Agricultores exigem respostas do Governo para libertar trânsito no Caia

A A6, na fronteira do Caia, tem estado cortada nos dois sentidos, entre Portugal e Espanha, com viaturas que impedem o trânsito, devido ao protesto dos agricultores, que acontece esta quinta-feira, 1 de fevereiro, não só na região, mas em vários pontos do país.

Justificando esta ação com os “oito anos de sofrimento” que o setor da agricultura tem enfrentado, o elvense José Eduardo Gonçalves começa por pedir desculpa aos portugueses. “Este Governo tratou-nos muito mal. Fomos tratados sem respeito, sem dignidade e chegou ao ponto do copo de água que transborda”, assegura.

Promovido pelo Movimento Civil de Agricultores, este protesto, “que não tem, nem associações, nem confederações por trás”, surge na sequência do “não pagamento de ajudas, que foram mal calculadas pelo Governo”. “Tivemos que atuar. Portugal está fechado no Caia e esperamos que não seja por muito tempo, desde que haja condições”, acrescenta.

Ainda hoje, os agricultores esperam respostas do Governo, relativamente aos apoios, que ontem foram anunciados, através de um “comunicadozinho” de uma assessora de imprensa do Ministério da Agricultura. “Quando se anuncia que há cortes, é o IFAP (Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas) quem anuncia que temos esses cortes nas vésperas de os recebermos”, recorda José Eduardo Gonçalves. “Estamos a falar de 80 milhões de euros em que os agricultores foram enganados e estamos aqui para reclamar aquilo que é nosso”, diz ainda, assegurando que caso as respostas não surjam ainda hoje, este “Movimento não sabe o que é que vai fazer, podendo não ficar por aqui”.

Garantindo que os agricultores não estão numa “barricada”, José Eduardo Gonçalves revela que não querem prejudicar ninguém, até porque não impedem a passagem de mercadorias e de ambulâncias. “Queremos que o Governo tenha a coragem de nos dizer hoje quando é que vai pagar, como é que vai pagar e a quem é que vai pagar”, remata.

De recordar que, para além da fronteira do Caia, na A6, o trânsito está também cortado, devido ao protesto, no nó de acesso à mesma autoestrada, em Varche, para além da ponte da Ajuda, impossibilitando a ligação entre Elvas e Olivença.

No caso de Campo Maior, só é possível chegar à vila, ou pela estrada da Barragem do Caia, ou pela Estrada do Retiro, estando cortados os acessos pela Nacional 373 e pela estrada de Degolados.

As declarações de José Eduardo Gonçalves à comunicação social, na fronteira do Caia, ao final da manhã desta quinta-feira, para ouvir no vídeo abaixo:

Algumas das imagens do protesto desta manhã: