações, através do trabalho que deixou no cinema, em filmes como ‘O Pátio das Cantigas’, ‘A Canção de Lisboa’, ‘O Costa d’África’ e o ‘O Pai Tirano’”, filme que, para o encenador, é “uma das grandes obras-primas do cinema português e que marcou muito outros cómicos que vieram a seguir”.

Frederico Corado diz ainda olhar para esta primeira mostra com “muito bons olhos”, por se tratar de uma iniciativa promovida por um conjunto de jovens, que se uniram para mostrar cinema, “sobretudo cinema português e os grandes clássicos”. “Mostram duas coisas completamente distintas: os grandes clássicos do cinema português e os filmes dos mais jovens, que estão a começar agora. Portanto, não se pode olhar com melhores olhos e há que aplaudi-los de pé por este projeto”, remata.

Ainda hoje, pelas 21 horas, será exibido o filme “A Canção de Lisboa”, não sem antes que os Rumo ao Sul façam um breve atuação no palco do Auditório São Mateus. “Vamos ter vários momentos musicais a abrir alguns filmes importantes e os Rumo ao Sul vamos podê-los ver num registo totalmente diferente, a cantar um fado de ‘A Canção de Lisboa’”, revela Luís Eduardo Graça, o grande mentor da RONCA.

Esta mostra de cinema, que se vai estender até dia 23 de março, vai contar com “muito cinema português, muita música e muitos momentos de partilha”. Com RONCA, a intenção é “trazer de volta o cinema português” a Elvas, garante o jovem cineasta.

Já amanhã, pelas 17 horas, serão apresentadas cinco curtas-metragens de estudantes portugueses. Na próxima quarta-feira, dia 6, pelas 17 horas, e ainda numa retrospetiva ao trabalho de Vasco Santana, será exibido o filme “O Pai Tirano”.

O programa completo desta primeira edição da RONCA para conhecer abaixo: